Efemérides

Friday, August 31, 2007

1997 - La princesse Diana trouve la mort dans un accident à Paris Aux premières heures du 31 août 1997, la princesse Diana, ex-épouse du prince Charles d'Angleterre, et Dodi al-Fayed, fils du milliardaire égyptien Mohammed al-Fayed, qui vivaient une romance depuis plusieurs mois, trouvent ensemble la mort dans un terrible accident. Suivie comme souvent par des paparazzis, leur voiture, lancée à toute vitesse et conduite par un chauffeur en état d'ébriété, s'écrase contre un pilier d'un tunnel parisien. Le chauffeur et Dodi al-Fayed sont tués sur le coup. La mort de Diana, qui succombe à l'hôpital quelques heures plus tard des suites de ses blessures, bouleverse le monde entier. 1957 - Indépendance de la Malaisie La colonisation britannique débute en 1786 avec l'acquisition de l'île de Penang, l'occupation de Melaka en 1795 et l'achat de Singapour en 1819 permettant le contrôle des détroits. Des traités de protectorat sont ensuite conclus avec les sultanats de la péninsule jusqu'en 1914. Créée en 1946 à la fin de l'occupation japonaise, l'Union malaise, qui devient la Fédération de Malaisie en 1948, réunit neuf sultanats malais, Penang et Melaka. Indépendante au sein du Commonwealth le 31 août 1957, la Fédération intègre en 1963 les deux Etats de Sarawak et Sabah, situés sur l'île de Bornéo, ainsi que Singapour, à son tour indépendante en 1965. 1907 - La Triple Entente Plusieurs accords bilatéraux conclus entre la France, le Royaume-Uni et la Russie sont réunis et signés le 31 août 1907, donnant naissance à la Triple Entente. Construit afin d'équilibrer les forces dans une période conflictuelle face à la Triple Alliance, formée en 1882 par l'Allemagne, l'Autriche-Hongrie et l'Italie, ce jeu d'alliances précipitera l'Europe dans la guerre en 1914. ©Documentation écrite RFI
1943: Nazistas fecham o jornal "Frankfurter Zeitung" Em 31 de agosto de 1943, o jornal "Frankfurter Zeitung", cuja relativa independência era tolerada para dar um tom liberal ao regime de Hitler, foi fechado pelos nazistas. A última edição do jornal Frankfurter Zeitung foi publicada em 31 de agosto de 1943, quando o órgão que dava um tom liberal ao regime nazista foi proibido de circular por ordem pessoal do ministro da propaganda Joseph Goebbels. O jornal econômico republicano-liberal da era Bismark teve de parar as rotativas depois de dez anos de atividade sob o emblema oficial do partido nazista e do Terceiro Reich. O Frankfurter, como era carinhosamente chamado pelos leitores, fora o diário de maior destaque da República de Weimar e era um incômodo constante para os nazistas. Tanto mais surpreendeu o fato de que ele continuara circulando depois de 1933. Fritz Sänger, à época correspondente em Berlim e depois de 1945 diretor da agência de notícias dpa, lembra que durante o nazismo toda a imprensa alemã foi amordaçada. Uma exceção era o Frankfurter Zeitung que, ao lado de alguns outros jornais, tentou combater o regime. Hitler acreditava que esses jornais serviriam de cartão de visita do nazismo no plano internacional. Independência tolerada – O alinhamento da imprensa alemã com o nazismo, portanto, não era total, como freqüentemente se afirma. Goebbels tolerava uma certa independência do Fankfurter Zeitung para tornar o nazismo socialmente aceitável nos meios burgueses. O ministro da Propaganda esperava que a circulação do jornal servisse de prova da liberalidade do regime no exterior. O alto nível dos artigos publicados pelo jornal era garantido por exemplo por autores como o futuro presidente da Alemanha, Theodor Heuss, e os publicistas Walter Dirks, Karl Korn e Dolf Sternberger. No caderno de cultura escreviam esquerdistas-liberais como Walter Benjamin, Ernst Bloch, Hermann Hesse ou Siegfried Kracauer. Segundo Fritz Sänger, praticamente não ocorreram mudanças na equipe de redatores após a tomada do poder pelos nazistas. "Alguns, porém, foram demitidos, porque eram judeus. Outros foram embora. Vieram alguns novos, mas em apenas um caso foi desmascarado um membro do partido nazista, que logo sumiu. A redação, portanto, era um círculo fechado em que não ocorriam traições." Os redatores do Frankfurter, no entanto, aceitaram passivamente a demissão dos colegas judeus e a faxina étnica na empresa. Como órgão de oposição, o jornal oscilava entre o oportunismo e uma certa autonomia. Com o início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, a redação começou a silenciar. Refúgio intelectual – Conteúdos subversivos somente eram publicados pelo folhetim num estilo de linguagem bem diferente do anti-semitismo vulgar de um observador popular e serviam de refúgio intelectual para os leitores não nazistas. Segundo Dolf Sternberger, à época redator do Frankfurter Zeitung, apesar de usar uma série de malabarismos para escapar da censura, a direção do jornal foi obrigada a fazer concessões humilhantes ao nazismo. Alguns jornalistas do Frankfurter até mesmo fortaleceram o regime com seu trabalho. Uma das versões correntes sobre a causa do fechamento do jornal foi a publicação de um artigo criticando as obras de Paul Ludwig Troost, um dos arquitetos preferidos de Hitler. Outra versão é um artigo publicado em 23 de março de 1943 e que apresentou o co-fundador do movimento nazista, Dietrich Eckart, mentor de Hitler e criador do slogan "Acorda Alemanha!", como indivíduo sem caráter e classificou sua obra literária como um amontoado de frases. Mencionou também que Eckart era um dependente de morfina. Algumas semanas depois, o jornal foi proibido de circular, mas não em função da publicação do perfil de Eckart e, sim, devido aos paralelos que traçou com o morfinismo de Hermann Göring. Oficialmente, o regime alegou que o fechamento do jornal devia-se à medidas de economia de guerra. Na realidade, o papel representativo do Frankfurter Zeitung para o exterior havia se esgotado em 31 de agosto de 1943. O comportamento da Alemanha na Segunda Guerra Mundial e os horrores de Auschwitz dispensavam qualquer tentativa de vender uma imagem liberal do regime nazista. Michael Marek (gh) © 2007 Deutsche Welle

Thursday, August 30, 2007

1945: Sarre tornou-se francês

Curva do Rio Sarre em forma de ferradura é atração turística


No dia 30 de agosto de 1945, o Estado alemão do Sarre, no sudoeste do país, foi anexado à França por uma tropa de ocupação. Somente 12 anos depois, um plebiscito decidiu pela reintegração do território à Alemanha.


Os líderes políticos das potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, Stálin, Churchill e Roosevelt, permitiram em 1945 que a França participasse das tropas de ocupação da Alemanha derrotada. O governo estadual da região do Sarre foi dissolvido e passado a um comando militar francês, no dia 30 de agosto de 1945, sob as ordens de Gilbert Grandval, ex-comandante da Resistência.
A França pretendia a separação do estado do Sarre do resto da zona de ocupação francesa na Alemanha, mas a intenção foi barrada pela União Soviética. Depois de muita discussão, optou-se finalmente por um modelo de união econômica e pela autonomia restrita.
No dia 26 de dezembro de 1946, a França fechou a fronteira do pequeno estado de 2.570 quilômetros quadrados com a Alemanha. Foi permitida a criação de partidos políticos e incentivado o desenvolvimento da região, levando em conta os interesses de Paris.


Integração econômica e monetária
O então ministro francês das Relações Exteriores encarregou o governador militar Grandval de formar uma comissão que elaborasse uma constituição, baseada nas constituições de outros estados alemães. Não sem antes impor como objetivo de longo prazo a integração à França, através de um memorando no qual constava:
"O Sarre deverá ser anexado à França dos pontos de vista econômico e político-monetário, por isso terá que adaptar sua alfândega e as questões de direito monetário à França, receberá autonomia política, deixará ao encargo da França as relações exteriores e questões de sua defesa, e receberá um comissário francês com jurisprudência para garantir esta aproximação econômica."
Alguns partidos tentaram em vão diminuir a influência francesa. Outros reivindicaram um plebiscito, categoricamente rejeitado pelo administrador Grandval.


Habitantes temeram anexação
Em 1950, formou-se uma resistência às estreitas relações econômicas com a França e contra a desnacionalização dos habitantes. O governo militar tentou acalmar a população: "Queremos que o Sarre se torne um país soberano como Luxemburgo. Graças ao potencial industrial e ao trabalho de seu povo, as condições dos seus habitantes poderiam se igualar às de Luxemburgo. Não há dúvidas quanto às intenções da França. Jamais se pretendeu a anexação. O que a França quer é a prosperidade desta região em vista de uma aproximação com Paris. Queremos um Sarre soberano."
Em outubro de 1955, entretanto, a maioria da população acabou por manifestar em plebiscito o desejo de reintegração na República Federal da Alemanha.

Gérard Foussier (rw) © 2007 Deutsche Welle

Wednesday, August 29, 2007

2005 - L'ouragan Katrina dévaste La Nouvelle-Orléans

Annoncé depuis plusieurs jours aux Etats-Unis, l'ouragan Katrina atteint l'Etat de Louisiane le 29 août 2005, inondant La Nouvelle-Orléans à 80%. Les habitants avaient été sommés de quitter la ville par leurs propres moyens mais 300.000 personnes se retrouvent isolées par les eaux. 20.000 d'entre elles sont regroupées dans le Superdome jusqu'au 3 septembre. Au total, on dénombrera 1302 victimes. Le cœur historique de la ville est dévasté, les dégâts sont considérables. L'ouragan a momentanément bloqué un quart de la production pétrolière américaine et aura des conséquences très graves pour l'environnement de la région. La mauvaise gestion de la catastrophe à tous les niveaux de responsabilité choque l'opinion américaine et mondiale. Le 9 septembre, le responsable de la FEMA (Agence fédérale de gestion de l'urgence), Michael Brown, est contraint à la démission.

©Documentation écrite RFI

1991: Proibido o Partido Comunista da URSS

Boris Ieltsin em agosto de 1991

No dia 29 de agosto de 1991, o Soviete Supremo proibiu as atividades do Partido Comunista em toda a União Soviética. Iniciou-se uma luta pelo poder, trazendo mudanças de lideranças através de eleições livres.
"O que é o poder soviético? Pela primeira vez no mundo, o poder soviético está organizado entre nós, na Rússia, de tal forma que somente os operários, somente os camponeses trabalhadores – com a exclusão dos exploradores – podem formar organizações de massa: os sovietes. E a esses sovietes é dado todo o poder soviético. Esta é a razão pela qual a palavra 'soviete' é agora não apenas entendida, mas também popular e prezada em todo o mundo pelos operários, por todos os trabalhadores. E é a razão que torna o poder soviético inevitável, inexorável e que fará com que ele vença em todo o mundo, num futuro não muito longínquo…"
Foi assim que o líder e primeiro chefe do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), Vladimir Ilitch Ulianov – chamado de Lenin, descreveu na primavera de 1921 o sistema social da União Soviética, fundada três anos antes. No entender de Lenin, os sovietes – ou seja, conselhos – eram idênticos com o Partido Comunista da União Soviética.
O PCUS surgiu em 1903, a partir da ala majoritária bolchevique do Partido Operário Social Democrata Russo, que era liderada por Lenin. Quando os bolcheviques se impuseram, no ano revolucionário de 1917, eles deram à sua organização bem estruturada e disciplinada o nome de Partido Comunista Geral Russo.
"Acerto de contas" de Stalin
Depois da Segunda Guerra Mundial e um ano antes da morte de Stalin, ele se tornou definitivamente o Partido Comunista da União Soviética. Após a morte de Lenin em 1924, o seu sucessor Stalin, obcecado pela mania de perseguição, fez um acerto de contas com os companheiros mais próximos do primeiro líder soviético, como Trotski e Sinoviev.
Stalin fez um grande expurgo no próprio partido, que custou dezenas de milhares de vidas e significou banimento e pena de trabalhos forçados para centenas de milhares. Mas a vitória na Segunda Guerra Mundial trouxe ao partido de Stalin um aumento maciço do número de filiados.
Os sucessores de Stalin foram Nikita Krutchov e, a partir de 1964, Leonid Brejnev. Após a morte do secretário-geral Brejnev, em novembro de 1982, o comando do PCUS foi assumido inicialmente por Yuri Andropov, então chefe do serviço secreto soviético, que faleceu depois de 15 meses no poder.
Como novo chefe do Kremlin foi escolhido então o ex-chefe de gabinete de Brejnev, Konstantin Tchernenko – mas também a sua era durou pouco, terminando com a sua morte em março de 1985. O sucessor escolhido foi, desta vez, o membro mais jovem do politburo do PCUS, Mikhail Gorbatchov.
Temor por privilégios ameaçados
Na época da fundação por Lenin, o PCUS contava com cerca de 470 mil integrantes. Durante a era de Gorbatchov, o número total de filiados aumentou para cerca de 20 milhões. Mas também o iniciador da perestroika e da glasnost tinha a ilusão de que seria possível criar um Estado democrático com o Partido Comunista. E assim ocorreu o inevitável: os beneficiários do antigo sistema stalinista rebelaram-se ao ver ameaçados os seus privilégios.
Gorbatchov entendeu tarde demais o que o seu sucessor Boris Ieltsin já havia compreendido há muito: que a revolução sem êxito dos altos escalões tinha sido seguida por uma revolução bem sucedida nas bases. Esta manifestava-se pela ira em relação ao partido, cujo domínio durante sete décadas fora marcado por opressão, embuste, falsidade democrática e incompetência econômica. Foi o presidente russo Boris Ieltsin quem dissolveu e proibiu o PCUS, no dia 29 de agosto de 1991, poucos dias depois do fracassado golpe de Estado contra Gorbatchov.
Os cerca de 75 anos de existência do PCUS podem ser resumidos em cinco personalidades históricas: Lenin, Stalin, Krutchov, Brejnev e Gorbatchov. E foi o próprio Krutchov quem constatou – durante o legendário 20º Congresso do PCUS, em 1956, quando se fez a desmitificação de Stalin – serem o comunismo e a democracia sistemas políticos que se excluem reciprocamente.

Ewald Rose (am) © 2007 Deutsche Welle

Tuesday, August 28, 2007

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Monday, August 27, 2007

1953: Concordata entre Franco e a Santa Sé

Assinada concordata entre Santa Sé e Madri, que permitiu ao regime do ditador espanhol Francisco Franco romper isolamento internacional.

Na primavera espanhola de 1939, o ditador Francisco Franco proclamou o fim da guerra civil de três anos. Ele classificou sua vitória sobre as tropas republicanas como uma vitória do cristianismo. Numa missa de ação de graças na Igreja de Santa Bárbara, em Madri, Franco depositou simbolicamente sua espada diante do altar: “Senhor, aceite de bom grado os esforços deste povo, que sempre lhe pertenceu e que, comigo e em vosso nome, venceu com grande heroísmo o inimigo da verdade neste século. Dai-me a vossa ajuda para conduzir este povo à completa liberdade do vosso reino, para a vossa glória e a glória da vossa Igreja”.
E, de fato: à parte de raras exceções, a Igreja Católica da Espanha estava em peso do lado dos golpistas de Franco. Houve, pois, enorme satisfação, quando o "generalíssimo" assumiu o poder no país, em 1939. Também o recém-eleito papa Pio XII congratulou o ditador vitorioso de maneira efusiva: “Elevando o nosso coração a Deus, juntamente com Vossa Excelência, expressamos nossa profunda gratidão pela vitória que ansiávamos, da Espanha católica. Desejamos que, depois de lograr a paz, esse país – que nos é tão caro – dê nova força à sua velha tradição católica, que o fez tão grande. Concedemos Vossa Excelência e a todo o nobre povo espanhol nossa bênção apostólica”.
Baluartes do franquismo
Ao lado dos militares e dos latifundiários, a Igreja continuou sendo um dos principais baluartes da ditadura franquista – mesmo quando o país foi internacionalmente boicotado, após o término da Segunda Guerra Mundial. A maioria das nações retirou seus embaixadores da Espanha e a ONU recusou a filiação espanhola. Mas, no início da década de 50, em face da Guerra Fria, o boicote começou a se desfazer paulatinamente. Os Estados Unidos iniciaram negociações com a Espanha sobre uma cooperação econômica e militar.
Era esta a situação internacional, quando a Santa Sé assinou uma concordata com o Estado espanhol, em 1953. A concordata – uma espécie de tratado entre a Santa Sé e o governo do país signatário – regula as questões de política eclesiástica, por exemplo, os limites das dioceses, a ocupação das cátedras episcopais, mas também assuntos relacionados às leis matrimoniais, à educação ou às ajudas financeiras do Estado para o trabalho da Igreja.
Prerrogativas da Igreja Católica
Na concordata de 1953, a Igreja e o Estado espanhol fizeram amplas concessões mútuas. A Igreja recebeu privilégios extraordinários de Franco. O catolicismo foi designado como única religião da Espanha. Foi concedida à Igreja Católica uma enorme influência na área educacional, nas escolas e nos currículos escolares. Dificultou-se muito a realização de casamentos exclusivamente civis. Eventuais julgamentos de padres, monges e freiras deixaram de ser da alçada da Justiça comum.
Em contrapartida, foi dada ao ditador a prerrogativa da indicação dos bispos, um direito que fora concedido tradicionalmente à monarquia espanhola. Através da nomeação de adeptos da sua linha política para as cátedras pontifícias, Franco esperava uma ligação mais estreita dos bispos com o Estado e impedir qualquer oposição ou simpatia com a oposição – por exemplo, com os movimentos de autonomia no País Basco ou na Catalunha.
Passo para o reconhecimento internacional
Roma aprovou tal acordo, que na verdade contrariava a sua política, porque Pio XII tinha grande conformidade com a política eclesiástica de Franco. Para o ditador, a concordata significou uma espécie de justificativa tanto para a política interna como para a política exterior. Ela atuou como um aval da Igreja Católica para o Estado espanhol e foi um passo decisivo para romper o isolamento internacional do regime de Franco. Depois disto, os EUA assinaram uma aliança econômica e de defesa com a Espanha, no outono setentrional de 1953, e – dois anos depois – a Espanha foi aceita na ONU.

Rachel Gessat (am) © 2007 Deutsche Welle

Sunday, August 26, 2007


1921: Assassinado pacifista alemão

Matthias Erzberger pagou com a vida a sua assinatura no acordo que encerrou a Primeira Guerra Mundial

No dia 26 de agosto de 1921, foi assassinado, em Bad Griesbach, na Floresta Negra, o político pacifista Matthias Erzberger. Os criminosos, de uma organização radical de direita, fugiram da Alemanha.




Uma assinatura o tornou o homem mais odiado no Reich alemão. No dia 11 de novembro de 1918, como chefe da delegação alemã na França, ele havia assinado o acordo de paz que encerrou a Primeira Guerra Mundial. Três anos mais tarde, foi morto a tiros por um grupo extremista.
Num atentado anterior, em janeiro de 1920, Erzberger – então ministro das Finanças – ficara apenas ferido. No dia 26 de agosto de 1921, então, enquanto fazia uma caminhada durante as férias na Floresta Negra, foi morto por dois ex-oficiais da Marinha, que logo fugiram para o exterior.
Retornaram mais tarde, beneficiados com uma anistia assinada pelos nazistas, que perdoava os "crimes cometidos em nome do interesse nacional". Já durante a República de Weimar, muitos consideraram o assassinato um "ato heróico".
O jornal luterano Christliche Welt chegou a observar: "É terrível a satisfação com que pessoas que se dizem cristãs aplaudiram a notícia da morte. Tranqüilamente, comemoram nas estradas, nos trens e em casa!"
"Traidor do povo"
O jurista Erzberger, principal inimigo da direita alemã na época, era deputado no Reichstag pelo Partido de Centro, de orientação católica. As inimizades iniciaram-se quando aceitou participar da comissão de negociação de paz. Em 1914, no início da guerra, ainda acreditava no potencial da Alemanha, mas, já em 1917, começou a defender a capitulação.
A gota d'água foi seu discurso de rejeição do pedido de crédito para financiar a máquina de guerra, em julho de 1917. A direita ficou em polvorosa quando ele sugeriu que seria mais barato construir hospícios para os "loucos" da direita alemã do que continuar financiando a guerra.
O vice-chanceler Karl Helfferich jamais o perdoou por isso. Ainda mais que o "traidor do povo" havia permitido que a dívida nacional aumentasse de 5 para 153 bilhões de Reichsmark. Foi iniciada uma campanha de debilitação moral, em que o acusaram de perjúrio e sonegação de impostos, enquanto ocupava o Ministério das Finanças. O processo não resultou em nada, mas sua imagem política sofreu um grande desgaste.
Erzberger estava desacreditado diante da opinião pública e renunciou ao Ministério. Em junho de 1920, foi reeleito deputado federal, mas foi morto antes de assumir o cargo, no ano seguinte. Seus assassinos foram condenados somente depois de 1945, a 12 e 15 anos de prisão.

Rachel Gessat (rw) © 2007 Deutsche Welle




2006
Accord de cessation des hostilités en Ouganda
Le gouvernement ougandais et la rébellion de l'Armée de résistance du Seigneur (LRA) signent, le 26 août 2006 à Juba, capitale du Sud-Soudan, un accord mutuel de cessation des hostilités. Entré en vigueur le 29 août, cet accord vise à mettre fin à dix-huit ans d'une guerre civile qui a fait près de 100.000 morts et déplacé 2 millions de personnes dans le nord de l'Ouganda. Dirigée par le "prophète" Joseph Kony, qui affirme vouloir instaurer "le règne des dix commandements" en Ouganda, la LRA fait régner la terreur dans le nord du pays depuis la fin des années 1980 en enlevant des milliers d'enfants, transformés en soldats ou en esclaves sexuels. Le chef de la LRA, réfugié dans la clandestinité, est visé par un mandat d'arrêt émis par la Cour pénale internationale pour crimes de guerre et crimes contre l'humanité.
2005
Investiture de Pierre Nkurunziza, président du Burundi
Le 26 août 2005, l'investiture de Pierre Nkurunziza, élu président du Burundi par le Parlement le 19 août, met fin à quatre ans de transition politique entamée après douze ans de guerre civile. Ancien rebelle hutu, Pierre Nkurunziza dirigeait les Forces pour la défense de la démocratie (FDD) avant de signer la paix avec le gouvernement et d'y entrer en 2003. Orphelin de père suite aux massacres interethniques de 1972, Pierre Nkurunziza s'était engagé dans la rébellion après les tueries de 1995 à l'université de Bujumbura. Le 4 juillet 2005, l'ancien mouvement rebelle transformé en parti, le Conseil national pour la défense de la démocratie (CNDD), triomphe aux législatives.
1977
La Charte de la langue française au Québec
Face à la prédominance croissante de l'anglais au Québec, dont la population est majoritairement francophone, le gouvernement du Parti québécois fait adopter le 26 août 1977 la Charte de la langue française, dite "loi 101". La Charte impose le français, langue officielle du Québec, dans tous les domaines de la vie publique (législation, justice, administration et organismes parapublics, travail, commerce, affaires et enseignement) et prévoit la création d'organismes chargés de normaliser la terminologie et de contrôler l'application de cette politique linguistique.

©Documentation écrite RFI

Saturday, August 25, 2007

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Friday, August 24, 2007

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Thursday, August 23, 2007

2006 - Réapparition de Natascha Kampusch, disparue en Autriche huit ans plus tôt

Le 2 mars 1998, une petite fille de 10 ans, Natascha Kampusch, avait disparu sur le chemin de l'école près de Vienne. Cette affaire, qui avait provoqué une grande émotion en Autriche, connaît son dénouement avec la réapparition de la jeune fille huit ans plus tard. Le 23 août 2006, elle réussit à échapper à son ravisseur, Wolfgang Priklopil, qui l'avait enfermée dans un réduit caché sous sa maison. Celui-ci se jette sous un train le jour-même.


1927 - Exécution de Sacco et Vanzetti aux Etats-Unis

En avril 1920, deux employés transportant la paie d'une entreprise sont assassinés à South Braintree (Massachusetts) par deux hommes qui prennent la fuite. Dans le climat xénophobe et anti-révolutionnaire qui domine aux Etats-Unis, deux anarchistes italiens immigrés, Nicolas Sacco et Bartolomeo Vanzetti, sont arrêtés. Jugés coupables en dépit des preuves de leur innocence, les deux hommes seront exécutés à Boston le 23 août 1927 malgré une active campagne internationale en leur faveur. Sacco et Vanzetti seront réhabilités en 1977 par le gouverneur du Massachusetts Michael Dukakis.

©Documentation écrite RFI
1572: A Noite de São Bartolomeu


Gravura da época registrou os horrores da 'Noite de São Bartolomeu'

Noite de 23 para 24 de agosto de 1572: os sinos da catedral de Saint Germain-l’Auxerrois fazem o prenúncio do dia de São Bartolomeu – um mártir.

Na Noite de São Bartolomeu de 1572, os católicos massacraram os huguenotes na França. Somente em Paris, três mil protestantes foram exterminados nessa noite. A violência estava espalhada por todo o país, o número de huguenotes mortos foi de dezenas de milhares.
Poucos dias antes, era calmo o ambiente na capital. Celebrara-se um matrimônio real, que deveria encerrar um terrível decênio de lutas religiosas entre católicos e huguenotes. Os noivos eram Henrique, rei de Navarra e chefe da dinastia dos huguenotes, e Margarida Valois, princesa da França, filha do falecido Henrique 2º e de Catarina de Médici.
Margarida era irmã do rei Carlos 9º. Alguns milhares de huguenotes de todo o país – a nata da nobreza francesa – foram convidados a participar das festas de casamento em Paris. Uma armadilha sangrenta, como se constataria mais tarde.

Casamento sobre o Sena
A guerra entre católicos e protestantes predominou na França durante anos, com assassinatos, depredações e estupros. E agora, um casamento deveria fazer com que tudo fosse esquecido?
O casamento não foi realizado na catedral. O noivo protestante não deveria entrar na Notre Dame, nem assistir à missa. Diante do portal ocidental da catedral, foi construído um palco sobre o rio Sena, no qual celebrou-se o casamento. Margarida não respondeu com um "sim" à pergunta, se desejava desposar Henrique, mas fez simplesmente um aceno positivo com a cabeça. Como era comum na época, o casamento tinha motivação exclusivamente política.
No século 16, o maior esteio da França não era o rei, mas sim a Igreja. E ela estava inteiramente infiltrada pela nobreza católica. Uma reforma do clero significaria, ao mesmo tempo, o tolhimento do poder dos príncipes. Assim, a nobreza – tendo à frente os Guise – buscava a preservação do status quo.

Casamento forçado seguido de atentado
Os Guise – a linhagem predominante na França – observavam com profunda desconfiança a cerimônia ao lado da Notre Dame. O casamento foi realizado por determinação da poderosa rainha-mãe Catarina de Médici – uma mulher fria, detentora de um marcante instinto de poder.
Poucos dias depois da cerimônia, almirante Coligny sofreu um atentado em rua aberta. O líder huguenote teve apenas ferimentos leves. Ainda assim, os huguenotes pressentiram uma conspiração. Estava em perigo a trégua frágil, lograda através do casamento. Por trás do atentado, estavam os Guise e Catarina de Médici.
O casamento era parte de um plano preparado a longo prazo. Carlos, o rei com olhar de louco, ficou furioso ao saber do atentado a Coligny, que era seu conselheiro e confidente. Os católicos espalharam então o boato de que os huguenotes estavam planejando uma rebelião para vingar-se do atentado.

Começa o plano diabólico
O rei Carlos foi pressionado por sua mãe, Catarina. Carlos vacilou, ficou inseguro. Mas cedeu, finalmente, e ordenou a execução de Coligny. E exigiu, de repente, um trabalho completo: não deveria sobrar nenhum huguenote que pudesse acusá-lo posteriormente do crime.
Coligny foi assassinado com requintes de crueldade na noite de São Bartolomeu. Com ele, milhares de pessoas que professavam a mesma fé.
Henrique de Navarra sobreviveu à noite de São Bartolomeu nos aposentos do rei, que tinha dado a ordem para o massacre. Henrique teve de renegar a sua fé e foi encarcerado no Louvre. Quatro anos mais tarde, ele conseguiu fugir. Retornou ao seu reino na Espanha e, anos depois, subiu ao trono francês.
Henrique, que permaneceu católico, mas irmão espiritual dos huguenotes, concedeu-lhes a igualdade de direitos políticos através do Édito da Tolerância de Nantes. Uma compensação tardia para os huguenotes. Henrique defendia a coesão do país: "A França não se dividirá em dois países, um huguenote e outro católico. Se não forem suficientes a razão e a Justiça, o rei jogará na balança o peso da sua autoridade."

Oliver Ramme (am) © 2007 Deutsche Welle

Wednesday, August 22, 2007

1920: Estréia o Festival de Salzburgo

Sede de um dos mais importantes festivais do mundo: Salzburgo

Muitos conhecem a história de Jedermann, o pecador rico que acredita poder comprar tudo com o seu dinheiro, até que a morte o convence do contrário.
"O que deseja de mim, meu Deus? Quer acertar as contas comigo e sem demora. Não estou de maneira alguma preparado para fazer tal prestação de contas. Sou um homem rico e poderoso, a questão tem de ser adiada – não!"
A apresentação de Jedermann (qualquer um) marca, todos os anos no verão europeu, o início do Festival de Salzburgo, a cidade barroca austríaca. Ao lado do teatro, o programa do festival cultural – que está entre os mais caros e importantes do mundo – inclui também inúmeros concertos e encenações de óperas. Todos os anos, mais de seis milhões de visitantes acorrem à cidade, hóspedes bem-vindos, pois os negócios ligados ao turismo são responsáveis por cerca de um quarto de toda a renda da cidade.
Em 1920, por ocasião do primeiro festival, os hóspedes ainda não eram tão bem aceitos, como mostra um registro da época:"01/07/1920 – O governo estadual de Salzburgo determinou uma restrição das visitas de estranhos e a direção do Festival de Salzburgo comprometeu-se a não fazer nenhuma propaganda das apresentações em cidades estrangeiras. Trens especiais, em direção a Linz, Viena, Zell am See e Bad Ischl, deverão fazer com que os hóspedes partam sem delongas".
O motivo para a posição pouco hospitaleira do município era a má situação do abastecimento. A Primeira Guerra Mundial tinha deixado seqüelas, havia inflação, falta de material de calefação e de alimentos: foi nessa época pobre que o festival – hoje tão pomposo – teve o seu ponto de partida.

Planos demoraram a ser concretizados
É longa e complicada a história que precedeu o surgimento do festival. Desde os planos iniciais, que datam da época anterior à Primeira Guerra, a concretização sempre foi estorvada por querelas em torno de conceitos e competências, mas principalmente pela escassez crônica de verbas. Em 1918, o legendário dramaturgo Max Reinhard entusiasmou-se com a idéia do festival.
Na sua juventude, Reinhard trabalhara no teatro de Salzburgo, antes de fazer uma grande carreira em Berlim. Com o seu amigo e colaborador, o poeta Hugo von Hofmannsthal, Reinhard desenvolveu o conceito de fazer o teatro retornar à tradição medieval e da Antigüidade: apresentações não apenas para os cultos e ricos habitantes das grandes cidades, mas sim para todo o povo.
Nada calharia melhor do que a peça mística Jedermann, de Hofmannsthal, com a sua linguagem simples e sua moral mais que óbvia. A morte e o diabo aparecem pessoalmente, da mesma maneira como a fé e o dinheiro: "Quem é você? Não conhece a minha cara? Sou a sua riqueza, o seu dinheiro, o que é tudo para você neste mundo".
A encenação também deveria romper as limitações do teatro convencional. Reinhard aproveitou a catedral de Salzburgo como cenário, improvisando um palco de madeira diante dela. A encenação da peça começou no final da tarde e terminou quando começava a escurecer.
Os atores participavam da ação também no meio do público, os clamores de Jedermann ressoavam do castelo Hohensalzburg, órgão e coral podiam ser ouvidos da catedral. "Clamo por vós no momento derradeiro. Oh Deus eterno, oh meu Salvador, ajude-me, se o inimigo infernal insistir em aparecer por aqui."
E quando, na cena final, Jedermann arrepende-se e é salvo das garras do diabo, soaram os sinos da catedral e ouviu-se uma revoada de pombos.

Rachel Gessat (am) © 2007 Deutsche Welle

Tuesday, August 21, 2007

1960: Nomeada primeira chefe de governo no mundo


Bandaranaike venceu as eleições no então Ceilão em 1960

No dia 21 de julho de 1960, pela primeira vez na história, uma mulher foi nomeada chefe de um governo, através de uma eleição livre. Com 44 anos de idade, Sirimavo Bandaranaike ocupou o cargo de premiê do Ceilão, atual Sri Lanka, com um mandato de cinco anos.

O Sri Lanka é uma das mais belas ilhas do Oceano Índico e o maior produtor mundial de chá. Seu nome significa "ilha resplandecente". A natureza abençoou este pequeno país com todos os atributos de um paraíso tropical. No entanto, os seus habitantes vivem bem longe da paz paradisíaca, pois desde 1956 os grupos étnicos dos cingaleses e dos tâmeis vêm travando uma sangrenta guerra civil.
Assim, política é uma profissão de risco no Sri Lanka. E Sirimavo Bandaranaike sabia disto por experiência própria: em 26 de setembro de 1959, seu marido, o então primeiro-ministro Solomon Bandaranaike, fora assassinado a tiros diante de seus olhos. Este atentado praticado por um monge budista modificou radicalmente a vida da filha de latifundiário: Sirimavo assumiu a liderança do Partido Liberal e candidatou-se para a sucessão do marido.
Em pouco tempo, ficou conhecida mundialmente como a "viúva chorosa", devido a seus assomos de emoção e lágrimas. Sirimavo contava 44 anos, havia sido educada em colégio de freiras, na melhor tradição da etiqueta colonial britânica, e meticulosamente treinada para o papel de esposa modelo. Porém, apesar da total inexperiência política, ela tinha, segundo uma nota biográfica, uma meta clara: "Demonstrar ao mundo que a mulher é melhor governante do que o homem".

Postura autoritária e prepotente
Ela venceu as eleições de 1960, em coligação com os partidos marxista-comunistas, tornando-se a primeira mulher do mundo à frente do governo de um país. Porém, contrariando as expectativas, Bandaranaike não adotou o curso da reconciliação e aplainamento das injustiças, mas sim impôs um tom polarizador e uma postura autoritária e prepotente.
Durante os cinco anos seguintes, manobrou os destinos do Sri Lanka em direção do socialismo, numa política de contradições: a estatização rigorosa lado a lado com velhas estruturas de apadrinhamento e favoritismo. Dificuldades econômicas crescentes e as críticas a seu estilo antidemocrático de governo levaram à deposição de Sirimavo em 1965.
Mas, em 1970, ela conseguiu reeleger-se, encabeçando o governo cingalês durante mais sete anos, além de assumir os ministérios das Relações Exteriores e da Defesa. Tamanho acúmulo de poder acabou por precipitar sua queda.
Em 1980, uma comissão especial de três juízes condenou Bandaranaike por abuso de poder, cassando-lhe os direitos civis. Após sua reabilitação, ela retornou à política, continuando a geri-la como se fosse um negócio de família. Em 1995, sua filha Chandrika Kumaratunga assumiu a presidência do Sri Lanka, tendo sido reeleita em 1999. Sirimavo faleceu aos 84 anos de idade em 10 de outubro de 2000, após ter ocupado o cargo de primeiro-ministra do Sri Lanka por três vezes.

Rüdiger Siebert (av) © 2007 Deutsche Welle

Monday, August 20, 2007

2006
Les déchets toxiques du Probo Koala déversés à Abidjan
Dans la nuit du 19 au 20 août, des centaines de tonnes de déchets toxiques provenant d'un navire grec battant pavillon panaméen, le Probo Koala, sont déchargées dans les environs d'Abidjan par une entreprise ivoirienne non agrémentée pour cela. Les émanations de ces déchets provoquent la mort de dix personnes, 69 hospitalisations et plus de cent mille consultations médicales. L'affaire, qui provoque la colère de la population, entraîne la démission du gouvernement. Début septembre, une Commission nationale d'enquête est mise en place par le Premier ministre ivoirien et huit personnes sont arrêtées. Le Probo Koala, affrété par la société multinationale Trafigura, serait reparti vers l'Afrique après une escale à Amsterdam pour faire traiter les déchets à moindre coût. Reparti d'Abidjan le 22 août, le navire est immobilisé en Estonie le 25 septembre. Selon une enquête néerlandaise, les déchets d'Abidjan proviendraient d'un raffinage sauvage de brut effectué en mer. Les déchets seront récupérés et ramenés en France pour y être traités.


©Documentation écrite RFI

1954: O desaparecimento de Otto John
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Otto John
No dia 20 de julho de 1954, o presidente do Departamento Federal de Defesa da Constituição da Alemanha Ocidental, Otto John, desapareceu sem deixar pistas.

As suspeitas iniciais foram de seqüestro. Dois dias depois, ele declarou, de Berlim Oriental, que havia passado para a RDA a serviço da paz. Mais tarde, John retornou à Alemanha Ocidental.

Este foi o primeiro grande caso de espionagem na Alemanha dividida: em 20 de julho de 1954, celebravam-se os dez anos do atentado frustrado contra Hitler. Na parte ocidental do país, era prestado o culto à memória dos homens e mulheres que morreram apoiando o conde Claus Stauffenberg, acusado da tentativa de assassinato.

Entre os convidados de honra, encontrava-se Otto John, há quatro anos presidente do Departamento Federal de Defesa da Constituição. John e seu irmão Hans faziam parte, em 1944, do grupo de resistência de Stauffenberg. Enquanto Otto conseguiu escapar para o Reino Unido, Hans foi executado pelos nazistas.

Dez anos mais tarde, Otto John fugiu uma segunda vez, desta vez para a República Democrática Alemã. O choque foi tremendo: em meio à Guerra Fria, o vigilante máximo da ordem liberal democrática alemã passara para o campo do inimigo.

Dois dias mais tarde, Otto John revelava num depoimento através da rádio da Alemanha Oriental: "A Alemanha está ameaçada de uma cisão permanente, devido aos conflitos entre o Leste e o Ocidente. É necessária uma ação demonstrativa, para convocar todos os alemães a se empenharem pela reunificação".

Em princípio, as circunstâncias da mudança de lado pareciam obscuras. As primeiras investigações mostraram que John aquartelou-se no setor oriental de Berlim com o médico e amigo Wolfgang Wohlgemuth. O governo da RDA naturalmente temia pela segurança de seus espiões, da mesma forma que os serviços secretos aliados.

O então ministro do Interior, Gerhard Schröder (homônimo do chanceler federal), desmentiu os boatos alimentados pela imprensa: não houvera nenhuma onda de prisões na zona soviética e o ex-chefe da Defesa da Constituição não tinha documentos oficiais em seu poder.

Insatisfação política

Dois dias após esta afirmação de Schröder, Otto John voltou a falar, desta vez num tom mais enérgico, em prol da reunificação do país: "O atrelamento unilateral à política norte-americana pelo chefe de governo Adenauer, a conseqüente remilitarização e a reanimação do nacional-socialismo levarão forçosamente a uma nova guerra".

Em abril de 1955, John concedeu uma entrevista coletiva em Weimar, sob a égide do Comitê Internacional da Resistência Antifascista. Ele afirmou que, antes de sua fuga, conversara com altos representantes de Washington sobre o suposto perigo que vinha do Leste. Ninguém pudera fornecer argumentos convincentes.

Oito meses mais tarde, correu a notícia sensacionalista de que o ex-chefe do órgão de segurança nacional acabara de deixar a Alemanha comunista. Segundo a rádio estatal da RDA, John já vinha, há algum tempo, anunciando a intenção de combater o neofascismo no Ocidente.

O caso John, já tão cheio de contradições, ganhou uma dimensão surrealista. O dissidente afirmou ter sido seqüestrado e pressionado: uma versão que, frente a suas declarações anteriores, só podia soar inverossímil. Em 1956, a Corte Federal de Justiça condenou Otto John a quatro anos de prisão. Entre os que pronunciaram a sentença, estavam juízes ativos durante o regime nazista: o réu os acusou de estarem motivados pelo desejo de vingança.

Em 1958, John foi liberado antes de cumprir toda a pena. Sua luta pela reabilitação pelos tribunais fracassou cinco vezes. Do ponto de vista jurídico, Otto John morreu como traidor da pátria, em 1997.

Marcel Fürstenau (av) | © 2007 Deutsche Welle

2006 - Les déchets toxiques du Probo Koala déversés à Abidjan

Dans la nuit du 19 au 20 août, des centaines de tonnes de déchets toxiques provenant d'un navire grec battant pavillon panaméen, le Probo Koala, sont déchargées dans les environs d'Abidjan par une entreprise ivoirienne non agrémentée pour cela. Les émanations de ces déchets provoquent la mort de dix personnes, 69 hospitalisations et plus de cent mille consultations médicales. L'affaire, qui provoque la colère de la population, entraîne la démission du gouvernement. Début septembre, une Commission nationale d'enquête est mise en place par le Premier ministre ivoirien et huit personnes sont arrêtées. Le Probo Koala, affrété par la société multinationale Trafigura, serait reparti vers l'Afrique après une escale à Amsterdam pour faire traiter les déchets à moindre coût. Reparti d'Abidjan le 22 août, le navire est immobilisé en Estonie le 25 septembre. Selon une enquête néerlandaise, les déchets d'Abidjan proviendraient d'un raffinage sauvage de brut effectué en mer. Les déchets seront récupérés et ramenés en France pour y être traités.

©Documentation écrite RFI

1954: O desaparecimento de Otto John

No dia 20 de julho de 1954, o presidente do Departamento Federal de Defesa da Constituição da Alemanha Ocidental, Otto John, desapareceu sem deixar pistas.

As suspeitas iniciais foram de seqüestro. Dois dias depois, ele declarou, de Berlim Oriental, que havia passado para a RDA a serviço da paz. Mais tarde, John retornou à Alemanha Ocidental.

Este foi o primeiro grande caso de espionagem na Alemanha dividida: em 20 de julho de 1954, celebravam-se os dez anos do atentado frustrado contra Hitler. Na parte ocidental do país, era prestado o culto à memória dos homens e mulheres que morreram apoiando o conde Claus Stauffenberg, acusado da tentativa de assassinato.

Entre os convidados de honra, encontrava-se Otto John, há quatro anos presidente do Departamento Federal de Defesa da Constituição. John e seu irmão Hans faziam parte, em 1944, do grupo de resistência de Stauffenberg. Enquanto Otto conseguiu escapar para o Reino Unido, Hans foi executado pelos nazistas.

Dez anos mais tarde, Otto John fugiu uma segunda vez, desta vez para a República Democrática Alemã. O choque foi tremendo: em meio à Guerra Fria, o vigilante máximo da ordem liberal democrática alemã passara para o campo do inimigo.

Dois dias mais tarde, Otto John revelava num depoimento através da rádio da Alemanha Oriental: "A Alemanha está ameaçada de uma cisão permanente, devido aos conflitos entre o Leste e o Ocidente. É necessária uma ação demonstrativa, para convocar todos os alemães a se empenharem pela reunificação".

Em princípio, as circunstâncias da mudança de lado pareciam obscuras. As primeiras investigações mostraram que John aquartelou-se no setor oriental de Berlim com o médico e amigo Wolfgang Wohlgemuth. O governo da RDA naturalmente temia pela segurança de seus espiões, da mesma forma que os serviços secretos aliados.

O então ministro do Interior, Gerhard Schröder (homônimo do chanceler federal), desmentiu os boatos alimentados pela imprensa: não houvera nenhuma onda de prisões na zona soviética e o ex-chefe da Defesa da Constituição não tinha documentos oficiais em seu poder.

Insatisfação política

Dois dias após esta afirmação de Schröder, Otto John voltou a falar, desta vez num tom mais enérgico, em prol da reunificação do país: "O atrelamento unilateral à política norte-americana pelo chefe de governo Adenauer, a conseqüente remilitarização e a reanimação do nacional-socialismo levarão forçosamente a uma nova guerra".

Em abril de 1955, John concedeu uma entrevista coletiva em Weimar, sob a égide do Comitê Internacional da Resistência Antifascista. Ele afirmou que, antes de sua fuga, conversara com altos representantes de Washington sobre o suposto perigo que vinha do Leste. Ninguém pudera fornecer argumentos convincentes.

Oito meses mais tarde, correu a notícia sensacionalista de que o ex-chefe do órgão de segurança nacional acabara de deixar a Alemanha comunista. Segundo a rádio estatal da RDA, John já vinha, há algum tempo, anunciando a intenção de combater o neofascismo no Ocidente.

O caso John, já tão cheio de contradições, ganhou uma dimensão surrealista. O dissidente afirmou ter sido seqüestrado e pressionado: uma versão que, frente a suas declarações anteriores, só podia soar inverossímil. Em 1956, a Corte Federal de Justiça condenou Otto John a quatro anos de prisão. Entre os que pronunciaram a sentença, estavam juízes ativos durante o regime nazista: o réu os acusou de estarem motivados pelo desejo de vingança.

Em 1958, John foi liberado antes de cumprir toda a pena. Sua luta pela reabilitação pelos tribunais fracassou cinco vezes. Do ponto de vista jurídico, Otto John morreu como traidor da pátria, em 1997.

Marcel Fürstenau (av) | © 2007 Deutsche Welle

Sunday, August 19, 2007

1900: Inauguração do metrô de Paris



No dia 19 de julho de 1900, o primeiro trecho do metropolitano de Paris torna-se atração da Exposição Mundial.

A canção parisiense diz: "Metro, boulot, dodo". Ou seja, "Metrô, trabalho, dormir". Seria pena se o dia-a-dia na capital francesa realmente se reduzisse a estes três pólos. Mas uma coisa é verdade, o "chemin de fer métropolitain", vulgo "metro", desempenha um papel central na vida dos habitantes de Paris.
Diariamente, de 5h30 da manhã até pouco antes da meia-noite, ele garante transporte eficiente aos milhões de habitantes da metrópole às margens do Sena. Atualmente, possui 14 linhas com mais de 350 estações, em grande parte subterrâneas. Os túneis do metrô esburacam as entranhas da capital como um queijo suíço, tornando fácil o acesso a praticamente qualquer ponto da cidade.
Mostra mundial impulsionou construção
Mas isso não foi sempre assim: no dia 19 de julho de 1900, o sistema ferroviário subterrâneo de Paris começou com apenas oito estações da Linha 1. Ela liga a zona leste à oeste: Porte de Vincennes a Porte Maillot. Os trabalhos de construção duraram quase dois anos. As escavações foram pouco profundas, para reduzir os custos, e algumas ruas, como a Saint Antoine, ficaram semeadas de imensas crateras.
A Linha 1 ficou pronta exatamente a tempo para a Expo de Paris. A idéia de construir um sistema de transportes subterrâneos para a metrópole já datava de meados do século 19, como possível solução para seus crescentes problemas de trânsito.
Porém, o advento da mostra mundial foi o impulso decisivo. Pouco após a inauguração do metrô, 130 mil passageiros já o utilizavam diariamente. Atualmente, há cerca de seis milhões de usuários, e os veículos partem a cada três ou cinco minutos, para cobrir a demanda.
Os primeiros trens do metrô tinham três vagões de madeira, com dois tipos de instalações: assentos de couro para a primeira classe e bancos de madeira para a segunda. Somente após um trágico incêndio com muitos mortos e feridos, em 1903, é que se passaram a evitar os materiais facilmente inflamáveis. Desde então, os carros são construídos com metal leve e plástico.
Tradição e novas tecnologias
Cada estação do metrô de Paris tem uma "cara" distinta. Algumas, como a Louvre-Rivoli ou a Saint Paul, foram transformadas numa espécie de museu, com grandes vitrines de exposição. Outras são pintadas com cores vivas, como a Cluny la Sorbonne. Ainda outras têm música ambiente ou transmitem até mesmo curtas-metragens através de monitores, como a Station Europe.
Nas linhas mais recentes, os trens viajam a cerca de 40 km/h, ou seja, quase o dobro da velocidade média das linhas tradicionais. Sobretudo, o novo metrô dispensa o condutor, trafegando de modo inteiramente automático e quase silencioso. Espessas paredes de vidro protegem ainda os passageiros dos trilhos: apenas com a chegada do trem é que as pesadas portas de vidro abrem-se simultaneamente com as do carro. É o metrô do século 21.

Anja Fähnle (av) © 2007 Deutsche Welle

Saturday, August 18, 2007

1987 - Décès de l'écrivain zimbabwéen Dambudzo Marechera

Né en 1952 près de Rusape, en Rhodésie du Sud (actuel Zimbabwe), Dambudzo Marechera se fait connaître en 1978 par un recueil de nouvelles écrit en exil à Londres, "La Maison de la faim", qui lui vaut le prix de la Fiction du "Guardian" et la notoriété. Ecrivain célébré au Zimbabwe indépendant puis marginalisé en raison des thèmes qu'il aborde et de la violence révoltée de son écriture, Dambudzo Marechera meurt des suites du sida le 18 août 1987 à Harare.

©Documentation écrite RFI

1959: Fabricado o primeiro Mini

Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O Mini, agora produzido pela BMW

No dia 18 de agosto de 1959, a montadora britânica Austin & Morris apresentou à opinião pública um novo modelo de carro, que surpreendeu pelo pequeno tamanho: o Mini, projetado por Alec Issigonis. Hoje, trata-se de um clássico na Europa.
Na efervescência dos anos 60, uma geração inteira oscilava entre pettycoat e a revolução sexual. Um carro virou símbolo da juventude nessa época: o Austin Seven, mais conhecido como Mini. Em 18 de agosto de 1959, a primeira unidade do veículo deixou a linha de montagem da fábrica inglesa em Longbridge.
O jornalista especializado alemão Dieter Günther lembra que o Mini deve grande parte de sua popularidade a uma série de inovações que introduziu no mercado automobilístico em 1959. Os modelos anteriores de carros compactos eram fortemente influenciados pelo Fusca, com motor traseiro. O Mini, porém, tinha apenas três metros de comprimento, motor transversal na frente e tração dianteira.
Essa tecnologia até então relativamente incomum dispensava um túnel de transmissão mais volumoso (hoje, praticamente todos os carros pequenos utilizam esse sistema). E o slogan "maior por dentro do que por fora" era muito esperto.
Esboço num guardanapo
O Mini nasceu da necessidade do Reino Unido de economizar combustível, durante a crise do Canal de Suez no final da década de 50. Em função disso, havia uma demanda por carros econômicos.
Os diretores da British Motor Company – mais tarde absorvida pelo grupo Austin – reuniram-se num jantar com o chefe dos seus projetistas. Alec Issigonis (1906–1988), nascido na Grécia, fez os primeiros esboços do minicarro num guardanapo. O modelo virou objeto cult, transformando o "homem da rua" num "homem ao volante", como dizia a publicidade. E seu idealizador ganhou o título de Sir.
Segundo Dieter Günther, os carros compactos, na época, não tinham classe. "Já o Mini era chique, tinha classe, agradava tanto à esposa de um banqueiro quanto ao operário; ele proporcionava um verdadeiro prazer de dirigir."
Já no primeiro ano de produção, foram vendidas cerca de 20 mil unidades do novo modelo. Custando menos de 500 libras esterlinas, era um carro acessível para todas as classes sociais. Com um motor de 34,5 cv, desenvolvia velocidades de até 115 km/h. Mas o Mini foi bem mais do que uma versão inglesa do Fusca.
Graças a um certo John Cooper, que lançou o Mini Cooper, o carro ficou famoso por vencer ralis nos anos 60. Venceu quase todos o prêmios de automobilismo da época. Os destaques, porém, foram as três vitórias no rali de Monte Carlo, em meados da década de 60.
Cooper reequipou o veículo, lançando em 1961 uma versão esportiva de 55 cv e velocidade máxima de 145 km/h. O modelo clássico era vermelho, com teto branco e duas listras de rali no capô. O Mini Cooper tornou-se um sucesso de vendas.
Cobiçado por todos
Segundo Dieter Günther, "de repente, passou a ser chique dirigir um Mini. Firmas especializadas passaram a criar acessórios especiais, como vidros elétricos, pára-brisas fumê ou painéis de instrumentos em madeira. Esses modelos custavam tanto quanto um Bentley ou um Rolls-Royce. Mas existiam clientes ilustres dispostos a comprá-los", como a atriz Diana Rigg e o Beatle Ringo Starr. A costureira inglesa Mary Quandt até teria se inspirado no Mini para criar a famosa minissaia, igualmente curta, chique e predestinada a virar clássica.
O Mini clássico foi fabricado, continuamente, durante 41 anos e influenciou profundamente os modelos de carros pequenos projetados depois. O último Mini "tradicional", fabricado pela MG Rover, saiu da linha de montagem em 4 de outubro de 2000 e levou o número 5.387.862. Ele está exposto no Heritage Motor Museum em Gaydon, Warwickshire, ao lado do primeiro Mini Minor, produzido em959.
O minicarro criado por Alec Issigonis evoluiu a ponto de as versões modernas ultrapassarem 160 km/h e perfazere mais de 18 km por litro de combustível. A marca Mini sobreviveu a várias transferências de donos (BMC, Austin, Morris e British Leyland, Rover). Sua produção só foi suspensa depois que a BMW assumiu a fábrica inglesa da Rover, em 1994. Pouco tempo depois, a BMW desfez-se da deficitária Rover, mas manteve as duas marcas de sucesso da empresa britânica: Mini e Land Rover.
No Salão do Automóvel de Paris, no ano 2000, a BMW apresentou então o novo Mini, que começou a ser produzido no outono europeu de 2001 e logo se tornou um enorme sucesso de vendas.

Catrin Möderler (gh)

Friday, August 17, 2007

2006 - Expulsion de familles immigrées d'un squat à Cachan

L'ancienne résidence universitaire de Cachan (Val-de-Marne, région parisienne), promise à la démolition, était occupée depuis 2003 par des familles immigrées en panne de logement ou sans papiers. Le 17 août 2006, plus de 650 personnes sont expulsées du site par la police, officiellement pour des raisons de sécurité, et conduites au gymnase de la ville en attendant une solution de relogement. Le gymnase, où six d'entre eux avaient entamé une grève de la faim, sera évacué le 11 octobre après la signature d'un protocole d'accord portant sur leur hébergement temporaire et le réexamen des dossiers des personnes en situation irrégulière.

©Documentation écrite RFI

Thursday, August 16, 2007

16

15 de Agosto

1248: Lançada pedra fundamental da Catedral de Colônia


A catedral gótica escapou à destruição da Segunda Guerra Mundial


Lê-se na crônica do mosteiro de São Pantaleão, Colônia, 1248: "O arcebispo Konrad von Hochstaden reuniu os prelados da igreja, pessoas influentes e seus funcionários, arrebanhou uma multidão através da palavra de advertência dos pregadores e, após a missa festiva da assunção da bem-aventurada Virgem Maria, lançou a primeira pedra fundamental. (...) A partir dessa época, portanto, foi iniciada, em impressionante profundidade e largura – e enormes custos, – a construção do fundamento da nova basílica de São Pedro – a catedral de Colônia."
Assim um monge descreveu o nascimento de uma das – considerada por muitos – maravilhas do mundo. Konrad von Hochstaden, arcebispo de Colônia, lançou em 15 de agosto de 1248 – Dia da Assunção de Maria – a pedra fundamental da que seria, na época, a maior igreja cristã. O obra foi projetada para ser um retrato terrestre da Jerusalém celeste e louvar a grandeza de Deus. Ela foi encarregada ao mestre francês Gerhard. Hoje, quem supervisiona as obras na catedral é a arquiteta Barbara Schock-Werner.
Grandeza para relíquias dos reis magos
Ela lembra que a igreja antecessora já era uma das maiores da Europa. Esta deveria ser substituída por uma catedral gótica ainda maior. Tomou-se como referência as catedrais da França, as quais, no entanto, se pretendia superar em tamanho, para tornar evidente que Colônia era o arcebispado mais importante. Ao mesmo tempo, tratava-se de uma das principais igrejas de peregrinação da Europa, o que a arquitetura também deveria expressar.
Oitenta anos antes, o arcebispo Reinald von Dassel trouxera os restos mortais dos Três Reis Magos de Milão para Colônia. A velha catedral não era mais suficientemente pomposa para a preciosa relíquia. Além disso, as formas pesadas do estilo românico estavam fora de moda.
O gótico começava a ser introduzido. Os pesados blocos de pedra lavrada, aos poucos davam lugar a paredes de colunas, que se erguiam ao céu como raios de luz. A visão sobreviveu por mais de meio milênio. Até a conclusão da catedral, os diversos construtores mantiveram-se fiéis ao plano do mestre Gerhard.
Fidelidade de séculos à planta original
Segundo Barbara Schock-Werner, a arquitetura dessa igreja é especial, pois ela praticamente não sofreu alterações ao longo dos séculos. "Até sua conclusão em 1880, a catedral de Colônia foi construída segundo os planos do mestre Gerhard. Talvez, ele tivesse executado alguns detalhes de outra forma, mas a grosso modo a igreja não seria diferente do que é hoje", diz Schock-Werner.


A edificação da obra monumental demorou 632 anos. Nos primeiros dois séculos, foi atrasada pela peste negra, que atingiu a Europa a partir de 1347. Seguiu-se a reforma protestante de 1517 a 1564, com a cisão de uma parte da comunidade católica da Europa. Nessa época, a principal preocupação da igreja católica era sobreviver como instituição.
A nova catedral não era prioridade. O que restou do canteiro de obras para os três séculos seguintes foi um coro, o toco de uma torre e, entre os dois, um terreno baldio. Foi o rei prussiano Frederico Guilherme 4º (1795-1861), um aficionado por artes, que financiou a conclusão da catedral conforme previsto na planta original.
As dimensões do colosso sempre retocado
Muitos imperadores e reis, artistas e intelectuais de renome internacional e até papas já estiveram no "Kölner Dom". Há dias em que a catedral de Colônia chega a ser visitada por até 20 mil turistas, vindos de todas as partes do mundo. As dimensões desse colosso de pedra envolto em 11 mil cruzes decorativas são impressionantes: suas duas torres de 157 metros são as maiores do mundo. A nave central mede 43 m de altura, 145 m de comprimento e 86 m de largura; o espaço interno é de 407 mil metros cúbicos e o peso total chega a 160 mil toneladas.
O lançamento da pedra fundamental em 1248 também deu origem a uma lenda que persiste até hoje. Segundo ela, quando a catedral ficar pronta, o mundo vai acabar. A atual mestre de obras e restauradora Barbara Schock-Werner vê essa profecia com tranqüilidade: "Ela nunca estará completamente pronta. Pelo seu tamanho e devido às intempéries, o melhor que podemos fazer é conter sua decadência".

Catrin Möderler (gh) © 2007 Deutsche Welle


2005 - Traité de paix entre les indépendantistes d'Aceh et Djakarta

Le 4 décembre 1976, le GAM (Mouvement Aceh libre) déclare l'indépendance d'Aceh, province indonésienne située au nord de l'île de Sumatra. L'objectif du mouvement rebelle est de créer un Etat islamique. C'est le début d'un long conflit entre l'armée indonésienne et la rébellion pour le contrôle d'une région riche en pétrole. Ravagée par la guerre civile et le tsunami du 26 décembre 2004, la province indonésienne s'engage dans un processus de pacification en 2005. Djakarta et le GAM concluent le 15 août 2005 à Helsinki un traité qui met fin à près de trente ans de conflit. Sous le contrôle des observateurs internationaux, les ex-rebelles indépendantistes rendent leurs dernières armes le 19 décembre 2005, annonçant le 28 la dissolution de leur armée. Le 30, comme prévu par l'accord, les derniers 25.000 hommes des forces indonésiennes se retirent d'Aceh.

1947 - Indépendance de l'Inde et du Pakistan

La rébellion contre la domination étrangère et le conflit persistant entre hindous et musulmans poussent la Grande-Bretagne, alors affaiblie par la Seconde guerre mondiale, à accorder l'indépendance à son empire des Indes, abordé pour la première fois par les Anglais en août 1600. Selon le plan négocié entre le vice-roi des Indes Louis Mountbatten, le futur Premier ministre indien Jawaharlal Nehru et le chef de la Ligue musulmane Muhammad Ali Jinnah, deux Etats indépendants voient le jour le 15 août 1947 : l'Inde, à majorité hindoue, et le Pakistan musulman, scindé en deux parties séparées par deux mille kilomètres de territoire indien. Le partage territorial entraînera la reprise des massacres intercommunautaires et l'exode de cinq millions de personnes.

©Documentation écrite RFI

15 de Agosto

Tuesday, August 14, 2007

1900: Força expedicionária alemã em Pequim


Oficiais e soldados alemães foram enviados para combate na China

Esta é uma das notas de pé de página mais dramáticas e ao mesmo tempo bizarras da história colonial alemã. Em 1900, membros de uma organização clandestina chinesa, treinados em kung fu, cercaram o bairro em que ficavam as embaixadas em Pequim. A chamada Rebelião dos Boxers, porém, não se restringiu à capital chinesa.
O jornal Berliner Morgenpost noticiava em sua edição de 16 junho de 1900 que "a Rebelião dos Boxers, nos últimos dias, transformou-se gradativamente numa revolta geral da China contra as potências estrangeiras. A ameaça aos estrangeiros em Pequim chegou ao ponto de poder provocar um acontecimento terrível nas próximas horas".
Quatro dias depois, a situação ficou crítica para as delegações diplomáticas em Pequim: em 20 de junho de 1900, os rebeldes fuzilaram o embaixador alemão, Klemens von Ketteler. Os tiros marcaram o início do cerco ao bairro dos diplomatas, onde se encontravam quatro mil estrangeiros e chineses. Os representantes do exterior enfrentaram 56 dias de terror e medo.
Resistência à influência européia
A Revolta dos Boxers teve dois motivos: a longa intromissão européia na economia chinesa e a decadência da corrupta dinastia Ching, que dominou o país por 250 anos. A partir do século 19, a influência do Ocidente começou a colocar em xeque o império chinês. Os ingleses, por exemplo, inundaram a China por 200 anos com ópio trazido de suas colônias na Índia.
A tentativa chinesa de impedir as importações da droga resultou na Guerra do Ópio (1839–1842), vencida pela Inglaterra. Além do monopólio do comércio do produto, os britânicos – aliados aos franceses – conquistaram nos anos seguintes a abertura de cinco portos chineses ao Ocidente e a posse de Hong Kong.
Por volta de 1850, o domínio estrangeiro na China já era avassalador. Em 1858, a Alemanha, França, Rússia e os Estados Unidos obtiveram a abertura de mais 11 portos chineses. No final do século 19, o país não tinha mais forças para resistir às pressões das potências coloniais. Em 1885, a China cedeu o Vietnã à França e, nove anos mais tarde, perdeu o arquipélago de Taiwan para o Japão.
Pretensão alemã
Mas o regime de Tzu-Hsi, viúva do imperador, estimulou o surgimento de um movimento de resistência popular. Foi aí que se formou a organização clandestina Yi-he quan – "punho da justiça e da unidade". O movimento dos boxers surgiu justamente em Shandong, uma província costeira colonizada pelos alemães, que ali pretendiam fundar uma colônia-modelo, uma "Hong Kong alemã" nos moldes da britânica.
Os novos senhores imperiais, que comparavam as montanhas dos arredores à Floresta Negra, porém, haviam escolhido uma das regiões tradicionalmente mais agitadas da China para a sua maior aventura colonial. Por isso, não foi por acaso que o emissário alemão reagiu impulsivamente aos boxers de "sua região", que sitiaram as embaixadas em Pequim. Sua conduta inflexível, no entanto, custou-lhe a vida.
Irritado, o imperador Guilherme 2º exigiu vingança e enviou reforços para as tropas alemãs estacionadas e envolvidas em conflitos na China. Junto com os aliados ingleses e franceses, ele pretendia impor um exemplo de domínio colonial. A Revolta dos Boxers teve um saldo de milhares de chineses e cerca de 300 estrangeiros mortos. Em 14 de agosto de 1900, a rebelião foi sufocada em Pequim com a ajuda de tropas ocidentais e japonesas.
Para os alemães, o drama teve um fim grotesco. O imperador Guilherme ordenara aos integrantes da força expedicionária que se "comportassem como os hunos" (povo bárbaro da Ásia Central, que invadiu a Europa, sob a chefia de Átila, no século 5º). "Não haverá perdão. Não serão feitos prisioneiros", disse.
Condições humilhantes
Quando os soldados alemães chegaram à China, as delegações estrangeiras haviam sido libertadas há tempo. Em conseqüência da derrota, a China foi novamente obrigada a ceder: os Estados Unidos impuseram a política da "porta aberta", pela qual o Ocidente se comprometeu a respeitar a integridade territorial, em troca da total abertura comercial do país.
Cumprindo uma das determinações humilhantes do acordo de paz, um príncipe chinês viajou a Berlim para se desculpar oficialmente pelo assassinato do embaixador alemão. A economia chinesa foi castigada por pesadas reparações de guerra. O decadente império chinês não conseguiu mais se recuperar desse golpe. Treze anos depois, o último imperador da China foi derrubado e o país afundou na anarquia.

Barbara Fischer (gh) © 2007 Deutsche Welle


2006 - Le Nigeria rend officiellement la péninsule de Bakassi au Cameroun

Le 12 juin 2006, le Nigeria et le Cameroun signent sous l'égide des Nations unies un accord visant à mettre fin à un différend frontalier hérité de l'ère coloniale autour de la péninsule de Bakassi, sur le golfe de Guinée. Saisie dès 1994 par le Cameroun suite à des affrontements, la Cour internationale de justice (CIJ) de La Haye lui avait attribué en octobre 2002 la souveraineté sur cette péninsule riche en pétrole et en poissons. L'accord du 12 juin 2006 prévoit le retrait des troupes nigérianes dans un délai de 60 jours et le maintien temporaire de l'administration par Abuja des îles d'Atabong et d'Abana, à l'ouest de la péninsule. Le 14 août 2006, le Nigeria remet officiellement la péninsule de Bakassi au Cameroun lors d'une cérémonie à Archibong.

©Documentation écrite RFI

Monday, August 13, 2007

1961: Construção do Muro de Berlim

Início da construção do maior símbolo da Guerra Fria

Em 13 de agosto de 1961, guardas da República Democrática Alemã (RDA) começaram a fechar com arame farpado e concreto a fronteira que separava as partes oriental e ocidental de Berlim, bem como Berlim Ocidental do território da Alemanha Oriental. Agravou-se assim a divisão da Alemanha no pós-guerra, dificultando a fuga de alemães-orientais para o Ocidente.

O funcionário do Serviço de Defesa da Constituição de Berlim que estava de plantão no segundo fim de semana de agosto de 1961 não esperava ocorrências extraordinárias. Mas já na madrugada de sábado para o domingo, dia 13, ele foi surpreendido à 1h54 pela notícia de que o tráfego de trens entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental fora suspenso.
A abrangência do fato, porém, só ficou clara quando o dia amanheceu. A República Democrática Alemã (RDA) dera início à construção de um muro entre as duas partes de Berlim, cortando o acesso de 16 milhões de alemães ao Ocidente. "A fronteira em que nos encontramos, com a arma nas mãos, não é apenas uma fronteira entre um país e outro. É a fronteira entre o passado e o presente", esta a interpretação ideológica do governo alemão-oriental.
Reação às fugasA RDA via-se com razão ameaçada em sua existência. Cerca de 2 mil fugas diárias tinham sido registradas até aquele 13 de agosto de 1961, ou seja, 150 mil desde o começo do ano e mais de 2 milhões desde que fora criado o "Estado dos trabalhadores e dos camponeses". O partido SED puxou o freio de emergência com o auxílio de arame farpado e concreto, levantando um muro de 155 quilômetros de extensão que interrompia estradas e linhas férreas e separava famílias.
Ainda dois meses antes, Walter Ulbricht, chefe de Estado e do partido, desmentira boatos de que o governo estaria planejando fechar a fronteira: "Não tenho conhecimento de um plano desses, já que os operários da construção estão ocupados levantando casas e toda a sua mão-de-obra é necessária para isso. Ninguém tenciona construir um muro".
Nos bastidores, porém, corriam os preparativos, sob a coordenação de Erich Honecker e com a bênção da União Soviética. Guardas da fronteira e batalhões fiéis ao politburo encarregaram-se da tarefa. Honecker não tinha a menor dúvida: "Com a construção da muralha antifascista, a situação na Europa fica estabilizada e a paz, salvaguardada".
As potências ocidentais protestaram, mas nada fizeram. Para os berlinenses de ambos os lados da fronteira, a brutalidade do muro passou a fazer parte do cotidiano. Apenas 11 dias após a construção, morreu pela primeira vez um alemão-oriental abatido a tiros durante tentativa de fuga. A última vítima dos guardas da fronteira foi Chris Gueffroy, morto em fevereiro de 1989.
Queda após 28 anosPor mais de duas décadas, o Muro de Berlim foi o símbolo por excelência da Guerra Fria, da bipolarização do mundo e da divisão da Alemanha.
Ainda no início de 1989, Honecker, no poder desde 1971, manifestava confiança em sua estabilidade. "O muro ainda existirá em 50 ou em cem anos, enquanto não forem superados os motivos que levaram à sua construção."
Apenas dez meses depois, a 9 de novembro daquele ano, os habitantes de ambas as partes da cidade caíam incrédulos nos braços uns dos outros, festejando o fim da muralha que acabou sendo derrubada pouco a pouco e vendida aos pedaços como suvenir. Menos de um ano depois, o país dividido desde o fim da Segunda Guerra foi unificado, mas a verdadeira integração entre as duas partes é um processo que ainda não terminou.

Doris Bulau (lk) © 2007 Deutsche Welle

12 de Agosto

1970: Assinatura do Tratado de Moscou


Brandt (e) e Kossygin assinam o tratado no Kremlin

Em 12 de agosto, Willy Brandt assina com a União Soviética o tratado em que os dois países renunciavam à reivindicação de territórios, respeitando a integridade territorial de todos os países europeus.


Noite de 28 de setembro de 1969. O Partido Social Democrata (SPD) sai fortalecido da eleição para o Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão. O seu candidato a chanceler federal, Willy Brandt, convida por telefone o presidente do Partido Liberal Democrático (FDP), Walter Scheel, para formar uma coalizão que apresente novos rumos também para a política externa alemã.
Um mês depois, em 28 de outubro de 1969, pela primeira vez um chanceler alemão admite, em sua declaração de governo, a existência de dois Estados alemães. "Mesmo que existam dois Estados, eles não são entre si estrangeiros e o relacionamento entre eles só pode ser de um tipo especial", afirmou Brandt.
Reconhecimento da realidade pós-guerra
Com isso fica claro que o governo Brandt-Scheel reconhece a realidade política criada pela Segunda Guerra Mundial e empenha-se ao mesmo tempo na distensão e reconciliação com o vizinho oriental.
O novo governo aplica a sua visão rapidamente. Em dezembro de 1969, iniciam-se as negociações para um acordo com Moscou e, em fevereiro de 1970, com Varsóvia. Brandt se encontra duas vezes com o primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Willi Stoph. Em março na cidade de Erfurt. Dois meses depois, em Kassel.
Esboço de acordo e suspeitas de traição
Neste mesmo mês fica pronta o núcleo de um esboço de acordo com a União Soviética, após duras negociações entre o ministro soviético das Relações Exteriores, Andrey Gromyko, e o secretário de estado do gabinete da chanceleria federal da Alemanha, Egon Bahr. Pessoa de confiança de Willy Brandt, Bahr tinha extensos poderes e, mesmo sendo um astuto estrategista, vivenciou várias trocas da tática soviética de negociação.
Em Bonn, a oposição suspeita de traição do objetivo de reunificação do país e tenta provocar a opinião pública, acusando o governo de entreguismo dos interesses nacionais.
A assinatura
Em 12 de agosto de 1970, Brandt e o chefe de governo da União Soviética, Alexei Kossygin, assinam no Kremlin o acordo. Neste mesmo lugar, 31 anos antes, enviados de Hitler haviam acertado os termos para a invasão da Polônia, o que deflagrou a Segunda Guerra Mundial.
Na noite da assinatura do Tratado de Moscou, Willy Brandt dirige-se aos alemães em um discurso pela televisão, direto da capital soviética: "Amanhã fará nove anos que o Muro de Berlim foi construído. Hoje, assim eu espero confiante, demos um primeiro passo para que pessoas não tenham que morrer nas cercas de arame farpado, até que a separação do nosso povo algum dia possa ser superada."
Com o acordo, a República Federal da Alemanha e a União Soviética se comprometem à renúncia ao uso da violência, ao respeito à "integridade territorial de todos os Estados na Europa" e à renúncia de reivindicações de território, também no futuro.
O primeiro acordo com o Leste
Em seu discurso na televisão, Brandt procurou tranqüilizar os alemães, antes de tudo os desconfiados, os céticos e os críticos: "Com este acordo não perdemos nada que já não nos tivesse escapado há tempos."
No fundo, o acordo foi um modelo e a base política para uma futura cooperação no âmbito europeu. Foi o primeiro dos acordos com o Leste e aplainou o caminho para a distensão política.
O que aconteceu na política interna alemã em seguida foi um confronto de quase dois anos, que sacudiu a República e ganhou, não poucas vezes, contornos de baixo nível.
Só depois da fracassada tentativa de derrubar Brandt com um voto de desconfiança, o Parlamento pôde ratificar os acordos com Moscou e Varsóvia. Estes entraram em vigor em 3 de junho de 1972, quando a política de distensão de Brandt já havia sido consagrada internacionalmente com o Prêmio Nobel da Paz, seis meses antes.

Christa Kokotowski (ef) © 2007 Deutsche Welle

11 de Agosto

Siba Siba Since

1934: Os últimos Jogos Mundiais Femininos





Alice Milliat, iniciadora dos Jogos Mundiais femininos

Em 11 de agosto de 1934 terminaram os últimos Jogos Mundiais Femininos. Realizados pela quarta vez entre 9 e 11 de agosto de 1934, em Londres, eles marcaram o início de uma nova era no esporte.


Durante dois dias, desportistas de 18 países disputaram medalhas em 16 modalidades atléticas, além de basquete e handebol, numa antiga versão. Esta espécie de Olimpíada feminina, ocorrida pela quarta vez entre 9 e 11 de agosto de 1934, em Londres, marcaria o início de uma nova era no esporte.
Preconceitos contra esporte feminino
Na corrida pelo melhor desempenho, as esportistas tiveram que superar não só os obstáculos da pista, mas sobretudo a resistência dos órgãos desportivos, controlados por homens. "Um cavalo sua, um homem transpira, uma mulher só brilha...": essa frase ilustra a visão do esporte feminino no século 19. Os opositores achavam que a atuação esportiva da mulher poderia ameaçar a "distribuição natural de papéis". Afinal, atributos como luta, desempenho e sede de vitória só cabiam aos homens, até então.
"Que deplorável ver sinais de esgotamento no rosto da mulher, que repugnante perceber traços de força masculina em corpos femininos...", comenta um historiador indignado. Por razões estéticas, éticas e médicas, as mulheres tinham que se manter longe das pistas e quadras.
Para Pierre de Coubertin, fundador dos atuais Jogos Olímpicos, o lugar da mulher era ao lado do marido, tomando conta dos filhos. O barão francês considerava, portanto, supérflua a realização feminina fora do contexto familiar. Dois anos antes de sua morte, em 1935, ele escreveu: "O papel da mulher nos Jogos Olímpicos deve ser o mesmo das Olimpíadas da Antigüidade, ou seja, premiar os homens vencedores com a coroa de louros".
Desta forma, as primeiras Olimpíadas, ocorridas em Atenas em 1896, dispensaram a participação feminina. Quatro anos depois, durante a Exposição Mundial em Paris, 12 mulheres foram premiadas como vencedoras nas modalidades de tênis e golfe.
Isso só foi possível, no entanto, porque o evento não fora organizado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). De qualquer forma, duas décadas depois, as Olimpíadas da Antuérpia, em 1920, já contavam com a participação de 76 mulheres de 12 países, competindo nas modalidades de tênis, patinação no gelo, iatismo, ginástica e natação.
Organização paralela
Apesar do desenvolvimento do esporte feminino em nível nacional, a Federação Internacional de Atletismo Amador (FIAA) e o COI continuaram se recusando a abrir espaço às mulheres nas competições mundiais. Em reação a isso, esportistas da Inglaterra, dos Estados Unidos, da Itália, da então Tchecoslováquia e da França decidiram fundar, em 1921, a Féderation Sportive Feminine Internationale (FSFI).
Um ano depois, a presidente da federação, Alice Milliat, organizou em Paris os primeiros Jogos Mundiais Femininos. Os seguintes ocorreram em Göteborg, na Suécia, e na capital tchecoslovaca, Praga. A realização do evento não impediu a FSFI de continuar lutando pela incorporação de modalidades femininas nas Olimpíadas.
Esse êxito, no entanto, não coube às mulheres. Foi o sueco Bengt Edström, presidente da FIAA e vice-presidente do COI, que abriu espaço para as mulheres nas Olimpíadas de 1928. Mesmo assim, algumas categorias continuaram sendo tabu: corridas com barreiras, por exemplo, eram exclusivamente permitidas aos homens, pois os movimentos eram considerados imorais, se executados por mulheres.
Após algumas corredoras darem sinais de profundo esgotamento depois de uma prova de 800m, ressurgiu com todo ímpeto a discussão em torno do atletismo feminino. Mesmo assim, o COI decidiu ampliar o programa feminino das Olimpíadas alguns anos depois, porém sob a condição de a FSFI se dissolver e suspender os Jogos Mundiais Femininos. De 9 a 11 de agosto de 1934, Londres foi palco das últimas competições do evento. No dia 11, a FSFI anunciou o fim de suas atividades, sem oficializar a dissolução.

Karin Jäger (si) © 2007 Deutsche Welle

Friday, August 10, 2007

1995: Tribunal Constitucional proíbe crucifixos em salas de aula

Cristo na parede, objeto de discórdia

A 10 de agosto de 1995, a corte suprema anuncia que a presença de crucifixos nas paredes das salas de aula fere o princípio da liberdade religiosa na Alemanha. A decisão provoca resistência calorosa na católica Baviera.

Munique, setembro de 1995. Na praça Odeonplatz, 30 mil pessoas se espremem diante de uma cruz com quatro metros de altura. Bispos e políticos fazem discursos inflamados. "A cruz fica!", repetem os manifestantes.
O conflito sobre o crucifixo começara em fevereiro de 1991. Um casal teuto-chinês, cuja filha de dez anos freqüentava uma escola em Bruckmühl, na Baviera, prestou queixa à direção do colégio. O motivo: o crucifixo sobre o quadro negro. Afinal, a filha deveria ser educada numa perspectiva ideológica neutra, argumentaram os pais. A direção não aceitou a justificativa e manteve a cruz.
Odisséia pelos tribunais
O casal levou o caso ao Tribunal Administrativo de Regensburg. O requerimento foi rejeitado. Os pais da menina não se deixaram abater e recorreram às instâncias superiores. Mais de quatro anos depois, em 10 de agosto de 1995, o Tribunal Federal Constitucional, em Karlsruhe, declarou: a instalação de crucifixos nas salas de aula das escolas públicas fere a Lei Fundamental.
Afinal, o artigo 4º, parágrafo 1º, diz: "A liberdade de crença, consciência e a liberdade de confissão religiosa e ideológica são invioláveis."
Liberdade de recusar uma convicção religiosa
Em sua sentença sobre o crucifixo, o Tribunal Federal Constitucional interpretou que a Lei Fundamental respalda não só a liberdade de se optar por uma religião, mas também a de recusar uma convicção religiosa e ideológica. A decisão propriamente dita já havia sido tomada em 16 de maio de 1995 pelo voto de cinco juízes contra três. "O uso de crucifixos nas salas de aula ultrapassa o limite da orientação ideológica e religiosa na escola", sentenciou a corte suprema da Alemanha.
A decisão não atingiu apenas o fato em si de se pendurar crucifixos nas salas de aula. O tribunal declarou sobretudo inconstitucional o respectivo decreto estadual que determinou a instalação das cruzes nos colégios bávaros. Bispos e políticos reagiram indignados na Baviera, o Estado com a mais fervorosa população católica no país. Procissões, passeatas e atos públicos se sucederam.
Direitos das minorias e maiorias
Não só os políticos bávaros protestarem. A sentença provocou um debate nacional sobre a separação entre Estado e Igreja. Em pesquisas de opinião, a maioria dos alemães declarou ver na cruz um símbolo da representação da própria cultura e dos próprios valores.
O então chanceler federal Helmut Kohl igualmente criticou: "Trata-se da tradição cristã de nosso país. Que o assunto seja formulado e decidido desta forma, não posso ter absolutamente qualquer compreensão."
Supremo sob críticas
A corte de Karlsruhe defendeu-se da descompostura dos políticos. A independência do tribunal precisa ser preservada, advertiu o vice-presidente da instituição, Johann Friedrich Henschel.
"As declarações de certos políticos, no sentido de desobedecer ou resistir à decisão dos juízes, se fundamentam na máxima de que não se deve seguir a Lei quando ela não lhe convém. Se isto fizer escola, estaremos abandonando as bases do estado de direito", contra-atacou Henschel, fazendo um trocadilho.
O "jeitinho" bávaro
O governo bávaro resolveu contornar a sentença federal e elaborou uma nova lei estadual, para garantir a presença dos crucifixos. Poucos meses depois do pronunciamento em Karlsruhe, a maioria parlamentar da União Social Cristã (CSU) aprovou: "Considerando o cunho histórico e cultural da Baviera, toda sala de aula terá um crucifixo."
A lei prevê que, se os pais de algum aluno contestarem a presença da cruz por "sérios e compreensíveis motivos de crença e ideologia", a direção da escola terá de tentar um acordo amigável. Caso isto não aconteça, a ponderação terá de solucionar o conflito.
Ou seja: enquanto os juízes de Karlsruhe determinaram a retirada do crucifixo, também quando apenas uma criança, pai ou mãe fosse contra, a lei bávara colocou a opinião da maioria no centro da questão. Na ótica de Munique, tolerância deve ser praticada sobretudo pelas minorias.
Três partes levam a nova legislação ao Tribunal Constitucional Bávaro – entre elas, os pais da queixa original. Em vão. A corte considera em 1997 constitucional a regulamentação. Em abril do mesmo ano, o Tribunal Federal Administrativo, em Berlim, confirmou a sentença. E, em agosto, o Tribunal Federal Constitucional rejeitou o recurso dos reclamantes, sem julgar o mérito. A cruz fica.

Julie von Kessel (mw) © 2007 Deutsche Welle

Thursday, August 09, 2007

1896: Otto Lilienthal faz seu último vôo

Uma 'asa' original de Lilienthal é usada por Hans Richter em 1926

Em 9 de agosto, o engenheiro caía durante uma tentativa de vôo em Berlim. Gravemente ferido, morreria um dia depois do acidente. Até então, Lilienthal fizera milhares de vôos a vela com diferentes modelos de planador.


9 de agosto de 1896, à encosta da montanha Gollenberg, cerca de 60 km a noroeste de Berlim. O serviço meteorológico de Potsdam anuncia a previsão de tempo estável, temperatura média de 20ºC e possibilidade de ventanias.
Vestido de calça bombacha e camisa de algodão, Otto Lilienthal se ajusta na sua parafernália de vôo, feita de vime e tecido. Seu mecânico, Paul Beylich, tenta dissuadi-lo do empreendimento: "Não sei não, Otto, o tempo está bom, mas fico meio preocupado com o vento. Não seria melhor deixar o vôo para amanhã?" Mas Otto não se deixa convencer, prometendo que este seria o último do dia.
Ele desce alguns passos, decola bem e sai sobrevoando o vale. Até que uma repentina rajada de vento o faz perder o controle sobre o mecanismo e Otto despenca de uma altura de mais de 15 metros. Após o acidente, ele não sente mais suas pernas. Uma fratura na coluna o deixara paraplégico.
"Todo mundo tem que sacrificar alguma coisa." Estas teriam sido suas últimas palavras. No dia seguinte, 10 de agosto de 1896, Otto Lilienthal morria como primeira vítima da aviação moderna.
Observação das aves
Seu irmão menor, Gustav, não estava presente no momento do acidente. Com ele, Otto, ainda aos 14 anos, tinha construído e testado seus primeiros mecanismos de madeira, inspirados nas asas de cegonha. Ele costumava observar com toda atenção o vôo de gaivotas e cegonhas ou empinar pipas, para investigar melhor as condições aerodinâmicas.
Foi a partir dessas observações que acabou deduzindo o princípio da impulsão, ainda desconhecido da maioria dos físicos da época. Ele descobriu que a asa deveria ser abaulada, para ser sustentada pela corrente de ar.
Em 1889, Otto Lilienthal publicou seu livro O vôo das aves como fundamento da arte de voar (Der Vogelflug als Grundlage der Fliegekunst), uma das mais importantes obras de referência do século 19.
No entanto, só depois de muitos experimentos áridos e exercícios enfadonhos é que conseguiu realizar seu sonho de voar. Isso ocorreu num dia de verão de 1891. Posteriormente, o francês Ferdinand Ferber, pioneiro da aviação, reconheceria que este foi o dia em que o ser humano aprendeu a voar.
Milhares de tentativas e mecanismos diversos
Nos cinco anos posteriores, Lilienthal fez um vôo atrás do outro. Até sua morte, foram mais de 3 mil tentativas. Às vezes, até 80 vezes por dia. Pés torcidos e braços quebrados já faziam parte do seu cotidiano. Com o tempo, Lilienthal conseguiu fazer vôos a vela de até 250 metros. Ele experimentou 18 mecanismos diferentes, o maior deles com sete metros de envergadura.
Além disso, ele chegou a fazer negócios com seus inventos. Como primeiro fabricante, anunciava seus mecanismos de vôo em todo o mundo: "Planador para exercitar a arte do vôo por 500 marcos". Das instruções de segurança de seus produtos, constava a seguinte advertência: "Pense bem: você só tem um pescoço para quebrar".
Otto Lilienthal sabia do perigo a que estava se expondo. No entanto, sua paixão e sua sede de conhecimento eram maiores que seu medo. O acidente que culminou com sua morte ocorreu na época em que ele já estava se sentindo relativamente seguro em seus vôos.
Pode-se dizer que ele morreu enquanto exercia seu hobby, pois este era apenas um lado de sua vida. Otto Lilienthal era engenheiro mecânico, inventor, fabricante, empresário e pai de quatro filhos. Certa vez, ele chegou a exclamar, nervoso: "Sou pai de família e tenho outras obrigações mais importantes do que ensinar o ser humano a voar". No entanto, querendo ou não, ele ensinou.

Judith Hartl (si) © 2007 Deutsche Welle


1982 - Massacre de la rue des Rosiers à Paris

Le 9 août 1982, rue des Rosiers à Paris, deux hommes armés de pistolets-mitrailleurs tuent en moins de cinq minutes six personnes, en blessent vingt-deux autres et saccagent le restaurant Goldenberg. Moins de deux ans après l'attentat à la bombe de la rue Copernic, le choc est immense en France. Le massacre s'inscrit dans une série d'attentats commis en Europe contre des synagogues ou des personnalités israéliennes, impliquant le groupe palestinien Abou Nidal. Malgré le soupçon qui pèse sur le groupe terroriste et deux néo-nazis allemands, l'enquête n'a pas permis d'établir formellement les auteurs de la tuerie.

©Documentation écrite RFI