Efemérides

Tuesday, July 31, 2007

1992: Conclusão do Canal Meno-Danúbio

Vista de um trecho do canal Meno-Danúbio, no vale de Altmühl


No dia 31 de julho de 1992, foi inundado o último trecho do Canal Meno-Danúbio. A passagem para navios de grande porte liga o Mar Negro e o Mar do Norte. A obra sofreu duras críticas pelos danos ecológicos provocados.

Qual é o momento certo de abandonar um negócio que só dá prejuízo? Não só os investidores do chamado "novo mercado" oscilam entre a intenção de pôr fim ao susto e a esperança que as perdas ainda possam ser compensadas por ganhos futuros. O que é melhor: apostar numa visão ou aceitar o fracasso?
Esse dilema é bem ilustrado pelo projeto de construção de uma ligação fluvial contínua através dos rios Reno e Danúbio. A primeira tentativa foi feita por Carlos Magno, há mais de 1.200 anos.
"Vala de Carlos"
Cerca de dez mil pessoas ocuparam-se, a partir de 793, com a construção da chamada "Vala de Carlos" e o difícil abastecimento dos operários. Apesar de dispendioso, o plano de ligar um afluente do Danúbio a um afluente do Meno tinha sua razão de ser. No início da Idade Média, o transporte fluvial e marítimo era bem mais confortável, seguro e rápido do que o rodoviário.
A visão de Carlos Magno esbarrou em seus limites, porque a vala era constantemente fechada por quedas de barreiras decorrentes de enxurradas e não era mais possível abastecer a mão-de-obra com os mantimentos necessários. A escavação não chegou a atingir dois quilômetros, mas a idéia nunca morreu.
"Canal de Ludovico"
A segunda tentativa de concretizá-la ocorreu há mais de 1.000 anos. O rei bávaro Ludovico 1º entusiasmou-se com a construção de uma via fluvial entre o norte e o sul da Baviera. Em 1836, começou a abrir o "Ludwigskanal", entre Kehlheim, no Danúbio e Bamberg, no Meno.
Dez anos depois, o canal estava pronto e, nos primeiros anos de atividade, até deu lucro. No entanto, ele era muito estreito e, com o tempo, não agüentou a concorrência com a rede ferroviária. Em quase cem anos de atividade, sequer o capital investido pode ser amortizado. O tesouro público da Baviera pagou caro pelo sonho do rei.
Delírio tecnológico
A terceira tentativa de realizar o projeto foi fruto do delírio tecnológico dos anos 20 do século passado. A idéia era ligar o Mar do Norte ao Mar Negro, através dos rios Meno e Danúbio. Num esforço inédito, o Meno foi completamente canalizado e tornou-se navegável até Bamberg. Já no Danúbio foi construída uma série de represas e comportas. Algumas dessas obras ainda hoje estão em andamento.
Finalmente, em 1960, começou a construção do canal propriamente dito, paralelo ao antigo Ludwigskanal. Nos primeiros vinte, foram investidos 2,9 bilhões de marcos na obra. Em 1981, Volker Hauff, último ministro dos Transportes da coalizão social-liberal em Bonn, tentou puxar o freio de emergência.
"Maior tolice desde a Torre de Babel"
Ele não queria investir mais cerca de 2 bilhões de marcos numa obra que considerava "a maior tolice já vista desde a construção da Torre de Babel". Hauff, porém, foi obrigado a mudar de ídéia. Admitir o fracasso, depois de 60 anos de construção, seria insuportável. E assim as obras prosseguiram, até que a 31 de julho de 1992, o último trecho do canal Reno-Meno-Danúbio foi alagado.
Prejuízo ambiental
Incluindo as obras de retificação e dragagem do Meno e Reno, o canal custou 4,7 bilhões de marcos. Apesar de todas as medidas de recuperação adotadas, o prejuízo ambiental e a deformação paisagística foi enorme. E para quê?
É verdade o volume de mercadorias transportadas pelo canal cresce ano após ano. Cerca de dez mil embarcações passam anualmente por essa via fluvial. Esse número corresponde ao tráfego diário de 14 navios em ambas as direções. Apenas 4% das mercadorias transportadas por via fluvial na Alemanha passam pelo canal. E quem realmente quer viajar do Mar Negro ao Mar do Norte o faz pelo Estreito de Gibraltar.
Curso por nove países europeus
A visão de uma Europa unida pelo Canal Meno-Danúbio ainda não foi destruída, mas já custou rios de dinheiro. Essa visão baseia-se principalmente no curso do Danúbio. O rio de aproximadamente 2.800 quilômetros de extensão nasce na região dos contos de fadas de Grimm, na Floresta Negra, na Alemanha, e corta ou circunda nove países europeus com uma população total de 202 milhões de habitantes.
O papel do Danúbio como um corredor de transporte começa em Kelheim no sul da Alemanha, onde o rio se conecta ao Canal Meno-Danúbio. Seu destino final no Mar Negro é Sulina, uma pacata cidade de aproximadamente 4 mil habitantes.
Sulina é, talvez, o sinal mais evidente de que o Canal Meno-Danúbio tem um futuro, no mínimo, incerto, como caminho da integração européia. "A cidade está morrendo aos poucos, mas está morrendo, sem dúvida", diz Victor Iancu, presidente da Navrom-Delta, empresa que programa passeios de barco na região.

Carsten Heinisch (gh) © 2007 Deutsche Welle

2006 - Fidel Castro délègue ses pouvoirs de chef d'Etat à son frère Raul

Pour des raisons de santé, et pour la première fois depuis son accession au pouvoir en 1959, le président cubain Fidel Castro délègue "provisoirement" ses fonctions à son frère Raul Castro, ministre de la défense et successeur désigné.
©Documentation écrite RFI

Monday, July 30, 2007

1792: Soa "A Marselhesa"

Em 30 de julho de 1792, revolucionários franceses marcham de Marselha para Paris entoando um canto de guerra que ficou desde então conhecido como "A Marselhesa" e até hoje expressa o orgulho nacional.

"Avante, filhos da pátria, o dia de glória chegou. O estandarte ensangüentado da tirania contra nós se levanta."
A revolução explode na França. Os reis Luís 15 e 16 levaram o país à ruína. O povo passa fome e levanta-se contra os seus soberanos.
"Ouvis nos campos rugirem esses ferozes soldados? Eles vêm até nós degolar nossos filhos, nossas mulheres!"
Os Estados vizinhos não querem esperar até que a revolução adentre as suas fronteiras e declaram guerra à França. Agora os revolucionários lutam em dois fronts. Contra as potências estrangeiras e as forças que lutam no próprio país para defender o reino.
"Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos, que a nossa terra do sangue impuro se saciará!"
Em 30 de julho de 1792, as tropas revolucionárias marcharam de Marselha para Paris. Os revoltosos entoavam uma marcha marcial que, a partir desse dia, ficou conhecida como A Marselhesa.
A canção da Revolução tornou-se o hino nacional da França em 1795. Ela sobreviveu aos imperadores Napoleão 1º e 3º, à Restauração, às quatro Repúblicas e a duas guerras mundiais. A Quinta República ancorou A Marselhesa no Artigo 2º da Constituição de 1958 como o Hino Nacional. Ela expressa o orgulho nacional francês, embora franceses modernos tenham uma visão muito crítica do seu texto.
Palavras tenebrosas
"A música é palpitante, mas suas palavras são tenebrosas, muito sangrentas. Eu tenho vergonha de usar estas palavras", diz Hélène Butler, que trabalha para empresas francesas na Alemanha. Ela gostaria de ver A Marselhesa adaptada aos tempos atuais. "A música foi composta quando havia muitos motivos para se combater e por isso tem a sua legitimação", concorda a francesa, acrescentando que mudaria apenas algumas palavras.
Não está claro se as palavras que tanto desagradam madame Butler são um legado popular ou da lavra do próprio compositor. Em todo caso, a melodia de A Marselhesa é atribuída a Claude-Josepf Rouget de Lisle.
Autor escapa da guilhotina
O músico amador era na época capitão do Exército em Estrasburgo. O prefeito da cidade o incumbiu da tarefa de compor a música, porque gostaria de oferecer algo especial para os seus convidados. Chamada inicialmente de Canto de guerra para o Exército do Reno, a canção tornou-se um grande sucesso. Espalharam-se muitas cópias até ela chegar em Marselha. As tropas revolucionárias lá estacionadas gostaram da música e a entoaram na sua marcha para Paris e na invasão da cidade.
Ironicamente, Rouget de Lisle não era partidário da Revolução Francesa. Pelo contrário, era fiel à coroa. Mais tarde, o autor do hino nacional escapou por pouco da guilhotina.
Antepassados da consultora Hélène Butler perderam a vida na guilhotina. Mas, mesmo assim, ela se identifica com os ideais daquele tempo: "François Mitterrand disse 'il reste encore la bastille à prendre', o que significa que a Bastilha é um símbolo daquilo contra o que se tem que lutar. E ainda existem muitos problemas contra os quais as pessoas têm que se unir".
Àqueles que encontram coragem para defender-se contra o mal, a História ofereceu um hino: A Marselhesa.

Catrin Möderler (ef) © 2007 Deutsche Welle


2005 - Mort de John Garang, ancien chef de la rébellion sudiste au Soudan

Chef chrétien de la rébellion sudiste au Soudan depuis 1983, l'ancien guérillero John Garang était devenu vice-président du gouvernement de coalition nationale au Soudan le 9 juillet 2005, conformément à l'accord de paix inter-soudanais du 9 janvier. Cet accord avait mis fin à plus de vingt ans de conflit entre le gouvernement islamiste et la région sud, à majorité chrétienne et animiste. Accueilli triomphalement à Khartoum par un million et demi de personnes, John Garang meurt quelques jours plus tard, le 30 juillet 2005, dans un accident d'hélicoptère survenu entre le Soudan et l'Ouganda. Salva Kiir, numéro 2 de l'ex-rébellion, succède à John Garang à la tête du Mouvement populaire de libération du Soudan (MPLS) le 1er août et prête serment au poste de vice-président le 11 août 2005.

©Documentation écrite RFI

Sunday, July 29, 2007

1960: Lançamento do programa Apollo


Nove anos após seu lançamento, programa levou os primeiros astronautas à Lua


No dia 29 de julho de 1960, a Nasa divulgou o programa espacial civil Apollo. O programa deveria abranger vôos tripulados à Lua e enviar sondas aos planetas Marte e Vênus.
A ex-União Soviética foi a primeira nação do mundo a obter sucesso no lançamento de satélites artificiais e sondas espaciais. Em 1957, lançou o Sputnik, o primeiro satélite artificial a enviar sinais para a Terra. Esses sinais radiofônicos causaram um verdadeiro choque nos Estados Unidos.
Convencido de sua supremacia tecnológica, o país teve de admitir que na corrida espacial ocupava apenas o segundo lugar. Em tempos de Guerra Fria, foi uma derrota especialmente amarga para os norte-americanos, ultrapassados pelos seus arquiinimigos russos.
A resposta dos EUA só foi anunciada três anos depois, a 29 de julho de 1960, em Washington, no encerramento da primeira conferência "Nasa - Indústria - Programa - Planos". No encontro, a agência espacial norte-americana Nasa apresentou o Apollo - um programa de dez anos, que tinha por objetivo garantir a liderança dos Estados Unidos na corrida espacial.
Origem mitológica
Segundo a mitologia grega, "Apolo, filho de Zeus e de Leto, irmão gêmeo de Artemis, era idolatrado principalmente como deus da luz e do sol. Foi Apolo que, em carruagem de ouro, pôs o disco solar no firmamento". Quem deu o nome Programa Apollo ao ambicioso projeto norte-americano foi o executivo da Nasa T. Keith Glennan.
Mas a denominação, sonora em si, não bastou para realizar o projeto. A Nasa precisava, sobretudo, de muito dinheiro. Muito mais recursos do que a abastada instituição era capaz de arranjar.
Convencido das vantagens do programa, o presidente John F. Kennedy apoiou-o sem restrições. Em discurso no Congresso, a 25 de julho de 1961, disse: "Chegou a hora de realizar maiores esforços. É tempo de novos empreendimentos norte-americanos. Está na hora desta nação assumir a liderança na pesquisa espacial."
Em princípio, a Nasa havia previsto o envio do primeiro homem à Lua para bem depois de 1970. Mas isso não interessava ao presidente. Ele sabia que era mais fácil convencer o Congresso e a opinião pública, se lhes fosse apresentada uma grande e impressionante meta.
Arbitrariamente, ele mudou o cronograma do projeto e exigiu que a Nasa realizasse a alunissagem ainda antes de 1970. "Acredito que esta nação é obrigada a mandar um homem à Lua ainda nesta década e trazê-lo de volta com segurança", disse.
Kennedy também apelou ao orgulho patriótico dos participantes da conferência da Nasa. "Nenhum outro projeto espacial nesse tempo será mais impressionante para a humanidade e mais importante para a pesquisa do universo do que este. E nenhum outro é de realização tão difícil e dispendiosa." O Congresso aprovou a liberação dos recursos necessários e a tarefa nacional foi realizada num esforço extraordinário.
Pequenos grandes passos
O Programa Apollo, no entanto, começou com um fracasso. Em 27 de janeiro 1967, um curto-circuito incendiou o módulo de comando da Apollo 1, durante um teste na plataforma de lançamento do Cabo Kennedy, na Flórida. No acidente morreram os astronautas Virgil "Gus" Grissom, Ed White e Roger Chaffee.
O desastre foi seguido por uma série de sucessos. A Apollo 7 conseguiu fazer um teste de vôo de onze dias, em 1968. Em dezembro do mesmo ano, a primeira missão espacial tripulada dos EUA deu a volta na Lua a bordo da Apollo 8. Na primavera européia de 1969, o módulo de alunissagem foi testado pelas missões Apollo 9 e 10.
O programa espacial dos EUA chegou ao seu auge a 20 de julho de 1969. A Apollo 11 levou o primeiro homem a pisar na Lua. "É um pequeno passo para um homem, mas um salto para a humanidade", disse o astronauta Neil Armstrong, ao desembarcar do módulo Eagle. Ele e Edwin "Buzz" Aldrin fincaram a bandeira dos EUA e permaneceram na superfície lunar por 21 horas, coletando amostras de rochas e poeira.
Com isso, a Nasa cumpriu a promessa feita nove anos antes pelo presidente Kennedy, de levar os norte-americanos à Lua, ainda naquela década. O anúncio do Programa Apollo, a 29 de julho de 1960, foi o primeiro de uma série de passos que representaram um grande salto para a humanidade.

Dirk-Ulrich Kaufmann (gh) © 2007 Deutsche Welle






1982 - Fin du monopole d'Etat de radiodiffusion en France


La loi Fillioud du 29 juillet 1982 met fin au monopole d'Etat de la radiodiffusion en légalisant les radios indépendantes qui se sont multipliées depuis la fin des années 1970. La loi institue également la Haute autorité de l'audiovisuel, organisme de régulation chargé notamment d'accorder les autorisations d'exploitation et de nommer les présidents de chaînes publiques.




1957 - Création de l'Agence internationale de l'énergie atomique (AIEA)


Dans un discours prononcé le 8 décembre 1953 devant l'Assemblée générale des Nations unies ("Atomes pour la paix"), le président américain Eisenhower propose une coopération internationale en matière d'énergie nucléaire, notamment par le biais d'une agence spécialisée. Sur cette idée est élaboré le statut de l'Agence internationale de l'énergie atomique (AIEA), approuvé par 81 Etats en octobre 1956, qui entre en vigueur le 29 juillet 1957. Basée à Vienne, l'AIEA a pour objectifs de promouvoir et de contrôler les applications pacifiques de l'énergie nucléaire, et de faciliter les transferts de technologie.

©Documentation écrite RFI

Saturday, July 28, 2007

1794: Robespierre é executado na guilhotina
Cena da prisão de Robespierre


No dia 28 de julho de 1794, o revolucionário francês Maximilien de Robespierre foi executado na guilhotina. O motivo de sua prisão foram boatos de endurecimento da Lei do Terror. Sua morte marcou o começo da última fase da Revolução Francesa.

"Os reis, aristocratas e tiranos, independentemente da nação a que pertençam, são escravos que se revoltam contra o soberano da Terra, isto é, a humanidade, e contra o legislador do universo, a natureza", disse uma das figuras mais importantes da Revolução Francesa, Maximilien de Robespierre, a 24 de abril de 1793.

O jovem advogado Maximilien François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794) pretendia mudar o destino da França. Desde o início de sua carreira política, destacou-se pela firmeza e forma radical de defender suas idéias. Influenciado por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), defendia um Estado voltado para o bem comum e a vontade geral, estabelecido em bases democráticas. "O indivíduo é nada; a coletividade é tudo", afirmava, lembrando o famoso Contrato Social de Rousseau.

Robespierre foi co-fundador e líder do Partido Jacobino na Convenção Nacional (parlamento francês de 1792 a 1795). Seus discursos acertavam o nervo da França revolucionária. "É natural que o bom senso avance lentamente. O governo viciado encontra nos preconceitos, nos costumes e na educação dos povos um poderoso apoio. O despotismo corrompe o espírito humano a ponto de ser adorado e, à primeira vista, torna a liberdade suspeita e terrível", afirmara no discurso "Contra a Guerra".

Os ideais da Revolução Francesa - liberdade, igualdade e fraternidade - compunham seu slogan predileto. Robespierre tornou-se famoso como político sério e "incorruptível". Seu objetivo era eliminar privilégios e instituições do Antigo Regime. Propagou idéias revolucionárias para a época, como o sufrágio universal, eleições diretas, educação gratuita e obrigatória e imposto progressivo segundo a renda.

"Os habitantes de todos os países são irmãos; os diferentes povos devem se apoiar mutuamente como cidadãos de um Estado. Quem oprime uma nação declara-se inimigo de todas as nações. Quem guerreia contra um povo para impedir o progresso da liberdade e apagar os direitos humanos deve ser perseguido por todos os povos. Não só como inimigo comum e, sim, como um assassino rebelde e bandido."

Proclamada a república, em 1792, Robespierre mostrou sua nova face. Não hesitou muito para selar o destino do rei, aprisionado por revolucionários. Luís XVI foi julgado, condenado e, a 21 de janeiro de 1793, decapitado na guilhotina. "O terror nada mais é do que a justiça rápida, violenta e inexorável. É, portanto, uma expressão da virtude", justificou Robespierre.

A pretexto de defender a revolução, os jacobinos instalaram um regime de terror na França, em 1793-1794. Sob o comando de Robespierre, a Constituição foi suspensa e foram criados o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. Esses órgãos descambaram depois para a conspiração e execução na guilhotina de membros do próprio partido jacobino, como Georges-Jacques Danton (1759-1794), confundindo inimigos e aliados.

A guilhotina funcionava sem parar. Com a ameaça de morte pairando sobre todos, deputados moderados da Convenção Nacional tramaram a prisão de Robespierre e seus colaboradores mais próximos. No dia 28 de julho de 1794, deram aos ilustres prisioneiros o mesmo destino que estes haviam dado ao rei Luís XVI: a guilhotina.

Robespierre havia assumido poderes ditatoriais. Calcula-se que o terror jacobino causou dezenas de milhares de vítimas, entre elas o químico Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794). Em apenas 49 dias, Robespierre mandou executar 1400 pessoas. No final, o terror engoliu os terroristas. Um ano após a morte de Robespierre, a França obteve um novo governo, comandado por cinco "diretores".

O chamado Diretório representou o fim da supremacia e do terror dos jacobinos. Em 1795, a Convenção promulgou uma nova Constituição, que, segundo seu relator, Boissy d'Anglas, centrou-se em "garantir a propriedade do rico, a existência do pobre, o usufruto do industrial e a segurança de todos".

O poder foi organizado sob a forma de uma república colegiada de notáveis, tendo o Diretório como poder executivo. No período do Diretório (1795-1799), a França mergulhou numa nova crise econômica e social, agravada por ameaças externas. Para manter seus privilégios políticos, a burguesia entregou o poder a Napoleão Bonaparte, que o exerceu com o mesmo absolutismo que havia sido derrubado pela Revolução Francesa.

Catrin Möderler / gh © 2007 Deutsche Welle


2005
En Irlande du Nord, l'IRA annonce l'abandon définitif de la lutte armée

"Toutes les unités de l'IRA ont reçu l'ordre de déposer les armes. Tous les volontaires ont été chargés de soutenir le développement de programmes purement politiques et démocratiques au travers de moyens exclusivement pacifiques". Dans un communiqué publié le 28 juillet 2005, l'IRA (Armée républicaine irlandaise) renonce définitivement à la violence. Discréditée par ses activités criminelles, le gel du processus de paix lié au démantèlement de son arsenal et les attentats djihadistes de juillet 2005 à Londres, l'organisation met ainsi fin à un conflit de trente-cinq ans ayant fait 3600 morts, dont la moitié lui est imputable. Apparue lors du soulèvement contre l'occupation britannique en 1916, l'IRA reprend la lutte armée à la fin des années 1960 face à la discrimination politique et sociale dont est victime la minorité catholique d'Irlande du Nord, province restée britannique après le traité de 1921. L'IRA multiplie les actions terroristes auxquelles répondent par la violence l'armée britannique et les groupes paramilitaires protestants. En 1997, l'IRA déclare un cessez-le-feu unilatéral tandis que Sinn Féin, sa branche politique, s'engage dans un processus de paix débouchant sur l'accord du Vendredi Saint du 10 avril 1998, qui rétablit une semi-autonomie pour la province et le partage du pouvoir entre communautés.

2005
Ratification de l'ALEAC, accord de libre-échange entre les Etats-Unis et l'Amérique centrale


Lancées à l'initiative des Etats-Unis, les négociations sur l'Accord de libre échange de l'Amérique Centrale (ALEAC ou CAFTA, Central American Free Trade Agreement) commencent en janvier 2003. Elles aboutissent, malgré l'hostilité de la société civile en Amérique centrale, à la signature le 17 décembre 2003 d'un accord entre les Etats-Unis et quatre Etats du sous-continent (Salvador, Guatemala, Honduras et Nicaragua), les négociations continuant avec un cinquième, le Costa Rica, qui signe le 25 janvier 2004. La République dominicaine se joint à l'ALEAC le 23 juillet 2004. Le 28 juillet 2005, la Chambre des représentants des Etats-Unis ratifie cet accord, qui ouvre aux exportations des Etats-Unis les marchés d'Amérique centrale. C'est une pièce supplémentaire de la Zone de libre échange des Amériques (ZLEA) voulue par Washington.

2005
Partenariat sur le climat des pays d'Asie-Pacifique


Le 28 juillet 2005, les pays d'Asie-Pacifique, dont deux des plus grands pollueurs de la planète, les Etats-Unis et la Chine, signent un accord sur le climat à Vientiane (Laos). Parmi eux, l'Inde, l'Australie, le Japon et la Corée du Sud. Contrairement au protocole de Kyoto, entré en vigueur le 16 février 2005, aucune limite aux émissions de gaz à effet de serre n'est prévue. Le "Partenariat sur le développement propre et le climat dans la zone Asie-Pacifique" prévoit néanmoins de mettre en commun des informations et des moyens pour développer des énergies plus propres.

1982
Dissolution du SAC en France


Créé en 1959 dans la lignée du service d'ordre du parti gaulliste, le SAC (Service d'action civique), dévoué au Général de Gaulle, est d'abord chargé de contrecarrer par le renseignement l'influence des communistes à tous les niveaux de l'Etat et de l'administration. L'organisation devient au fil des années une police parallèle responsable des basses oeuvres du régime. Au croisement de la raison d'Etat, de la police et du banditisme, le SAC milite pour l'Algérie française et réprime la "subversion gauchiste" à partir de 1968. En 1981, l'inspecteur Jacques Massié, responsable du SAC des Bouches-du-Rhône, est au cœur d'un conflit interne qui menace le mouvement, alors que la gauche arrive au pouvoir. Le 18 juillet 1981, Jacques Massié est assassiné avec cinq membres de sa famille dans sa maison d'Auriol, près de Marseille. Une commission d'enquête parlementaire sera constituée et les responsables condamnés. Le SAC sera dissous par le gouvernement le 28 juillet 1982.

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Friday, July 27, 2007

1945: Ordem 17 organiza Zona de Ocupação Soviética
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Sessão de constituição da Câmara Popular da Alemanha Oriental em 1949
No dia 27 de julho de 1945, apenas dois meses após o fim da Segunda Guerra Mundial, a Administração Militar Soviética emitiu a Ordem 17, dividindo o território alemão sob sua ocupação em áreas com administrações centrais, que se tornariam os estados da Alemanha Oriental, de regime comunista.

Tudo o que aconteceu na Alemanha após 1945 teve sua origem na Segunda Guerra Mundial e na forma como o conflito foi conduzido. O procedimento bárbaro de Hitler e seus seguidores provocou reações dos seus adversários que, inicialmente, eram caracterizadas pela vingança, exigência de reparação e destituição dos alemães do poder.

Principalmente as potências ocidentais viam na história alemã, desde Frederico, o Grande, até Hitler, uma linha contínua marcada pelo imperialismo violento. Com o objetivo de eliminar definitivamente essa forma de domínio, elas planejaram tutelar os alemães e transformar o país num vácuo econômico e político.

É o que provam leis e decretos dessa época, publicados no diário oficial do governo militar dos Aliados. Reuniões públicas e particulares, de cinco ou mais pessoas, por exemplo, eram proibidas. Podiam-se realizar cultos religiosos, mas tocar ou cantar o hino nacional ou outras canções patrióticas era vedado. Todos os cidadãos com mais de 12 anos de idade eram obrigados a portar sempre a carteira de identidade.

Aliados partilham território

Apesar de todas as restrições, o cotidiano e a vida política entraram numa certa rotina, a partir de 1945. Pela chamada Declaração das Quatro Potências, de 5 de junho de 1945, o Conselho de Controle dos Aliados (formado pelos Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética) decidiu criar zonas de ocupação na Alemanha e Áustria, ignorando as divisões político-administrativas internas anteriores.


Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Casa evacuada à força na década de 1970 em Mecklemburgo, junto à fronteira entre as duas AlemanhasEm regra, as novas fronteiras foram fixadas de acordo com as posições ocupadas pelos respectivos exércitos no fim da guerra. Na Alemanha, os Estados Unidos fizeram uma exceção: em julho de 1945, cederam a Turíngia aos soviéticos, o que significou um deslocamento da fronteira alemã.

A Conferência de Potsdam (17 de julho a 2 de agosto de 1945) confirmou a redução de quase 25% do território do antigo império alemão. Nesse encontro, em que Churchill, Truman e Stalin discutiram o futuro da Alemanha ocupada, foi decidido que o território alemão a leste dos rios Oder e Neisse passaria à administração da Polônia, e uma parte da Prússia Oriental, ao controle da União Soviética. Conseqüentemente, o destino da Alemanha do pós-guerra passou a depender das relações entre as potências vencedoras.

A Alemanha foi dividida em quatro zonas de ocupação: os russos, no leste; os ingleses, no noroeste; os franceses, no sudoeste; os norte-americanos, no sul. Berlim, a ex-capital do Terceiro Reich, foi partilhada entre as quatro potências.

Soviéticos organizam antifascismo

Mas nenhum dos países aliados iniciou a ocupação de forma tão bem elaborada quanto a União Soviética. Seu primeiro objetivo era fundar o Partido Comunista da Alemanha (KPD), registrado a 10 de junho de 1945.

"Na zona de ocupação soviética na Alemanha, é permitida a formação e atividade de todos os partidos antifascistas que tenham como objetivo a eliminação definitiva dos remanescentes do fascismo e o estabelecimento dos princípios da democracia, da liberdade e da participação política e o desenvolvimento da iniciativa própria da população nesse sentido", dizia um decreto da Administração Militar Soviética.

Embora nas outras três zonas de ocupação os partidos políticos só fossem autorizados meses mais tarde, uma reorganização política da Alemanha parecia mais do que necessária. A estrutura administrativa estadual e municipal precisava ser urgentemente reformulada.


Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Bandeira e brasão da extinta República Democrática da Alemanha (RDA)Nesse campo, as forças de ocupação tinham objetivos distintos. Os soviéticos apostavam numa enxuta organização antifascista de poder. Já os ingleses e norte-americanos depositavam suas esperanças num amplo processo de democratização, enquanto os franceses queriam transformar sua zona numa extensão do território da França, dependente de seus próprios interesses nacionais. À semelhança dos soviéticos, tinham por meta incorporar sua zona de ocupação.

A nova Alemanha Oriental

Para isso, no entanto, era preciso definir claramente as fronteiras estaduais. A zona soviética instituiu uma nova divisão político-administrativa. Poucas semanas após o fim da guerra, a União Soviética criou cinco novos estados alemães: Meclemburgo, Saxônia, Turíngia, Saxônia e Brandemburgo.

Através da chamada Ordem 17 da Administração Militar Soviética, de 27 de julho de 1945, foram instituídas administrações centrais que serviram de base para um novo regime estatal antifascista. Quatro anos depois, no dia 7 de outubro de 1949, foi fundada a República Democrática Alemã (comunista).



Doris Bulau / gh
DW-WORLD: A arte além do muro

Mais de uma década após a queda do Muro de Berlim, a Nova Galeria Nacional apresenta um panorama da arte na ex-República Democrática Alemã, de regime comunista. Tentativas anteriores de realizar mostras semelhantes acabaram em fiasco. (25/7/2003)

DW-WORLD: 1953: Ulbricht na liderança do partido SED

Líder comunista ficou famoso por negar intenção de construir um muro e depois erguê-lo para separar as duas Alemanhas. Da nossa série Calendário Histórico.

DW-WORLD: Uma faixa verde no lugar da cortina de ferro

A faixa de fronteira que separava a Alemanha Oriental e a Ocidental, antes da queda da Cortina de Ferro, e que permaneceu quase 40 anos inalterada, pode se transformar numa reserva ecológica. A iniciativa tem o apoio de Mikhail Gorbachov, o último chefe de governo da extinta União Soviética. (18/7/2003)

WWW
Externer Link: A expansão soviética após a guerra

© 2007 Deutsche Welle

Thursday, July 26, 2007

1581: Holanda se liberta da Espanha
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Rainha Beatrix ocupa o trono da Holanda desde 1980
No dia 26 de julho de 1581, através da União de Utrecht, a Holanda declarou-se formalmente independente da Espanha. Através dessa União, novas alianças foram feitas entre as províncias holandesas. No entanto, só com o final da Guerra dos 30 Anos, em 1648, a independência da Holanda foi finalmente reconhecida.

As sete províncias do norte dos Países Baixos percorreram um longo caminho até se libertarem da coroa espanhola, a 26 de julho de 1581. A partir daí ainda enfrentaram uma demorada luta pela independência, que só foi reconhecida pela Paz de Vestfália, em 1648.

Tudo começou com Felipe II, que, em 1556, herdou de seu pai, Carlos V, a parte ocidental do império dos Habsburgo, incluindo a Espanha, os Países Baixos e parte da Itália. O príncipe herdeiro tentou manter a integridade de seu território fazendo uso da repressão e da violência.

A emergente reforma protestante foi combatida por meio da inquisição e de uma nova administração eclesiástica, que possibilitou a Felipe II vigiar fortemente a Igreja nos Países Baixos. Com isso, ele não só interveio em questões religiosas como também cortou privilégios da alta nobreza.

A criação de novos impostos e o estacionamento de tropas espanholas nos territórios sob seu domínio causaram irritação, temor e geraram movimentos de oposição. Já em meados dos anos 50 do século 16, o procurador real Antoine de Granvalle havia escrito a seguinte advertência ao monarca: "As tropas devem ser retiradas imediatamente; do contrário, o resultado será uma revolta."

Quando o rei lhe deu ouvidos, em 1561, era tarde demais. O fosso entre os subalternos e o monarca tornara-se profundo. Em meados dos anos 60, ocorreram protestos em massa. Uma onda calvinista combinada com agitação social inundou o país.

O rei reagiu com o envio de uma "expedição de castigo" comandada pelo temido duque Alba. Milhares de oposicionistas foram processados e executados, muitos deles fugiram, principalmente para os territórios inacessíveis da costa norte, que se transformaram em centros da resistência.

Um dos líderes da oposição foi Guilherme, o Taciturno, da casa de Orange, que havia sido nomeado por Felipe II para governar as províncias de Utrecht, Zelândia e Holanda. A oposição aristocrata, inicialmente católica e fiel ao rei, nada mais exigia além da preservação de seus direitos e privilégios tradicionais. Somente durante a longa guerrilha contra as tropas espanholas cristalizaram-se três tendências: radicalização, confissionalização e regionalização.

Inicialmente, a confissão religiosa não dividiu a população. A tendência básica nas províncias rebeldes era favorável a reformas. Diante da intransigência do rei em questões ligadas à fé, com o passar do tempo esse assunto ganhou importância nacional. As províncias valonas do sul, dominadas por forças aristocratas católicas mais conservadoras, fundaram em 1579 uma união para a preservação da fé católica e fecharam um acordo de paz com Felipe II.

As províncias do norte, calvinistas-burguesas, criaram sua própria união - a República Unida da Holanda. Na prática, isso significou a separação da Espanha. Oficialmente, porém, as Províncias Unidas só proclamaram sua autonomia em relação à monarquia espanhola, a 26 de julho de 1581, num manifesto publicado em Haia.

"Acreditamos que um príncipe é imposto por Deus aos seus subalternos, principalmente para protegê-los de toda injustiça. Se, em vez disso, ele lhes rouba velhas liberdades, privilégios e direitos baseados no costume e os humilha como escravos, não deve mais ser considerado príncipe e, sim, um tirano. Por isso, seus subalternos têm o direito de desobedecê-lo, abandoná-lo e eleger outro líder máximo para substituí-lo", dizia o documento.

Com essa declaração de autonomia, a ruptura com a Espanha estava irreversivelmente consumada. A luta pela independência, porém, ainda se arrastou por aproximadamente sete décadas. Em seu início, a chamada Revolta dos Países Baixos foi um movimento esporádico, durante o qual diferentes grupos sociais e religiosos lutaram entre si, bem como contra seus governantes Habsburgo.

Embora heterogêneas, as sete províncias rapidamente se fundiram numa potência européia. Seu poderio militar foi reforçado, em parte, por recursos oriundos da expansão comercial e territorial além-mar.

Segundo Paul Kennedy, autor do livro "Ascensão e Queda das Grandes Potências", entre 1598 e 1605, anualmente, uma média de 25 navios partiram para a África Ocidental, 20 para o Brasil, 10 para as Índias Orientais e 150 para as Caraíbas.

Em 1600, os 70 mil rebeldes holandeses eram apoiados por um exército constituído por 43 companhias inglesas, 32 francesas, 20 escocesas, 11 valonas, nove alemãs e apenas 17 holandesas, treinado por Maurício de Nassau. Mesmo assim, os Países Baixos só conquistaram sua soberania a 30 de janeiro de 1648, por um acordo de paz especial assinado com a Espanha.

Rachel Gessat / gh | © 2007 Deutsche Welle

Wednesday, July 25, 2007

1957
Proclamation de la République en Tunisie
Après l'indépendance de la Tunisie, en mars 1956, la forme monarchique de l'Etat avait été maintenue bien que les pouvoirs du bey de Tunis aient été considérablement réduits. Le 25 juillet 1957, l'Assemblée constituante dépose le bey, proclame la République et en désigne comme président Habib Bourguiba, père de l'indépendance et homme fort du pays.

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1934: Nazistas assassinam ditador da Áustria
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Dollfuss tornou-se ditador com o apoio de milícias
Adepto do fascismo, Dollfuss esforçou-se em manter a Áustria independente da Alemanha. Acabou vítima de uma tentativa fracassada de golpe nazista em 25 de julho. A anexação desejada por Hitler se consumaria mais tarde.

O fim da Primeira Guerra Mundial e a conseqüente desintegração do Império Austro-Húngaro esteve longe de proporcionar paz à primeira república da Áustria. Inicialmente, formou-se um governo de união nacional, com representantes de todos os partidos, liderado pelo social-democrata K. Renner.

Assim como na Alemanha e na Itália, a fome, a escassez de carvão, a alta inflação e o desemprego do período pós-guerra instauraram um ambiente de inquietação social e dificuldade para a consolidação de um novo regime político. Após dois anos de coalizão, o Partido Social Cristão rompeu sua aliança com o Social Democrata. Renner ainda conseguiu manter-se no governo até 1922, quando então os social-cristãos assumiram o poder.

Luta de classes literal

O país alpino fervia com o crescimento do movimento operário social-democrata e a conseqüente reação das forças conservadoras. Rapidamente multiplicaram-se por todo o país milícias armadas, inclusive esquerdistas. Não raro, as ruas das cidades transformavam-se em praça de guerra, com choques entre os grupos, resultando em mortes e feridos.

Em 1927, os social-democratas ficaram indignados com a absolvição dos acusados de matar um homem e uma criança num confronto em Schattendorf e, durante um protesto em Viena, no dia 15 de julho, incendiaram o Palácio de Justiça. A polícia reprimiu com violência. Saldo: quase 90 mortos e mil feridos.

O episódio enfraqueceu os social-democratas e fortaleceu as milícias conservadoras, que aumentaram sua pressão contra o regime parlamentarista. Em 1929, o Congresso Nacional cedeu e aprovou uma mudança constitucional, atribuindo mais poderes ao presidente, inclusive o de dissolução do Parlamento para convocação de novas eleições. A crise econômica mundial de 1929 só agravou a situação, alimentando as forças nacionalistas.

Dollfuss no poder

Em 1932, Engelbert Dollfuss assumia a chefia de governo. Ex-combatente da Primeira Guerra Mundial, o filho de agricultores estudou Direito e engajou-se no movimento social-cristão ainda como universitário. Sua ascensão no partido foi rápida, sendo nomeado ministro da Agricultura em 1931.

O líder social-cristão não escondia sua simpatia pelo fascismo de Benito Mussolini na Itália. Por outro lado, temia a ingerência do alemão Adolf Hitler no destino do país alpino. O ditador nazista chegara ao poder na Alemanha em janeiro de 1933, ganhando plenos poderes depois das eleições de 4 de março.

Ditadura nos Alpes

Coincidência ou não, o 4 de março também definiu o novo rumo da política austríaca. Naquele dia, Dollfuss dissolveu o Conselho Nacional e pôs fim à primeira democracia parlamentarista da Áustria. Meses depois, mais uma cartada para garantir seu poder, afastando seus adversários à esquerda e à direita: proibiu o Partido Comunista da Áustria (KPÖ) e a seção austríaca do Partido Nacional-Socialista Alemão (NSDAP), de Hitler. Em fevereiro de 1934, depois de um levante, o veto atingiu também o Partido dos Trabalhadores Social-Democratas.

Externamente crescia a pressão de Hitler para anexar o país vizinho. Para isto, o regime nazista promovia atentados e sabotagens na Áustria. Em resposta, Dollfuss foi buscar proteção no apoio de Mussolini, assinando com o ditador italiano, em março, um protocolo estreitando os laços entre os dois países. Em maio, Dollfuss anunciava a constituição de um Estado, de partido único, a Frente Patriótica.

A tentativa de golpe

O ápice da onda de terror nazista seria atingido em 25 de julho de 1934. Disfarçados de soldados do Exército e policiais, 154 agentes da SS de Hitler invadiram a sede do governo austríaco em Viena. No ataque, Dollfuss, que já havia escapado de um atentado no ano anterior, terminou atingido por dois tiros e morreu.

Ao mesmo tempo, outro grupo de golpistas entrava nos estúdios de transmissão da rádio estatal Ravag e divulgavam a notícia de que Dollfuss havia passado o governo a Anton Rintelen. O golpe nazista estava se consumando na Áustria.

No entanto, em parte do país houve forte resistência e, após dias de combate, que resultaram na morte de quase 150 pessoas, o levante nazista estava desfeito. Treze rebeldes foram executados e cerca de 4 mil golpistas presos. Outros fugiram para a Iugoslávia.

Kurt Schuschnigg foi escolhido para assumir o governo e, em 1935, Rintelen foi condenado à prisão perpétua por traição à pátria. A vitória dos nacionalistas austríacos foi, porém, apenas provisória. Hitler não deu sossego ao novo governo, conseguindo finalmente a anexação da Áustria à Alemanha em 1938.


Marcio Weichert | © 2007 Deutsche Welle

Tuesday, July 24, 2007

1953: Ulbricht na liderança do partido SED

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O comunista chegou a chefe de Estado da RDA
No dia 24 de julho de 1953, Walter Ulbricht tornava-se primeiro-secretário do SED, partido único da Alemanha comunista. Político ficou conhecido por construir o Muro de Berlim.

"Ninguém está querendo erguer um muro." Esta é a frase mais conhecida de Walter Ulbricht, membro fundador do Partido Socialista Unitário da Alemanha (SED) e, durante muito tempo, líder do partido e chefe de Estado da República Democrática Alemã (RDA).

A construção do Muro de Berlim, em 1961, consolidou definitivamente o poder de Ulbricht, tantas vezes ameaçado. Mas, como uma espécie de fênix, ele tinha o dom de sair fortalecido das situações difíceis. Foi o que aconteceu no verão de 1953. Alguns meses antes, o regime do SED havia afundado numa profunda crise, por causa do plano imposto por Ulbricht de "edificação planejada do socialismo" na Alemanha Oriental.

A forte pressão política e econômica provocou fugas em massa. Entre 15 mil e 23 mil pessoas abandonavam a RDA por mês, em direção ao Ocidente. Quando, no início de junho, os líderes do SED deram mais uma cambalhota política, sob as ordens do Kremlim, o descontentamento da população foi geral. No dia 17 de junho de 1953, houve um levante popular contra a falta de liberdade e a burocracia excessiva, que acabou sendo derrotado sob a pressão do Exército e dos tanques soviéticos.

Oposição generalizada

A conversa de Ulbricht com alguns trabalhadores, no dia 23 de junho, soa como puro sarcasmo: "Todas as ordens foram cumpridas pontualmente, sim? No Exército Popular, sim? Além disso, ainda estão por aqui de reserva uns tanques soviéticos, para que os... hm... opositores não tenham qualquer sombra de dúvida. Espero que tirem uma lição disso, sim? Então está bem, eu desejo tudo de bom para vocês e... até logo, até logo."

Não apenas a população, mas também os próprios partidários do SED tentaram rebelar-se neste junho de 1953. Na reunião do Politburo do dia 6 de junho, os opositores de Ulbricht o instaram a fazer uma revisão geral de sua política, independente das imposições da União Soviética. Falava-se numa "ditadura Ulbricht", e foi formada uma comissão para elaborar propostas de reforma.

No dia 26 de junho, os camaradas foram bem diretos. Rudolf Herrnstadt, redator-chefe do jornal Neues Deutschland, perguntou: "Desculpe, Walter, ter que dizer isso, mas não seria melhor você entregar imediatamente a direção do partido?" Nesta reunião, foi sugerido ao Comitê Central que se abolisse o secretariado e a função de secretário-geral. Se tivessem vingado, estas sugestões significariam a destituição de Ulbricht. Entretanto, a situação acabou revertendo a seu favor, com a ajuda dos camaradas soviéticos.

Mantido com apoio soviético

Em 3 de julho, quando todos estavam reunidos para discutir sobre o novo esquema de liderança do partido, apareceu inesperadamente uma autoridade soviética dizendo que a URSS incentivava o funcionamento do Comitê Central através de vários secretários, que deveriam ser subordinados ao primeiro-secretário, responsável pela coordenação geral.

Com este forte apoio, Ulbricht virou completamente o jogo. Conseguiu, com ajuda da polícia secreta russa, tirar os opositores do poder. Assim, o caminho ficou livre, e Ulbricht foi nomeado primeiro-secretário do Comitê Central no dia 24 de julho de 1953.

A era Ulbricht terminou em 1971, quando seu herdeiro político, Erich Honecker, assumiu seu cargo.


Rachel Gessat (ms) | © 2007 Deutsche Welle


2006
L'OMC suspend sine die le cycle de négociations commerciales multilatérales
Cinq ans après leur lancement à Doha, les négociations sur la libéralisation du commerce mondial axées sur le développement sont mises en échec en raison d'un blocage persistant sur les questions agricoles. Réunies le 23 juillet, les grandes puissances commerciales ne parviennent pas à trouver d'accord sur la baisse des droits de douane à l'importation et la réduction des subventions agricoles. Le 24 juillet, le directeur général de l'OMC Pascal Lamy suspend sine die les négociations.

2005
João Bernardo Vieira élu président en Guinée-Bissau
Gouvernée depuis l'indépendance (10 septembre 1974) par le PAIGC (Parti africain pour l'indépendance de la Guinée-Bissau et du Cap-Vert), la Guinée-Bissau est dirigée par João Bernardo "Nino" Vieira depuis le coup d'Etat militaire qui a renversé Luis Cabral le 14 novembre 1980. A la fin des années 1990, le pays connaît une période de grande instabilité. Le 7 mai 1999, le président Vieira est renversé par l'ancien général Ansumane Mané. Elu à la présidence le 16 janvier 2000, Kumba Yala est à son tour renversé par un putsch le 14 septembre 2003, après trois ans et demi de gestion erratique. Le 24 juillet 2005, João Bernardo Vieira, se présentant sans étiquette, revient à la tête de l'Etat en remportant le second tour de la présidentielle avec près de 52% des suffrages, devant le candidat du PAIGC Malam Bacai Sanha, arrivé en tête au premier tour.

2005
Lancement de Telesur, chaîne internationale sud-américaine
Pour contrer l'influence des chaînes de télévision internationales telles que l'américaine CNN, quatre pays d'Amérique latine, le Venezuela, l'Argentine, Cuba et l'Uruguay décident de créer une télévision sud-américaine, Telesur. Hugo Chavez, le président vénézuélien lance officiellement la nouvelle chaîne à Caracas le 24 juillet 2005. Le Venezuela détient à lui seul 51% du capital.

1967
Discours du général de Gaulle à Montréal
En voyage officiel au Canada, le général de Gaulle tient à commencer par le Québec et apporter son soutien à cette "partie française" d'Amérique que la France dût laisser aux Anglais au XVIIIe siècle. Le 24 juillet 1967, il prononce un discours imprévu à l'hôtel de ville de Montréal, qu'il conclut ainsi : "Vive Montréal ! Vive le Québec ! Vive le Québec libre ! Vive le Canada français ! Et vive la France !" Ces déclarations, considérées comme un encouragement à la minorité séparatiste, sont très mal accueillies par les autorités canadiennes. Le 26 juillet, le général de Gaulle annule sa visite à Ottawa, la capitale fédérale, et repart pour Paris.

©Documentation écrite RFI

Monday, July 23, 2007

1532: Protestantes ganham liberdade de religião
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Ex-mosteiro de Wittenberg, onde Martinho Lutero residiu a partir de 1524
No dia 23 de julho de 1532, foi assinado o acordo conhecido como Nürnberger Anstand (Paz de Nurembergue). Ele garantia liberdade de religião aos evangélicos que colaborassem na guerra contra os turcos.

Após a fixação das teses da Reforma Protestante, em 31 de outubro de 1517, por Martinho Lutero, ainda demorou muito para que a nova religião se impusesse na Alemanha e obtivesse o reconhecimento da Igreja Católica. Em 30 de maio de 1518, Lutero enviou suas teses ao papa Leão 10º, pois estava convicto de que o papa iria apoiá-lo.

A 3 de janeiro de 1521, Lutero foi oficialmente excomungado da Igreja Católica (Édito de Worms). Numa época em que Estado e Igreja eram fortemente aliados, não tardou para que Lutero e seus seguidores tivessem também os direitos civis cassados, o que acabou acontecendo em 26 de maio de 1521. (rw)

Lutero exilou-se, secretamente, no Castelo de Wartburg, com o apoio de Frederico, o Sábio, príncipe-eleitor da Saxônia. No exílio, Lutero trabalhou no seu maior legado: em dois meses traduziu a Bíblia para o alemão. Em 1518, o reformador havia conhecido aquele que seria seu braço direito no processo da Reforma: o estudioso alemão Philipp Melanchthon.

Carlos 5º, rei da Espanha e imperador do Sacro Império Romano da Nação Germânica a partir de 1530, ordenou aos teólogos católicos a elaboração de uma refutação da confissão dos evangélicos. Esta refutação foi apresentada à Dieta de Augsburg no dia 3 de agosto. Ela exigia apenas submissão dos evangélicos à autoridade da Igreja Romana. Mais do que nunca, tornou-se evidente que as diferenças entre as duas igrejas eram profundas e inconciliáveis.

Ainda em Augsburg, Melanchthon redigiu uma apologia à Confissão. Carlos 5º não a aceitou, por achar que os protestantes deveriam capitular. A Dieta lhes concedeu o prazo até 15 de abril de 1531 para voltarem ao seio da igreja romana e exigiu rigoroso cumprimento do Édito de Worms.

Necessidade de aliança militar

Embora desaconselhada por Lutero, foi constituída em fevereiro de 1531 uma poderosa agremiação política dos príncipes luteranos, denominada Liga de Esmalcalde (em referência à cidade na Turíngia, leste alemão). Porém, em vista do perigo dos turcos às portas do império, em Viena, o imperador dependia da ajuda militar dos príncipes protestantes.

A liberdade religiosa aos protestantes foi tolerada com a assinatura da Paz de Nurembergue, em 23 de julho de 1532. Essa tolerância seria dada até a realização de um concílio da Igreja. O papa Paulo 3º, no entanto, empenhou-se por todos os meios para evitar que este concílio se realizasse em território germânico. O Concílio de Mântua, convocado por Paulo 3º, em 1537, para "exterminar a peste luterana", como ele próprio se expressou, acabou não acontecendo.

Como os nobres protestantes estivessem convictos de que o encontro não seria livre, negaram-se a participar do Concílio de Trento (1545 - 1563), que desencadeou a contra-reforma, no pontificado de Paulo 3º.

Somente a Paz de Augsburg, em 1555, atendeu, de certa forma, aos anseios dos protestantes, pois incluiu a tolerância religiosa nos seguintes termos: os príncipes e cidadãos do império respeitariam a filiação religiosa de cada um e o povo teria a opção de adotar a confissão religiosa do respectivo domínio ou de emigrar a território que tivesse a confissão desejada.

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Mais da metade dos alemães são cristãos. A preferência está dividida quase igualmente entre as principais igrejas — a Católica e a Protestante. Esta última, porém, se distingue por uma grande diversidade.
Comentário
Feedback: Você acha que a divisão da Igreja Cristã entre Católicos e Protestantes ainda é relevante na atualidade?

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© 2007 Deutsche Welle

1992
L'Abkhazie proclame son indépendance
Après une première tentative réprimée en 1989, l'Abkhazie, république autonome du nord-ouest de la Géorgie, proclame sa souveraineté le 23 juillet 1992, quelques mois après l'indépendance de la Géorgie et l'implosion de l'URSS. Le 14 août, la guerre s'engage avec les forces géorgiennes qui investissent l'Abkhazie pour contrer la sécession. Le 27 septembre 1993, les Abkhazes, soutenus par la Russie, reprennent leur capitale Soukhoumi, mettant fin à un conflit qui a fait 10.000 morts et provoqué l'exode de 200.000 Géorgiens. Un accord, signé à Moscou le 14 mai 1994, prévoit la création d'une zone tampon de part et d'autre de la rivière Ingouri où seront déployées des forces russes de maintien de la paix. Séparée de fait de la Géorgie, l'Abkhazie n'a pas été reconnue par la communauté internationale.


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Sunday, July 22, 2007

1946: URSS liberta prisioneiros de guerra alemães

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Combatentes alemães capturados em Estalingrado
Mais de três milhões de prisioneiros de guerra alemães estavam na União Soviética após o término da Segunda Guerra, onde foram obrigados a ajudar na reconstrução do país. Em 22 de julho de 1946, começaram a retornar à Alemanha.

Embora a libertação dos primeiros alemães presos pelos soviéticos ou deportados para a União Soviética pelos Aliados durante o conflito tivesse começado em 1946, o principal contingente retornou ao país dois anos mais tarde, data limite estipulada pelos Aliados.

A cidade de Frankfurt do Oder, no extremo leste alemão, foi o principal ponto de passagem dos retornados. Eles compreendiam milhões de mulheres, homens e crianças expatriadas durante a guerra, além de três milhões de militares alemães aprisionados no Leste Europeu, que pretendiam retornar ao seu país. Seus problemas eram muitos, tanto sociais como psicológicos e econômicos, mas principalmente familiares e de saúde.

Os soldados haviam deixado a Alemanha como heróis enviados por Hitler para o avanço alemão no Leste da Europa e voltavam derrotados para casa. Depois de soltos, logo na chegada ao território alemão, eram cadastrados, recebiam assistência médica e podiam escrever cartas para a família. Milhares morreram de exaustão no primeiro dia de retorno à pátria.

A migração também se dava do oeste para o leste. Mais de cinco milhões de soldados soviéticos esperavam pela repatriação. Uma ordem de Stalin chegou a causar pânico e até suicídios. Ele havia determinado que todos os russos que haviam tido contato com o inimigo – inclusive prisioneiros de guerra – perderiam seus direitos civis. Apesar das garantias concedidas por Moscou, os retornados foram enviados a centros de triagem e banidos para o arquipélago de Gulag, com ou sem julgamento prévio.

Enormes dificuldades na reintegração

Durante a Guerra Fria, a questão dos prisioneiros retornados foi instrumentalizada por ambos os lados. Enquanto o Ocidente protestava, alegando que seus soldados enfrentaram condições desumanas na prisão, o Leste argumentava com a amizade teuto-russa e o sorriso de ex-prisioneiros que voltavam "satisfeitos" para casa.

Hoje, sabe-se que a realidade foi outra. A historiadora Annette Kaminsky relata as dificuldades dos repatriados para a reintegração na sociedade. Doentes, subnutridos e com grandes problemas psicológicos, seus problemas eram ignorados por grande parte da sociedade.

Calcula-se que até o final da Segunda Guerra Mundial, 5,7 milhões de alemães caíram nas mãos dos soviéticos, sendo que 3,3 milhões morreram, em geral nos primeiros dias de cativeiro. Eles eram obrigados a longas marchas a pé, muitas vezes sob a neve ou sob sol forte, sem roupas apropriadas e alimentos suficientes. Quem caísse no caminho, por doença ou exaustão, era executado pelos soviéticos.

A União Soviética havia declarado "criminosos de guerra" os alemães que ainda não haviam sido enviados de volta e os condenou a trabalhos forçados como reparação de guerra ao povo russo. Somente após a intervenção do primeiro chefe de governo alemão, Konrad Adenauer, os últimos puderam retornar para casa em 1955. (rw)


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Saturday, July 21, 2007

1960: Nomeada primeira chefe de governo no mundo

Bandaranaike venceu as eleições no então Ceilão em 1960

No dia 21 de julho de 1960, pela primeira vez na história, uma mulher foi nomeada chefe de um governo, através de uma eleição livre. Com 44 anos de idade, Sirimavo Bandaranaike ocupou o cargo de premiê do Ceilão, atual Sri Lanka, com um mandato de cinco anos.


O Sri Lanka é uma das mais belas ilhas do Oceano Índico e o maior produtor mundial de chá. Seu nome significa "ilha resplandecente". A natureza abençoou este pequeno país com todos os atributos de um paraíso tropical. No entanto, os seus habitantes vivem bem longe da paz paradisíaca, pois desde 1956 os grupos étnicos dos cingaleses e dos tâmeis vêm travando uma sangrenta guerra civil.

Assim, política é uma profissão de risco no Sri Lanka. E Sirimavo Bandaranaike sabia disto por experiência própria: em 26 de setembro de 1959, seu marido, o então primeiro-ministro Solomon Bandaranaike, fora assassinado a tiros diante de seus olhos. Este atentado de um monge budista modificou radicalmente a vida da filha de latifundiário: Sirimavo assumiu a liderança do Partido Liberal e candidatou-se para a sucessão do marido.

Em pouco tempo, ficou conhecida mundialmente como a "viúva chorosa", devido a seus assomos de emoção e lágrimas. Sirimavo contava 44 anos, havia sido educada em colégio de freiras, na melhor tradição da etiqueta colonial britânica, e meticulosamente treinada para o papel de esposa-modelo. Porém, apesar da total inexperiência política, ela tinha, segundo uma nota biográfica, uma meta clara: "Demonstrar ao mundo que a mulher é melhor governante do que o homem".

Postura autoritária e prepotente

Ela venceu as eleições de 1960, em coligação com os partidos marxista-comunistas, tornando-se a primeira mulher do mundo à frente do governo de um país. Porém, contrariando as expectativas, Bandaranaike não adotou o curso da reconciliação e aplainamento das injustiças, mas sim impôs um tom polarizador e uma postura autoritária e prepotente.

Durante os cinco anos seguintes, manobrou os destinos do Sri Lanka em direção do socialismo, numa política de contradições: a estatização rigorosa lado a lado com velhas estruturas de apadrinhamento e favoritismo. Dificuldades econômicas crescentes e as críticas a seu estilo antidemocrático de governo levaram à deposição de Sirimavo em 1965.

Mas, em 1970, ela conseguiu reeleger-se, encabeçando o governo cingalês durante mais sete anos, além de assumir os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa. Tamanho acúmulo de poder acabou por precipitar sua queda.

Em 1980, uma comissão especial de três juízes condenou Bandaranaike por abuso de poder, cassando-lhe os direitos civis. Após sua reabilitação, ela retornou à política, continuando a geri-la como se fosse um negócio de família. Desde 1995, sua filha Chandrika Kumaratunga é a presidente do Sri Lanka, reeleita em 1999. Sirimavo faleceu aos 84 anos de idade em 10 de outubro de 2000, após ter ocupado o cargo de primeiro-ministra do Sri Lanka por três vezes.


Rüdiger Siebert (av)|© 2007 Deutsche Welle

Friday, July 20, 2007

1954: O desaparecimento de Otto John

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Otto John
No dia 20 de julho de 1954, o presidente do Departamento Federal de Defesa da Constituição da Alemanha Ocidental, Otto John, desapareceu sem deixar pistas.

As suspeitas iniciais foram de seqüestro. Dois dias depois, ele declarou, de Berlim Oriental, que havia passado para a RDA em serviço da paz. Mais tarde, John retornou à Alemanha Ocidental.

Este foi o primeiro grande caso de espionagem na Alemanha dividida: em 20 de julho de 1954, celebravam-se os dez anos do atentado frustrado contra Hitler. Na parte ocidental do país, era prestado o culto à memória dos homens e mulheres que morreram apoiando o conde Claus Stauffenberg, acusado da tentativa de assassinato.

Entre os convidados de honra, encontrava-se Otto John, há quatro anos presidente do Departamento Federal de Defesa da Constituição. John e seu irmão Hans faziam parte, em 1944, do grupo de resistência de Stauffenberg. Enquanto Otto conseguiu escapar para o Reino Unido, Hans foi executado pelos nazistas.

Dez anos mais tarde, Otto John fugiu uma segunda vez, desta vez para a República Democrática Alemã. O choque foi tremendo: em meio à Guerra Fria, o vigilante máximo da ordem liberal democrática alemã passara para o campo do inimigo.

Dois dias mais tarde, Otto John revelava num depoimento através da rádio da Alemanha Oriental: "A Alemanha está ameaçada de uma cisão permanente, devido aos conflitos entre o Leste e o Ocidente. É necessária uma ação demonstrativa, para convocar todos os alemães a se empenharem pela reunificação".

Em princípio, as circunstâncias da mudança de lado pareciam obscuras. As primeiras investigações mostraram que John aquartelou-se no setor oriental de Berlim com o médico e amigo Wolfgang Wohlgemuth. O governo da RDA naturalmente temia pela segurança de seus espiões, da mesma forma que os serviços secretos aliados.

O então ministro do Interior, Gerhard Schröder (homônimo do chanceler federal), desmentiu os boatos alimentados pela imprensa: não houvera nenhuma onda de prisões na zona soviética e o ex-chefe da Defesa da Constituição não tinha documentos oficiais em seu poder.

Insatisfação política

Dois dias após esta afirmação de Schröder, Otto John voltou a falar, desta vez num tom mais enérgico, em prol da reunificação do país: "O atrelamento unilateral à política norte-americana pelo chefe de governo Adenauer, a conseqüente remilitarização e a reanimação do nacional-socialismo levarão forçosamente a uma nova guerra".

Em abril de 1955, John concedeu uma entrevista coletiva em Weimar, sob a égide do Comitê Internacional da Resistência Antifascista. Ele afirmou que, antes de sua fuga, conversara com altos representantes de Washington sobre o suposto perigo que vinha do Leste. Ninguém pudera fornecer argumentos convincentes.

Oito meses mais tarde, correu a notícia sensacionalista de que o ex-chefe do órgão de segurança nacional acabara de deixar a Alemanha comunista. Segundo a rádio estatal da RDA, John já vinha, há algum tempo, anunciando a intenção de combater o neofascismo no Ocidente.

O caso John, já tão cheio de contradições, ganhou uma dimensão surrealista. O dissidente afirmou ter sido seqüestrado e pressionado: uma versão que, frente a suas declarações anteriores, só podia soar inverossímil. Em 1956, a Corte Federal de Justiça condenou Otto John a quatro anos de prisão. Entre os que pronunciaram a sentença, estavam juízes ativos durante o regime nazista: o réu os acusou de estarem motivados pelo desejo de vingança.

Em 1958, John foi liberado antes de cumprir toda a pena. Sua luta pela reabilitação pelos tribunais fracassou cinco vezes. Do ponto de vista jurídico, Otto John morreu como traidor da pátria, em 1997.

Marcel Fürstenau (av)|© 2007 Deutsche Welle

Thursday, July 19, 2007

1900: Inauguração do metrô de Paris

No dia 19 de julho de 1900, o primeiro trecho do metropolitano de Paris torna-se atração da Exposição Mundial.

A canção parisiense diz: "Metro, boulot, dodo". Ou seja, "Metrô, trabalho, dormir". Seria pena se o dia-a-dia na capital francesa realmente se reduzisse a estes três pólos. Mas uma coisa é verdade, o "chemin de fer métropolitain", vulgo "metro", desempenha um papel central na vida dos habitantes de Paris.

Diariamente, de 5h30 da manhã até pouco antes da meia-noite, ele garante transporte eficiente aos milhões de habitantes da metrópole às margens do Sena. Atualmente, possui 14 linhas com mais de 350 estações, em grande parte subterrâneas. Os túneis do metrô esburacam as entranhas da capital como um queijo suíço, tornando fácil o acesso a praticamente qualquer ponto da cidade.

Mostra mundial impulsionou construção

Mas isso não foi sempre assim: no dia 19 de julho de 1900, o sistema ferroviário subterrâneo de Paris começou com apenas oito estações da Linha 1. Ela liga a zona leste à oeste: Porte de Vincennes a Porte Maillot. Os trabalhos de construção duraram quase dois anos. As escavações foram pouco profundas, para reduzir os custos, e algumas ruas, como a Saint Antoine, ficaram semeadas de imensas crateras.

A Linha 1 ficou pronta exatamente a tempo para a Expo de Paris. A idéia de construir um sistema de transportes subterrâneos para a metrópole já datava de meados do século 19, como possível solução para seus crescentes problemas de trânsito.

Porém, o advento da mostra mundial foi o impulso decisivo. Pouco após a inauguração do metrô, 130 mil passageiros já o utilizavam diariamente. Atualmente, há cerca de seis milhões de usuários, e os veículos partem a cada três ou cinco minutos, para cobrir a demanda.

Os primeiros trens do metrô tinham três vagões de madeira, com dois tipos de instalações: assentos de couro para a primeira classe e bancos de madeira para a segunda. Somente após um trágico incêndio com muitos mortos e feridos, em 1903, é que se passaram a evitar os materiais facilmente inflamáveis. Desde então, os carros são construídos com metal leve e plástico.

Tradição e novas tecnologias

Cada estação do metrô de Paris tem uma "cara" distinta. Algumas, como a Louvre-Rivoli ou a Saint Paul, foram transformadas numa espécie de museu, com grandes vitrines de exposição. Outras são pintadas com cores vivas, como a Cluny la Sorbonne. Ainda outras têm música ambiente ou transmitem até mesmo curtas-metragens através de monitores, como a Station Europe.

Nas linhas mais recentes, os trens viajam a cerca de 40 km/h, ou seja, quase o dobro da velocidade média das linhas tradicionais. Sobretudo, o novo metrô dispensa o condutor, trafegando de modo inteiramente automático e quase silencioso. Espessas paredes de vidro protegem ainda os passageiros dos trilhos: apenas com a chegada do trem é que as pesadas portas de vidro abrem-se simultaneamente com as do carro. É o metrô do século 21.

Anja Fähnle (av)|© 2007 Deutsche Welle

1992
Assassinat à Palerme du juge anti-mafia Paolo Borsellino
Le 19 juillet 1992, deux mois après l'assassinat du juge Giovanni Falcone en Sicile, Paolo Borsellino, un autre juge du "pool" anti-mafia, est tué à Palerme avec cinq agents de sécurité dans un attentat à la voiture piégée qui fait aussi une trentaine de blessés. Ce nouveau crime, qui révèle la puissance de la mafia sicilienne, suscite la colère des magistrats et de la population, qui accusent l'Etat de n'avoir rien fait pour empêcher cette nouvelle tuerie.

©Documentation écrite RFI

Wednesday, July 18, 2007

1870: Papa infalível
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Infalibilidade só se aplica a questões da fé católica
No dia 18 de julho de 1870, a Igreja Católica adotou o dogma da infalibilidade dos papas.

De acordo com a doutrina da Igreja Católica, o papa não é um ser humano perfeito, mas é infalível quando se pronuncia a respeito de temas concernentes à fé. Ou seja, quando o bispo de Roma fala ou decide oficialmente como pastor de todos os cristãos, em nome da Igreja, ele supostamente não erra. Nessa condição, "ele possui a infalibilidade para decisões definitivas no campo da fé e da ética", diz a doutrina.

O dogma da infalibilidade foi instituído pelo Concílio Vaticano I (1869-70), convocado por Pio IX. O documento "Pastor Aeternus", aprovado a 18 de julho de 1870, estabeleceu a primazia do papa sobre toda a Igreja e definiu sua infalibilidade na doutrina da fé. Na opinião de críticos, trata-se de uma tese controvertida, baseada mais nas ambições políticas de Pio IX do que em fundamentos bíblicos.

O documento conciliar até admite opiniões divergentes no interior da Igreja quanto a questões seculares. Mas, quando as divergências dizem respeito a princípios básicos da fé e da moral, o papa é a instância máxima e, neste caso, vigora o dogma da infalibilidade. As decisões políticas e conclusões científicas não estão sujeitas a essa regra.

Excomunhão para questionadores

A decisão do Concílio Vaticano I transformou o papa, por decreto, em sucessor de Pedro, como primeiro entre os discípulos. O Novo Testamento atribui a Simão Pedro uma posição de destaque entre os apóstolos. Sua sucessão, porém, não é descrita no texto. Ela é resultado da tradição católica.

O Concílio Vaticano I inclusive aprovou a aplicação de sanções contra cristãos que não respeitassem o novo dogma. Até hoje, o católico que se nega a reconhecer o primado de São Pedro sobre os apóstolos e a Igreja é ameaçado de excomunhão. A introdução do dogma da infalibilidade do papa levou muitos católicos a abandonar a Igreja.

O principal adversário e líder da oposição a essa doutrina foi o teólogo alemão Ignaz von Döllinger (1799-1890), que não via fundamento bíblico nem histórico para a infalibilidade do papa. Döllinger não teve muito tempo para propagar suas críticas no interior da igreja: em 1871, foi excomungado publicamente.

O dogma aprovado em 1870 voltou a ser muito discutido no meio religioso e acadêmico em 1998, com a publicação da encíclica "Fé e Razão".

Segundo o filósofo Eduardo Giannetti, essa encíclica só confirma "a incapacidade crônica do Vaticano de demonstrar um mínimo de reconhecimento e adesão às normas elementares da ética do pensar em seus pronunciamentos sobre o mundo e as escolhas humanas. A expressão mais cabal dessa realidade é o espantoso dogma da infalibilidade papal".

"Essa doutrina", continua o filósofo, "estabelece que a palavra do papa é uma verdade última e, portanto, imune a qualquer tipo de debate racional. Desde a sua promulgação, poucos papas se serviram dessa prerrogativa absurda com tanta freqüência e liberalidade quanto o papa João Paulo 2º".



Barbara Fischer (gh)|© 2007 Deutsche Welle

Tuesday, July 17, 2007

It

Monday, July 16, 2007

1907
Décès d'Eugène Poubelle, préfet de la Seine
Après les travaux de prestige d'un Paris en pleine croissance démographique viennent les travaux d'aménagement des quartiers surpeuplés. En 1884, le préfet de la Seine Eugène Poubelle impose par ordonnance aux propriétaires d'immeubles de mettre à disposition de leurs locataires des réceptacles spéciaux destinés à l'évacuation des déchets ménagers, qu'on appellera "poubelles" du nom de leur inventeur. Le terme, devenu d'usage courant comme l'objet, entrera dans le lexique français en 1890.

©Documentation écrite RFI

1945: Testada a primeira bomba atômica
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Bomba norte americana sobre Nagasaki, em agosto de 1945
A 16 de julho de 1945 houve a primeira explosão de uma bomba nuclear. Ela aconteceu no âmbito de um projeto secreto dos EUA chamado Manhattan e desenvolvido na área de testes de Trinity, em Los Alamos, no Novo México.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos criaram um programa nuclear altamente secreto, dirigido pelo cientista Robert Oppenheimer. O objetivo era produzir a primeira bomba atômica.

A fissão nuclear havia sido descoberta em 10 de dezembro de 1938 pelos alemães Otto Hahn, Fritz Strassmann e Lise Meitner. O italiano Enrico Fermi foi uma das pessoas mais importantes no desenvolvimento teórico e experimental da bomba nuclear. Como sua esposa fosse judia, resolveu emigrar para os Estados Unidos para escapar das leis racistas impostas na Itália fascista de Benito Mussolini.

Fermi recebeu o Prêmio Nobel em 1938 por seu estudo da radioatividade artificial. Bombardeando urânio com nêutrons, ele criara novos elementos mais pesados. Fermi havia descoberto que, quando se colocava uma placa de parafina entre a fonte de nêutrons e o urânio, aumentava a radioatividade, pois crescia a chance de o nêutron ser absorvido pelo núcleo de urânio.

Em 1939, os físicos já sabiam que a "água pesada" agia como redutor de velocidade dos nêutrons, como a parafina. A água normal (leve) consiste de dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Na água pesada, dois isótopos de hidrogênio, deutério, se unem ao oxigênio. Água pesada é ainda hoje usada como moderador em reatores nucleares de urânio natural.

Bomba equivaleu a 18,6 mil toneladas de TNT

Em 1939, o húngaro Leo Szilard convenceu Albert Einstein, com quem havia trabalhado em 1919 em Berlim, a relatar ao presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt as pesquisas de armas atômicas feitas pelos alemães. Em conseqüência, foi criado o ultra-secreto programa Manhattan.

Deste projeto resultaria a primeira explosão de uma bomba nuclear na história, a 16 de julho de 1945, no Los Alamos National Laboratory, Novo México. Essa bomba era composta de duas pequenas bolas de plutônio recobertas por níquel e em cujo centro havia um núcleo de berílio e urânio. Para acionar a bomba, havia explosivos e 32 detonadores. A primeira bomba atômica teve uma potência de 18,6 quilotons (um quiloton equivale a mil toneladas de TNT).

Uma torre de 30 metros de altura evaporou-se com a explosão, que abriu ainda uma cratera de 400 metros de diâmetro. Nas semanas seguintes, seguiram-se as construções das bombas Little Boy e Fat Man, que seriam utilizadas em Hiroshima e Nagasaki em 6 e 9 de agosto de 1945.


(rw) | © 2007 Deutsche Welle
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1963: Assinado acordo proibindo testes nucleares

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1879: Nasce Albert Einstein

15 de Julho

1992
Fin du procès du FIS en Algérie
Fondé en février 1989 dans le cadre de la démocratisation, le Front islamique du salut (FIS) réclame une rupture radicale avec l'Etat algérien et l'islam officiel, fondant son discours sur un néo-nationalisme islamiste. La victoire du FIS lors des élections locales de juin 1990, premier scrutin libre en Algérie depuis l'indépendance, consacre son implantation et l'effondrement du FLN, parti unique depuis 1962. En juin 1991, les manifestations quotidiennes du FIS provoquent le report des élections législatives et l'arrestation de centaines de militants islamistes, dont les principaux dirigeants Abassi Madani et Ali Benhadj. Lors des premières élections législatives pluralistes du pays, organisées le 26 décembre 1991, le FIS obtient une très large victoire avec près de 48% des suffrages et se trouve assuré de remporter le second tour. Le 11 janvier 1992, le président Chadli Bendjedid est contraint à la démission par l'armée et le processus électoral suspendu le lendemain. Le FIS est dissous le 4 mars 1992 et ses dirigeants, Abassi Madani et Ali Benhadj, sont condamnés à douze ans de prison le 15 juillet 1992.

©Documentation écrite RFI

1971: Nixon anuncia viagem inédita à China
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Nixon aperta a mão de Mao Tsé-tung
Em 15 de julho de 1971, o presidente norte-americano Richard M. Nixon tornou públicos os planos de uma viagem oficial à China, a convite do primeiro-ministro Chu En Lai. Seria a primeira visita de um presidente dos EUA ao país comunista. Ela viria a concretizar-se em 21 de fevereiro do ano seguinte, com a duração de uma semana.

Em 15 de julho de 1971, o então presidente dos Estados Unidos, Richard M. Nixon, fez a seguinte declaração:

“O anúncio que faço agora está sendo transmitido simultaneamente em Pequim e nos Estados Unidos. Como expliquei em diversas ocasiões nos últimos anos, não poderá haver uma paz estável e duradoura sem a participação da República Popular da China. Por este motivo, tomei várias iniciativas para abrir as portas à melhoria das relações entre nossos países. Seguindo esse objetivo, enviei o secretário de Estado, Henry Kissinger, a Pequim, durante a sua atual viagem internacional. Em nome da República Popular da China, o primeiro-ministro Chu En Lai convidou o presidente Nixon a visitar a China no início do próximo ano. O presidente Nixon aceitou o convite com satisfação.”

Diplomacia cautelosa

A notícia foi uma sensação política. Até então, nenhum presidente americano havia viajado à China. Nixon estava consciente de que a sua decisão seria aplaudida, mas também criticada, no país e no exterior. Já prevendo as especulações inevitáveis que surgiriam na Europa e sobretudo em Moscou, ele fez questão de ressaltar os objetivos da política externa dos Estados Unidos:

”Nossa tentativa de estabelecer um novo relacionamento com a República Popular da China não será feita às custas dos nossos amigos. Nossa política não se dirige contra nenhuma nação específica. Queremos manter relações amistosas com todas as nações. Qualquer país pode ser nosso amigo, sem se tornar inimigo de outro."

Esta observação revela que Nixon foi extremamente cauteloso ao tomar essa iniciativa diplomática. Não foi por acaso que, no mesmo ano de 1972, ainda fez uma visita à União Soviética. Pôde, assim, combater as especulações de que forjava uma nova aliança contra a URSS. Nixon sabia também que a sua viagem à China não significaria o início de uma nova era: ”Não temos a ilusão de que 20 anos de inimizade serão eliminados com uma semana de conversações".

Tropeços na política interna

Em 1971 Nixon estava acuado, no que diz respeito à política interna. Nas pesquisas de opinião pública, perdia terreno para os seus adversários democratas Edmund Muskie e George McGovern. Nessa situação, dependia mais do que nunca de um êxito na política externa. No plano nacional, porém, o 37º presidente dos EUA continuou sem sorte. Excessivamente ambicioso, envolveu-se no escândalo de Watergate, que lhe custaria o cargo, três anos após ser reeleito.

Em seu discurso de renúncia, em 8 de agosto de 1974, Richard Nixon resumiu as diretrizes da sua política externa em relação a Moscou, Pequim e Vietnã com as seguintes palavras: "Encerramos a mais longa guerra com envolvimento dos Estados Unidos. Mas agora temos de estruturar a paz, para que mais tarde se possa dizer que essa geração de norte-americanos não só pôs fim à guerra, como também impediu futuros conflitos."

Reconhecimento posterior

Quando faleceu, a 22 de abril de 1994, seu mérito político internacional era mundialmente reconhecido. Seus sucessores – Gerald Ford, Jimmy Carter, Ronald Reagan, George Bush e Bill Clinton – ressaltaram os êxitos da sua política de paz para o Oriente Médio e o Vietnã e, naturalmente, o fato de ter aberto o caminho para a aceitação da China na comunidade internacional.

Jimmy Carter foi quem exaltou de maneira mais evidente a decisão, anunciada por Nixon a 15 de julho de 1971, de viajar à China no ano seguinte: “Suas visitas históricas à China e à União Soviética prepararam o caminho para uma normalização das relações entre os nossos países e resultaram nos tratados Salt II, que assinamos com os soviéticos”.


Dirk Ulrich Kaufmann (gh)|© 2007 Deutsche Welle
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Saturday, July 14, 2007

Julliette

1789: Queda da Bastilha
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Rei Luís 16 da França
A monarquia francesa assistiu ao seu declínio no dia 14 de julho de 1789, quando o símbolo do regime absolutista, a Bastilha, foi tomado pela população, que exigia reformas no sistema político do país.

"O sol nasceu às 4h08 daquela terça-feira, dia 14 de julho de 1789, e, apesar da luminosidade, a cidade anunciava um dia encoberto e frio naquele verão, no qual os termômetros marcavam 12 graus pouco antes do meio-dia."

O trecho acima é parte da edição do dia 16 de julho de 1789 do Journal de Paris. Mas, ao contrário do clima frio que dominava a cidade, a atmosfera do lado de dentro dos muros estava esquentando cada vez mais, pois um terremoto político estava prestes a abalar as estruturas do reino francês. Já há alguns dias o clima se mostrava tenso, mas o dia 14 representou o auge da Revolução Francesa.

A monarquia absolutista que reinava na França daquela época caracterizou-se por seu enriquecimento às custas da camada baixa da população, o chamado Terceiro Estado ou os "comuns".

Um exemplo dessa exploração era a cobrança dos impostos em todo o país: tanto o clero quanto a nobreza eram isentos da tributação, paga, por sua vez, pelo Terceiro Estado. O acúmulo de riqueza do governo francês se mostrava, por exemplo, em sua sede, o Palácio de Versalhes, construído por Luis XIV, o "Rei Sol".

Escassez de alimentos aumentou a insatisfação

Como os gastos do governo eram excessivos, o déficit orçamentário se avolumava, somando, na época da revolução, aproximadamente 5 bilhões de libras. Com as péssimas colheitas do ano anterior e o rigoroso inverno em dezembro daquele ano, a escassez de alimentos e as revoltas populares começaram a ser tornar cada vez mais constantes.

Como a nobreza não abrisse mão de seus privilégios, o rei Luis 16 foi forçado a convocar a Assembléia dos Estados Gerais, que deveria reunir representantes de todas as camadas sociais. Em sua primeira sessão, no dia 5 de junho de 1789, os parlamentares se depararam com o problema da "questão do voto".

Enquanto o clero e a nobreza defendiam a utilização do voto separado, por Estado, a camada popular defendia o voto por cabeça, já que ela representava 95% da população. Sem um acordo, a terceira camada se autoproclamou Assembléia Nacional, no dia 17 de junho de 1789, passando mais tarde, a 9 de julho, a uma Assembléia Constituinte.

As revoluções populares, iniciadas por causa da fome generalizada da população, culminaram no dia 14 de julho de 1789, quando os "comuns" decidiram se armar contra seus governantes. O Terceiro Estado, que englobava desde artesãos até médicos e advogados, invadiu a Bastilha, prisão política e símbolo máximo da tirania absolutista, matando seus guardas e libertando os presos.

Depois da Queda da Bastilha, a Assembléia Constituinte aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, inspirada na declaração norte-americana. Entre outros, ela defende a liberdade de expressão, afirmando que todos podem falar, escrever e imprimir livremente seus pensamentos, devendo, porém, responder pelos abusos desta liberdade.



(tj)|© 2007 Deutsche Welle

Friday, July 13, 2007

2006
Inauguration de l'oléoduc Bakou-Tbilissi-Ceyhan (BTC)
L'oléoduc reliant la mer Caspienne à la Méditerranée, de Bakou (Azerbaïdjan) à Ceyhan (Turquie) via Tbilissi (Géorgie), long de 1765 km, est officiellement inauguré à Ceyhan le 13 juillet 2006 par les présidents d'Azerbaïdjan, de Géorgie et de Turquie, en présence de nombreux chefs d'Etat. Sa construction, initiée en 1994, est lancée en octobre 2001 par un consortium de onze compagnies pétrolières autour de British Petroleum, détenteur de 30% des parts et responsable de la conception et de la réalisation du projet. Soutenu par l'Union européenne et les Etats-Unis qui cherchent à diversifier leurs sources énergétiques, le projet a coûté plus de 4 milliards de dollars. Le BTC assurera une nouvelle ligne d'approvisionnement en pétrole, indépendante du Moyen-Orient et de la Russie, et contournant leurs territoires.

Documentation écrite RFI


1841: Segunda Convenção Londrina sobre o Império Otomano

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Ponte sobre o Estreito de Bósforo em Istambul
No dia 13 de julho de 1841, as potências européias assinaram um acordo que proibia navios não turcos de navegar pelos estreitos de Dardanelos e de Bósforo.

O vice-rei do Egito, Mohammed Ali, levou em duas ocasiões o Império Otomano à beira da dissolução e as grandes potências européias a uma grave crise internacional. Em 1832, Mohammed Ali anexou a Síria que, como o Egito, era uma província do Império Otomano, e logo avançou com as suas tropas até as portas de Istambul.

Somente uma intervenção da Rússia salvou o governo otomano de uma derrota completa. Em conseqüência, a Turquia tornou-se praticamente um protetorado da Rússia, que assegurou então aos seus navios de guerra o direito de atravessar os estreitos de Bósforo e de Dardanelos, o que era tradicionalmente proibido aos outros países.

Em 1839, voltou a ocorrer um confronto militar entre o sultão e o seu vassalo infiel. E, mais uma vez, Mohammed Ali conseguiu impor-se militarmente. O diplomata prussiano Helmuth von Moltke, emissário na Turquia há vários anos, constatou na época: ”Quem acompanha atentamente o desenrolar dos acontecimentos no Oriente não pode negar que o império turco precipita-se no despenhadeiro da ruína com uma velocidade cada vez maior. Considerando as conseqüências imprevisíveis que um desaparecimento repentino do Império Otomano da comunidade internacional geraria, não se pode censurar a política européia, que procura adiar o máximo possível tal catástrofe”.

Faltou consenso na Europa

Enquanto a Prússia, a Áustria, a Rússia e a inglaterra concordavam que o Império Otomano deveria ser apoiado, a França tomou o partido dos rebeldes egípcios. Na primavera setentrional de 1840, as cinco potências tentaram em vão encontrar uma solução, numa conferência em Londres.

Sem apoio da França, as demais quatro potências aprovaram, em julho de 1840, a primeira Convenção Londrina, dando um ultimato para o restabelecimento do poder do sultão na Ásia Menor. Mas somente a intervenção da frota inglesa é que obrigou o vice-rei egípcio à capitulação definitiva e à retirada da Síria.

O chefe do governo francês, muito indignado com essa afronta, viu-se obrigado a ameaçar as outras potências com guerra, por pressão da opinião pública. Contudo, a ameaça era militarmente pouco realista. A França não teria condições de enfrentar sozinha as quatro outras potências no campo de batalha. O rei francês Luís Felipe 1º demitiu seu chefe de governo pouco depois e cedeu na questão.

Sem participação da Turquia

Em julho de 1841, chegou-se então a um consenso de todas as potências européias na Segunda Convenção Londrina, que regulava também a questão dos estreitos marítimos:

"Artigo 1º: Sua Alteza o Sultão declara da sua parte que está firmemente decidido a manter no futuro o princípio básico fixo e imutável como velha regra do seu império, por força do qual é proibida em qualquer época aos navios de guerra das potências estrangeiras o cruzamento dos estreitos marítimos de Dardanelos e do Bósforo, e enquanto o governo turco encontrar-se em paz, Sua Alteza não permitirá a entrada de nenhum navio de guerra estrangeiro nos citados estreitos marítimos. E Suas Majestades o imperador da Áustria, o imperador da Rússia, o rei dos franceses, a rainha da Grã-Bretanha e o rei da Prússia unem-se para observar esta resolução do Sultão e para preservar a conformidade com o princípio básico acima mencionado…"

Com isso, foi atribuído oficialmente à Turquia o papel de guardiã dos estreitos marítimos. Porém, as duas convenções londrinas, ambas aprovadas sem a participação do governo turco, deixaram uma coisa clara: o antes poderoso Império Otomano tornara-se um fantoche nas mãos das potências européias.

Mas também as relações de força entre as grandes potências haviam sofrido uma alteração. A influência russa em Istambul foi enfraquecida pelo documento; a Turquia passou a buscar cada vez mais o apoio da Inglaterra. O bom entendimento entre britânicos e franceses ficou prejudicado, e a reputação da França sofreu arranhões por seu comportamento durante a crise.


Rachel Gessat (am) | © 2007 Deutsche Welle

Thursday, July 12, 2007

2005
La frontière entre le Bénin et le Niger définie par la Cour internationale de justice
Le 12 juillet 2005, la Cour internationale de justice (CIJ) basée à La Haye, définit de façon irrévocable la frontière entre le Bénin et le Niger. Optant pour une ligne qui rejoint les points les plus profonds du lit des fleuves Niger et Mekrou séparant les deux pays, la Cour attribue neuf îles au Bénin et seize au Niger, dont l'île fertile de Lété.

©Documentation écrite RFI

12 de Julho

Wednesday, July 11, 2007

2002
L'îlot du Persil, crise entre l'Espagne et le Maroc
Le 11 juillet 2002, une douzaine de gendarmes marocains s'installent sur l'îlot inhabité du Persil, à 160 mètres des côtes du Maroc, pour y installer un poste de surveillance. Confetti de l'empire espagnol en Afrique, l'îlot rocheux, appelé "Perejil" par l'Espagne et "Leila" par le Maroc, a hérité d'un statut international ambigu lors du processus de décolonisation. Selon Madrid, Perejil, qui n'appartient à aucune entité administrative espagnole, doit rester démilitarisé en vertu d'un accord tacite passé avec le Maroc. De son côté, Rabat considère que l'îlot est situé dans ses eaux territoriales et lui a été rendu en 1956, à la fin du protectorat espagnol sur la zone nord du royaume. La crise s'inscrit dans un contexte de tension entre le Maroc et l'Espagne, dont les discussions achoppent depuis des années sur la pêche, le Sahara occidental ou l'immigration clandestine. Le 17 juillet, après plusieurs demandes de retrait appuyées par l'Union européenne, l'Espagne envoie ses troupes récupérer l'île, intervention que Rabat dénonce comme une "déclaration de guerre". Une médiation américaine sera nécessaire et aboutira le 20 juillet à l'accord de Rabat, au terme duquel l'îlot doit rester démilitarisé et retrouver le statu quo ante.

©Documentation écrite RFI


1968: Estréia alemã de "Era uma Vez no Oeste"
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Uma das antológicas imagens de 'Era uma vez no Oeste'
No dia 11 de julho de 1968, estreou nos cinemas alemães o filme "Era uma Vez no Oeste", dirigido por Sergio Leone. O filme se tornou um clássico não só pelo seu enredo espetacular, mas também pelo elenco (Charles Bronson, Claudia Cardinale e Henry Fonda) e sua música (Ennio Morricone).

Três homens numa estação ferroviária, à espera de alguém. De quem, o espectador no cinema não sabe. Os minutos correm. O suor dos homens contagia os espectadores, o suspense torna-se quase insuportável. Gotas d’água e moscas transformam-se em instrumentos de tortura. As imagens em close up dominam a tela.

Então, o primeiro diálogo:

– Onde está Frank?

– Frank não tinha tempo.

– Vocês têm um cavalo para mim?

– Ha, ha, olhando em volta, eu só vejo três. Será que temos um a menos?

– Vocês têm dois a mais.

O próprio início de "Era uma vez no Oeste" tornou-se legendário, um mito do cinema moderno. E a ele somava-se uma trilha sonora incomparável: poucas composições na história do cinema foram tão marcantes como a composta pelo italiano Ennio Morricone. Sob diversos aspectos, "Era uma Vez no Oeste" consagrou-se como um clássico do cinema e um modelo de filme: música, encenação, direção, fotografia – em tudo isso, o filme criou um novo padrão em 1968.

Com o seu filme "Por um Punhado de Dólares", o diretor Sergio Leone inventara o gênero denominado de spaghetti western, o qual ele próprio consolidaria com duas continuações. Com "Once Upon a Time in the West" (título original de "Era uma Vez no Oeste"), Leone voltou a criar uma obra-prima de caráter próprio, mesclando a mitologia do faroeste americano com a ópera européia.

"Era uma Vez no Oeste" é a narração de uma viagem a um país distante, que se chama Estados Unidos da América. Mas refere-se a uma "Atlântida", a um paraíso perdido. Leone trouxe da sua viagem as imagens da terra prometida, imagens de um anseio, de um sonho. Ele interligou essas imagens com os recursos de uma forma mediterrânea de expressão artística, a ópera. No seu dicionário do filme de faroeste, o crítico Joe Hembus atribuiu a "Era uma Vez no Oeste" tanta afinidade com Giuseppe Verdi como com John Ford.

A história narrada pelo filme é bastante conhecida. O caladão Charles Bronson, cujo personagem não tem nome no filme, busca vingança. Quando criança, ele fora envolvido num ritual macabro de assassinato, sendo obrigado a tocar uma canção na gaita enquanto o seu pai era enforcado.

Paralelamente, Leone conta também a história da conquista do Oeste pela ferrovia, a história da linda prostituta Jill (Claudia Cardinale), do bandido Frank (Henry Fonda) e do velhaco de boa índole Cheyenne (Jason Robards), em imagens belíssimas e diálogos lacônicos, que são tão simples como verossímeis:

– Ninguém sabe o que o futuro trará. Por que eu estou aqui? Eu quero a fazenda ou a mulher? Não. Você é o motivo. E vai me dizer agora, quem você é!

– Algumas pessoas morrem de curiosidade.

Isso se confirma no final. O nobre Henry Fonda, que em toda a sua longa e bem-sucedida carreira anterior sempre encarnara o mocinho, sucumbe sobre o chão poeirento. Morto por Charles Bronson, que quase sempre fazia o papel do malvado. Também essa inversão de papéis foi um choque para os espectadores da época.

Em "Era uma Vez no Oeste" juntava-se muita coisa e eram muitas as interpretações possíveis naquele ano de 1968. Capitalismo e revolução, cultura clássica e cultura pop americana, mitologia grega e ópera, amor e tragédia: ou seja, cinema na sua forma mais pura e perfeição original, além de uma música que, ainda hoje, dá um arrepio na espinha.

Jochen Kürten |© 2007 Deutsche Welle

Tuesday, July 10, 2007

1962: Nasa lança ao espaço o primeiro satélite de comunicações
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:
Em 10 de julho de 1962, a Nasa lançou o Telstar I, o satélite que permitiu a primeira transmissão ao vivo de imagens de televisão entre os Estados Unidos e a Europa.

Durante os anos da guerra fria, o choque causado pelo bem-sucedido lançamento do Sputnik pelos soviéticos aumentou o interesse dos Estados Unidos pelo desenvolvimento de pesquisas aeroespaciais. Logo após o lançamento daquele que ficaria conhecido como o primeiro satélite artificial da Terra, em 1957, os americanos iniciaram suas tentativas com satélites de comunicações. Esses circundavam o planeta em órbitas elípticas ou circulares e tinham por objetivo melhorar os serviços de telecomunicações, como telefones, rádio e televisão.

O primeiro satélite que os Estados Unidos colocaram no espaço de forma eficiente chamou-se Score e foi lançado em dezembro de 1958. Através dele, o então presidente Dwight D. Eisenhower enviou uma mensagem de Natal para todo o mundo. Mas o Score ficou apenas alguns meses no espaço sideral. Sua enorme superfície e a órbita muito próxima da Terra fizeram com que se incendiasse após apenas 500 voltas em torno do planeta.

Primeiro programa intercontinental

A idéia da transmissão de informações através de satélites era antiga. Já em outubro de 1945, o matemático e visionário Arthur C. Clarke publicou um artigo sobre o assunto na revista especializada Wireless World. Sua idéia era aproveitar a imensidão do espaço para a transmissão de informações, com base num sistema de satélites usados como suporte.

A idéia virou realidade em 10 de julho de 1962, quando partiu da base de lançamento de Cabo Canaveral, na Flórida, o foguete com o primeiro satélite comercial para transmissões, o Telstar I. De forma arredondada, o satélite tinha um diâmetro de 88 centímetros e pesava 77 quilos.

Sua energia era produzida por 3600 células solares. Treze dias depois do lançamento, aconteceu a primeira transmissão ao vivo de um programa de televisão entre os Estados Unidos e a Europa.

A Alemanha foi um dos países que participaram das transmissões, com imagens ao vivo mostrando trabalhadores de um alto-forno da área industrial de Duisburg, no oeste alemão. Do ponto de vista da qualidade, as imagens eram extremamente primitivas para os parâmetros atuais.

Tempo limitado de transmissão

Também as imagens ao vivo de Manhattan e da Ponte de São Francisco chegavam tremidas ao televisor, mas ao menos davam a sensacional impressão de se estar assistindo a um acontecimento do outro lado do mundo.

A qualidade das imagens transmitidas entre os dois continentes, em 1962, estava anos-luz distante da atual. Além disso, o tempo de transmissão era restrito a 30 minutos, devido à baixa órbita do satélite.

A partir do protótipo, foram lançados mais de 15 mil satélites na órbita terrestre, desde a década de 60, a maioria para fins militares e científicos.



Klaus Feldkeller (rw )|© 2007 Deutsche Welle

2006
Première conférence euro-africaine sur l'immigration clandestine
Réunis pour deux jours à Rabat (Maroc), les ministres de 57 pays d'Europe et d'Afrique adoptent un plan d'action comprenant 62 recommandations sur les questions de sécurité et de développement liées à l'immigration clandestine en Europe. Le plan prévoit notamment la mise en place de systèmes efficaces de réadmission des émigrants illégaux, le renforcement des capacités de contrôle des frontières nationales, une coopération judiciaire et policière opérationnelle ainsi que des incitations financières et fiscales aux diasporas africaines à participer au co-développement de leur pays d'origine.

2006
Mort du chef rebelle tchétchène Chamil Bassaïev
Chamil Bassaïev, chef de la guérilla indépendantiste tchétchène, meurt le 10 juillet 2007 dans l'explosion accidentelle d'un camion chargé d'une bombe, en Ingouchie. En lutte contre les autorités russes depuis la première guerre de Tchétchénie (1994-96), proche de la mouvance islamiste, il avait orchestré des actions terroristes comme les prises d'otages du théâtre de la Doubrovka à Moscou (octobre 2002) ou de l'école de Beslan en Ossétie du Nord (septembre 2004), débordant la Tchétchénie où les troupes russes sont déployées depuis octobre 1999.

2005
Kourmanbek Bakiev, leader de la "révolution des tulipes", élu président au Kirghizstan
L'élection présidentielle du 10 juillet 2005 voit la victoire, avec 88,9% des voix, de Kourmanbek Bakiev, président par intérim depuis la révolution kirghize et la démission d'Askar Akaïev qui avaient suivi les élections législatives de mars 2005. Respectant l'accord passé avec son principal rival, Félix Koulov, il le nomme Premier ministre mais impose la reconduction du gouvernement en place.

1997
Enlèvement de Miguel Angel Blanco par ETA
Jeune conseiller municipal d'Ermua, au Pays basque, Miguel Angel Blanco, figure locale du Parti populaire au pouvoir à Madrid, est enlevé le 10 juillet 1997 par ETA. L'organisation séparatiste basque donne deux jours au gouvernement de José Maria Aznar pour rapatrier au Pays basque les quelque six cents prisonniers basques dispersés en Espagne. L'enlèvement puis l'assassinat, deux jours plus tard, de Miguel Angel Blanco suscite une très grande émotion et d'immenses manifestations contre le terrorisme basque dans tout le pays. Les responsables seront condamnés le 30 juin 2006 à cinquante ans de prison.

1947
L'errance de l'Exodus
Le 10 juillet 1947, le navire "President-Warfield" quitte le port de Sète (sud de la France) à destination de la Palestine, alors sous mandat britannique, avec à son bord plus de 4500 Juifs rescapés des camps de la mort candidats à l'émigration. Rebaptisé en mer "Exodus 1947", en hommage à la marche de Moïse et de son peuple vers la Terre promise, le bateau approche des côtes palestiniennes lorsqu'il est attaqué le 17 juillet par des navires de guerre britanniques puis conduit à Haïfa. Les passagers, considérés comme immigrants clandestins, sont transférés dans trois bateaux qui reprennent sous escorte la direction de la France, où ils refusent de descendre, puis de Hambourg, en Allemagne, où ils sont débarqués de force le 8 septembre pour être conduits dans des camps de réfugiés. L'errance de l'"Exodus" suscitera un vaste mouvement de sympathie envers les réfugiés juifs et jouera un rôle important dans le revirement diplomatique qui aboutira à la création de l'Etat d'Israël.


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