Efemérides

Wednesday, October 31, 2007

Le 31 octobre

1957: Primeira reação nuclear em cadeia na Alemanha
O 'ovo atômico' (dir.) marcou o início da pesquisa nuclear em Garching

No dia 30 de outubro de 1957, às três horas da madrugada, dois técnicos norte-americanos colocaram em funcionamento o primeiro reator nuclear da Alemanha, em Garching, perto de Munique.
No início dos anos 50 do século passado, a energia atômica era tida como o começo de uma nova era, o urânio era um símbolo para a energia inesgotável e a libertação das pessoas do trabalho pesado. Hoje, causa admiração a forma ingênua e o entusiasmo com que, naquela época, os reatores atômicos foram planejados, construídos e receberam alvará de funcionamento.
Somente na Alemanha Ocidental o entusiasmo mundial pela energia nuclear não trouxe resultados imediatos, pois o país ainda vivia sob o regime das restrições impostas pelos Aliados ao setor da pesquisa, em especial da pesquisa atômica. Somente em 1955 é que tais obstáculos foram removidos, através dos Tratados de Paris.
Isto ocorreu exatamente a tempo para que uma delegação alemã ocidental pudesse ser enviada à primeira conferência das Nações Unidas sobre o aproveitamento pacífico da energia nuclear, em Genebra. Nessa conferência, os Estados Unidos surpreenderam o mundo com uma promessa: todo país industrializado que construísse um reator atômico receberia do governo americano uma subvenção da ordem de 350 mil dólares.
Atraso tecnológico
Para os cientistas e os jornalistas que acompanharam a conferência, ficou claro o atraso técnico-científico da Alemanha Ocidental nos setores da física e da técnica nucleares. Nas semanas seguintes, foi desencadeada uma verdadeira campanha junto à opinião pública em prol do setor atômico e da energia nuclear. Finalmente, o chanceler federal Konrad Adenauer reagiu ao debate, criando o Ministério da Energia Atômica: o primeiro titular da pasta foi Franz-Josef Strauss.
Muitas das decisões básicas do setor são da sua lavra. Strauss não desejava um órgão estatal regulador da energia atômica, segundo o modelo americano e britânico. Por essa razão, todas as prerrogativas de concessão e de controle foram atribuídas aos governos estaduais; a pesquisa nuclear foi integrada às universidades e o desenvolvimento da técnica nuclear deveria ocorrer no âmbito das empresas, a fim de que a indústria alemã adquirisse rapidamente uma competência no setor.
Através da descentralização da pesquisa atômica, as cidades e respectivas universidades entraram em disputa aberta pela construção de reatores de pesquisa. Esforços especialmente intensos foram feitos pelo físico Werner Heisenberg, bem como pelo prefeito da cidade de Karlsruhe.
Heisenberg era ainda professor em Göttingen, mas desejava transferir-se para Munique e propôs a Adenauer a construção de um Centro de Pesquisa de Irradiação Nuclear na capital bávara. Para Konrad Adenauer, no entanto, a localização proposta era estrategicamente perigosa, por ser muito próxima à fronteira com o "bloco soviético": o centro de pesquisa acabou sendo construído em Karlsruhe.
Heisenberg ficou magoado, mas o governo estadual bávaro o consolou com um presente especial: no verão setentrional de 1956, foi autorizada a construção de um reator de pesquisa em Garching, nos subúrbios de Munique, bem como a constituição de um instituto de pesquisas responsável pelo seu funcionamento. A subvenção do governo americano ajudou no financiamento das instalações.

Tempo recorde

O resto transcorreu de forma bastante rápida: uma semana depois da resolução do governo bávaro, o diretor da Comissão Atômica da Baviera viajou para Nova York e encomendou um reator nuclear. O terreno em Garching foi preparado em tempo recorde para a construção do prédio do Reator de Pesquisa de Munique (sigla alemã FRM). O formato oval da cúpula do reator acabou rendendo ao FRM um apelido popular: o "ovo atômico de Garching".
No dia 31 de outubro de 1957, veio então o momento histórico: o reator entrou em funcionamento. Os instrumentos de medição acusaram o processo e do tanque de água do reator emergiu uma luz azulada: tivera início a primeira reação nuclear em cadeia produzida em solo alemão.
O "ovo atômico" tornou-se o ponto de partida de um desenvolvimento que transformou o povoado rural de Garching, em pouco tempo, num centro de tecnologia avançada. Naquele reator, foram realizadas as mais diversas experiências, desde complicados experimentos de física nuclear até exame dos efeitos da irradiação sobre materiais e seres vivos.
O reator foi utilizado até os anos 90, quando seu desempenho foi considerado muito fraco para os experimentos mais modernos. Na sua vizinhança imediata foi construída uma nova instalação, o FRM-II. Mas, ao contrário do "ovo atômico", o seu sucessor teve de vencer diversos processos judiciais, antes que pudesse ser construído: o principal argumento contrário a ele foi o fato de ser alimentado com urânio altamente enriquecido, que serve também de matéria-prima para a construção de armas nucleares.

Carsten Heinisch (am) © 2007 Deutsche Welle

Tuesday, October 30, 2007

Le 30 octobre

1985: Astronautas alemães a bordo da Challenger



A 30 de outubro de 1985, foi lançada do Cabo Canaveral, na Flórida, a primeira Challenger, levando a bordo dois astronautas alemães, que comandavam as pesquisas científicas do empreendimento.
A Challenger lançada a 30 de outubro de 1985 da Flórida aterrissou a 6 de novembro na Califórnia. Entre os oito astronautas a bordo, encontravam-se Ernst Messerschmid e Reinhard Furrer, cientistas alemães que comandavam as experiências realizadas a bordo – num total de 75.
Era a missão D-1, uma cooperação entre as agências espaciais americana e alemã, cuja principal meta era fazer observações, coletar dados e realizar experimentos em áreas como navegação, ciência dos materiais, biologia e física, com ênfase na pesquisa da microgravidade.
Os experimentos trouxeram em parte resultados surpreendentes. Na medicina, por exemplo, eles resultaram na correção de uma teoria sobre o sentido do equilíbrio – mais propriamente sobre a coordenação da visão e da audição – contemplada com o Prêmio Nobel e era doutrina válida até então.

De Bremen para o espaço sideral
O laboratório espacial a bordo da Challenger, o Spacelab, havia sido desenvolvido a partir de 1974 em Bremen, por incumbência da Agência Espacial Européia (ESA). Com sua forma cilíndrica, um comprimento de 7,5 metros e diâmetro de 4,5 metros, o laboratório cabia exatamente no compartimento de carga do ônibus espacial desenvolvido na mesma época nos EUA. Ele foi lançado pela primeira vez a bordo do Columbia, em 1983, levando o primeiro astronauta alemão a voar para o espaço, Ulf Merbold.
O Spacelab foi utilizado em 22 missões espaciais no decorrer de 15 anos, tendo levado a bordo, ao todo, 149 astronautas. Em 1999, retornou à cidade em que fora construído e está exposto num pavilhão especial do Aeroporto de Bremen dedicado à aeronáutica e à astronáutica.

Laís Kalka © 2007 Deutsche Welle


1947
Signature du GATT, accord commercial international
Après l'échec de la création d'une Organisation internationale du commerce, refusée par les Etats-Unis, 23 Etats signent à Genève l'accord général sur les tarifs douaniers et le commerce (General Agreement on Tariffs and Trade ou GATT). Reposant sur le principe du libre-échange, cet accord vise à relancer le commerce international en organisant l'ouverture progressive des marchés nationaux par la réduction des droits de douane et des restrictions commerciales. Provisoire dans un premier temps, le GATT, qui n'a pas le statut d'organisation internationale, servira de cadre multilatéral aux négociations commerciales pendant près de cinquante ans. Conformément aux dispositions de l'accord de Marrakech, signé en avril 1994, l'Organisation mondiale du commerce (OMC) se substitue au GATT en janvier 1995.

©Documentation écrite RFI

Monday, October 29, 2007

Le 29 octobre

2006 - Election présidentielle en République démocratique du Congo

Joseph Kabila, au pouvoir depuis l'assassinat de son père Laurent-Désiré en janvier 2001, arrive en tête au premier tour de l'élection présidentielle le 30 juillet 2006, totalisant 44,81% des voix devant le vice-président Jean-Pierre Bemba (20,03%). Le 29 octobre, le président sortant l'emporte au second tour avec 58% des voix contre près de 42% à son rival. Les 25 millions d'électeurs étaient également appelés à choisir leurs députés lors des premières élections démocratiques du pays depuis 40 ans.

©Documentation écrite RFI


1786: Goethe chega a Roma
'Goethe na Campagna', de Johann Heinrich Wilhelm Tischbein (1787).
No dia 29 de outubro de 1786, Johann Wolfgang von Goethe chegou a Roma, a cidade dos sonhos da sua infância. Com 37 anos de idade, passou 20 meses na capital romana, buscando inspiração através da pintura.

"De madrugada, às três horas, saí furtivamente de Karlsbad, pois do contrário não me teriam deixado ir. O grupo festejou o de 28 de agosto, meu aniversário, de forma tão amigável, que conquistou com isso um direito de me prender; mas não tinha tempo a perder. Subi sozinho numa diligência postal, levando somente capote e bornal, e cheguei às sete e meia em Zwota. […]"
Um homem rompeu com a sua rotina: Johann Wolfgang von Goethe, 37 anos, conselheiro de Estado e ministro do duque de Saxônia-Weimar – estadista, naturalista e o maior poeta que a Alemanha teria em todos os tempos. O trabalho como estadista bloqueava a sua criatividade. Goethe necessitava de liberdade. Em setembro de 1786, ele desapareceu sem fazer qualquer comunicação prévia, durante uma estação de águas em Karlsbad. No dia 29 de outubro de 1786, Goethe chegou ao seu destino secreto, a cidade dos sonhos da sua infância: Roma.

Nome falso

Por temor de ser retido, Goethe viajara sob nome falso. "Johann Philipp Möller, pintor artístico da Alemanha" foi como ele se registrou na sua pensão romana, na Via del Corso. Nos 20 meses seguintes, ele se tornou companheiro de um outro morador da pensão, o pintor Johann Wilhelm Tischbein. Os dois já mantinham correspondência durante muitos anos, mas só então é que se encontraram pela primeira vez.
Mais tarde, Tischbein pintaria um famoso retrato do seu companheiro de pensão: com um grande chapéu, um manto de seda branca, desenhando a paisagem italiana. O desenho era a principal ocupação de Goethe em Roma: "Que eu desenhe e estude a arte, ajuda a capacidade de escrever, em vez de impedi-la; pois só é preciso escrever pouco, mas desenhar muito. […] A razão e a perseverança dos grandes mestres é incrível. Se me senti como recém-nascido na minha chegada à Itália, agora estou começando a sentir-me como recém-educado. […]"
Goethe herdara do pai o entusiasmo por Roma. Os souvenirs e as narrações entusiásticas do pai sobre uma viagem pela Itália acompanharam Goethe durante toda a sua infância. Ao chegar, finalmente, à Cidade Eterna, o que mais lhe interessou foram os vestígios da Antigüidade clássica, que ele louvaria depois nas suas Elegias Romanas.
Em Roma, a criatividade de Goethe retornou. Ele publicaria posteriormente o diário da sua estada na Itália, sob o título Viagem Italiana. Através das suas experiências, ele enriqueceu a literatura com uma nova época. O drama Ifigênia na Táurida, concluído em Roma, marcou o começo da era dos clássicos.
Mas acabou chegando a hora para o retorno de Goethe ao cinzento norte da Alemanha. Ele deixou Roma no dia 24 de abril de 1788 e jamais retornaria à Cidade Eterna. Na sua Viagem Italiana, Goethe anotou a despedida com palavras inspiradas em Ovídio, o poeta da Antigüidade: "Cada noite passeia-me diante da alma a imagem triste, a última para mim na cidade romana; relembrando a noite de onde me ficaram coisas tão caras, escorre-me dos olhos ainda agora uma lágrima. […]"
De volta a Weimar, Goethe casou-se com Christiane Vulpius. Seu filho August morreu jovem e foi enterrado em Roma, por determinação do pai: a última homenagem de Johann Wolfgang von Goethe à cidade dos seus sonhos.

Catrin Möderler (am) © 2007 Deutsche Welle


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Sunday, October 28, 2007

Le 28 octobre

1997 - La loi met fin au service militaire en France

Le 22 février 1996, au cours d'un entretien télévisé, le président Jacques Chirac avait présenté la réforme de la politique de défense. Jugeant qu'une "défense moderne" n'est possible que "dans le cadre d'une armée professionnelle", il annonce, d'ici à 2001, la suppression du service militaire, la diminution des effectifs des armées et la baisse progressive du budget de la défense. Existant sous diverses formes depuis la Révolution française, c'est en 1905 qu'un service militaire intégral de deux ans avait été rendu obligatoire pour tous les hommes. La conscription est officiellement supprimée par la loi du 28 octobre 1997 portant réforme du service national, qui s'applique aux Français nés après le 31 décembre 1978. Le passage définitif à l'armée de métier est alors prévu pour le 1er janvier 2003, lorsque cessera le recours aux appelés des classes précédentes.

©Documentation écrite RFI


1886: Inauguração da Estátua da Liberdade
A Estátua da Liberdade.

No dia 28 de outubro de 1886, o então presidente dos Estados Unidos, Stephen Grover Cleveland, inaugurou solenemente uma obra monumental na entrada do porto de Nova York. A estátua de 46 metros de altura, sobre uma pequena ilha, era um presente da França ao "Novo Mundo".

A Estátua da Liberdade sempre foi considerada a mãe de todos os imigrantes que passavam de barco diante do monumento antes de atracar em Ellis Island (a única porta de entrada para estrangeiros nos EUA entre 1892 e 1954). Trata-se do maior monumento histórico da Idade Moderna. Ela foi doada pelos franceses aos americanos e não só recorda a união entre os dois países durante a revolução norte-americana de 1775-1783. A placa no braço da "Miss Liberty" também lembra a proclamação da independência dos EUA, a 4 de julho de 1776.
Assim como a obra Liberdade Guiando o Povo, do pintor Eugène Delacroix, o monumento deveria simbolizar a liberdade iluminando o mundo, mas acabou se tornando símbolo do capitalismo e chamariz para imigrantes, que buscavam consolo no verso de Emma Lazarus, inscrito na base da estátua: "Dá-me os teus cansados, os teus pobres, as tuas massas ansiando por respirar livres... Eu ergo minha tocha ao lado da porta dourada".
Calcula-se que, entre 1892 e 1954, cerca de 12 milhões de estrangeiros ingressaram nos EUA pelo porto de Ellis Island. Quando viam a "Miss of Liberty", sabiam que haviam chegado ao país dos sonhos.

Rosto da mãe do artista serviu de modelo

O governo francês havia encarregado Frederic Auguste Bartholdi de projetar uma estátua feminina caracterizada pela dignidade. O rosto da mãe do artista serviu de modelo. Ao ser confrontado com as dimensões da escultura encomendada, Bartholdi percebeu que precisava da ajuda de um engenheiro. O escolhido foi Gustave Eiffel, que mais tarde construiria a famosa torre em Paris.
Ele projetou o esqueleto da estátua, enquanto Bartholdi moldou as 350 placas externas de cobre. Elas foram empacotadas em 214 caixas e chegaram a Nova York em junho de 1885. A montagem do monumento só começou em maio de 1886, depois de concluída a base. Passaram-se ainda quatro meses até a sua inauguração festiva, no dia 28 de outubro de 1886.
O então presidente dos EUA, Grover Cleveland, prometeu na ocasião que os americanos não se esqueceriam que "a liberdade tem aqui sua pátria e seu lugar não deve ser desleixado." Mas o vento salgado do Atlântico, as emissões dos automóveis de Manhattan e as extremas oscilações de temperatura atacaram o monumento.

Restauração financiada com doações

Bildunterschrift: Fogos de artifício iluminam o símbolo dos Estados UnidosNos anos 70 do século passado, a estátua estava completamente enferrujada e deteriorada. Em 1982, o presidente Ronald Reagan criou a comissão preparatória do centenário da "Miss Liberty". Em 1984, foram iniciadas as obras de restauração, para as quais foram arrecadados 230 milhões de dólares em doações. No Dia da Independência (4 de julho) de 1986, os norte-americanos festejaram a reinauguração do monumento.
A poucos metros da Estátua da Liberdade, no porto de Ellis Island, encontra-se o Muro de Honra dos Imigrantes Norte-Americanos, onde estão inscritos os nomes de 420 mil pessoas. As nacionalidades mais representadas são a italiana, russa e polonesa. Os nomes de imigrantes de mais de 130 países estão gravados em painéis de aço inoxidável.
Qualquer imigrante que chegou a qualquer porto norte-americano em qualquer ano pode gravar seu nome no muro, mediante uma doação de 100 dólares à Fundação Estátua da Liberdade – Ellis Island, encarregada da manutenção do monumento nacional dos EUA.

Jens Teschke (gh) © 2007 Deutsche Welle

Saturday, October 27, 2007

Le 27 octobre


2005 - Emeutes dans les banlieues françaises


Le 27 octobre 2005, la mort accidentelle de deux jeunes Français issus de l'immigration, électrocutés après s'être réfugiés dans un transformateur EDF pour fuir la police à Clichy-sous-Bois (nord de Paris), provoque des émeutes nocturnes dans les quartiers pauvres des banlieues de Paris et de plusieurs grandes villes de province. Les violences vont durer trois semaines. Dans l'ensemble du territoire français, près de 300 communes sont affectées, près de 10.000 véhicules sont brûlés et des édifices scolaires, commerciaux ou religieux sont dévastés. Un sexagénaire meurt le 7 novembre des suites d'une agression et des passagers de bus sont grièvement blessés, ainsi que des pompiers et des policiers. Le 8 novembre, le gouvernement instaure le couvre-feu en exhumant une loi votée en avril 1955 lors du conflit algérien. Un débat s'ensuit sur les ghettos que la France a laissé se constituer sur son territoire depuis quarante ans et le malaise de la jeunesse d'origine étrangère, qui se sent abandonnée et rejetée.



2005 - Rapport final de la commission Volcker sur le programme "Pétrole contre nourriture" en Irak


Le 27 octobre 2005, la commission Volcker, chargée d'enquêter sur le programme des Nations unies "Pétrole contre nourriture" en Irak, mis en place pour atténuer les effets de l'embargo en 1996, publie son rapport final. Selon la commission, près de 2400 entreprises issues de 66 pays ont permis au régime de Saddam Hussein de détourner 1,8 milliard de dollars entre 1996 et 2003, petite partie des 11 milliards de dollars détournés grâce à la contrebande de pétrole. En même temps qu'elles renflouaient les caisses du régime, les ventes de brut irakien, dont la France fut après la Russie la principale bénéficiaire, enrichissaient des intermédiaires. Au cours de dix-neuf mois d'une enquête qui a coûté 35 millions de dollars, Paul Volcker, ancien patron de la Réserve fédérale américaine, a révélé la corruption de certains personnels de l'ONU et l'inaptitude du Conseil de sécurité et de Kofi Annan dans la gestion de ce programme humanitaire.


2002 - "Lula" élu président au Brésil


Après avoir manqué la victoire de 0,6 point au premier tour le 6 octobre, Luis Inacio Da Silva remporte le second tour de l'élection présidentielle le 27 octobre 2002. Le candidat du Parti des travailleurs obtient 61% des voix contre son concurrent social-démocrate José Serra, dauphin du chef d'Etat sortant Fernando Henrique Cardoso. Enfant du Nordeste, la région la plus pauvre du Brésil, ancien ouvrier métallurgiste et leader syndical à São Paulo, "Lula" s'engage à réduire les profondes inégalités sociales, accélérer la réforme agraire et améliorer les systèmes d'éducation et de santé. Il prend ses fonctions le 1er janvier 2003. "Lula" sera réélu avec plus de 60% des voix en octobre 2006.

©Documentation écrite RFI



1966: África do Sul perde o protetorado da Namíbia
Bandeira da Namíbia



No dia 27 de outubro de 1966, as Nações Unidas cassaram da África do Sul o mandato sobre o atual território da Namíbia.
A resolução nº 2145, aprovada pela Assembléia Geral da ONU no ano de 1966, revogava o mandato de protetorado da África do Sul sobre o Sudoeste Africano (hoje, Namíbia). Em Pretória, o governo sul-africano ignorou, no entanto, esta decisão.
A Namíbia, antiga colônia alemã, era muito cobiçada em função de seu vasto potencial econômico. "O país é o maior produtor de diamantes do mundo, além de possuir cobre, prata, zinco e ainda urânio", explicou o comissário da ONU, Sean McBride.
A riqueza da Namíbia foi provavelmente uma das razões pelas quais a África do Sul não quis abrir mão do seu poder sobre o país, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Depois da dissolução da Liga das Nações, o governo sul-africano deveria passar a tutela da região para as Nações Unidas. Embora isso não fosse obrigatório, a África do Sul foi conclamada explicitamente a transferir para a ONU o mandato de protetorado da Namíbia, que tinha sido conferido ao governo de Pretória, em 1920, pela Liga das Nações. O pedido, no entanto, não foi acatado.
Apartheid estendido à Namíbia
A começar pela resolução nº 65, a Assembléia Geral da ONU renovou o apelo quase todos os anos. Em 1959, foi constatado "que a administração do território tem sido conduzida de forma cada vez mais contrária à Carta da ONU, à Declaração Universal dos Direitos do Homem, aos pareceres dos tribunais internacionais e à resolução da própria Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas".
A África do Sul havia começado a implantar suas leis do apartheid também na Namíbia, o que provocou uma série de violações dos direitos humanos na região. Em 1960, a Etiópia e a Libéria, Estados africanos independentes, entraram com uma ação contra a África do Sul, que foi então obrigada a responder perante o Tribunal Internacional de Haia, na Holanda, pela violação dos estatutos de tutela do Sudoeste Africano.
As tribos da Namíbia depositaram grandes esperanças no processo. David Witbooi apresentou em Haia as principais questões colocadas pelo povo namíbio: "Nós nascemos sob essa prisão infindável. Será que devemos passar nossa vida sob esse domínio e simplesmente fechar nossos olhos? Será que somos uma geração amaldiçoada, porque nossos líderes lutam pela liberdade do seu povo, da sua nação?"
Tutela direta da ONU
A sentença do Tribunal foi proferida somente seis anos mais tarde, em 1966. Para as tribos namíbias, o resultado foi uma amarga decepção. Com a maioria de apenas um voto, o Tribunal Internacional indeferiu a ação por razões formais.
Apesar da sentença proferida em Haia, a Assembléia Geral da ONU exigiu ainda no mesmo ano que os sul-africanos deixassem a Namíbia, colocando a região sob a tutela direta das Nações Unidas.
A África do Sul, mais uma vez, não acatou a decisão, deixando no país as suas tropas, que passaram a combater a população local. O movimento namíbio de resistência foi liderado por Sam Nujoma.
Em outubro de 1975, a África do Sul iniciou incursões militares também em Angola, contando com que receberia o apoio de tropas norte-americanas. O Congresso dos EUA vetou, no entanto, o apoio do país a qualquer das partes em conflito. Com isso, a África do Sul acabou isolada no cenário político mundial.
A exigência do comissário da ONU, Sean McBride, era clara: "Usar a Namíbia como base militar para ataques a Angola é absolutamente inaceitável. A África do Sul tem que retirar as suas tropas de Angola e da Namíbia". Essa exigência só veio a ser cumprida no início da década de 1980.

Daniela Ziemann (sv) © 2007 Deutsche Welle

Friday, October 26, 2007

Le 26 octobre

1947 - Conflit indo-pakistanais sur le Cachemire


Après la partition du sous-continent indien, le 15 août 1947, entre l'Inde et le Pakistan, la situation du Cachemire, région du nord où les musulmans sont majoritaires, est incertaine. Suite à une incursion armée venue du Pakistan, le maharadjah hindou Hari Singh choisit, le 26 octobre 1947, le rattachement à l'Inde en contrepartie d'une aide militaire. L'intervention indienne déclenche la riposte de l'armée pakistanaise et le début du conflit sur le Cachemire, symbolique pour les deux Etats. Un accord de cessez-le-feu, négocié sous l'égide des Nations unies et signé le 1er janvier 1949, divisera le Cachemire en deux parties de part et d'autre de la ligne de contrôle.

©Documentation écrite RFI


1861: Alemão apresenta protótipo do telefone
Reis com seu aparato, numa gravura de J.D. Cooper

No dia 26 de outubro de 1861, o físico Johann Philipp Reis apresentou em Frankfurt o primeiro aparelho elétrico para a transmissão de sons musicais, que ele chamou de "telephon" (som à distância). A técnica incipiente e a falta de divulgação, entretanto, levaram a que ficasse praticamente desconhecido.

A invenção do telégrafo, em 1835, havia permitido a comunicação de sinais elétricos entre dois pontos ligados por uma fiação condutora. A partir daí, foram criados dois tipos de tecnologia da telecomunicação: uma que suprimia os fios, usando transmissões de ondas eletromagnéticas no ar (como o rádio e a televisão), e outra que mantinha a fiação (telégrafo, telefone, fax).
Em 1843, Alexander Bain conseguiu fazer a primeira transmissão de documentos num aparelho primitivo de fax. O invento, entretanto, popularizou-se apenas mais tarde, quando foi aprimorado com o desenvolvimento da eletrônica.
O professor particular e físico Johann Philipp Reis nasceu a 7 de janeiro de 1834, em Gelnhausen, na Alemanha. Autodidata, estudou Matemática e Ciências Naturais e de 1858 até sua morte (24 de janeiro de 1874) foi professor em Friedrichsdorf, perto de Frankfurt.

Aparelho esbarrou na divulgação

Em 1860, ele havia construído um aparelho capaz de transmitir sons e fala através da corrente elétrica, até uma distância de 100 metros. No entanto, este aparelho, batizado por Reis de "telefone", não obteve a atenção dos cientistas nem da opinião pública alemã, embora tivesse sido apresentado com toda a pompa à Sociedade de Física de Frankfurt, em 26 de outubro de 1861. Seu invento constava de duas peças, um receptor e um transmissor.
Com base nesses experimentos, o físico escocês naturalizado norte-americano Alexander Graham Bell dedicou-se à pesquisa de transmitir voz por fiação. Em 1875, obteve a patente do aparelho telefônico, fazendo sua primeira demonstração pública na Filadélfia (EUA), em 1876.
Estavam presentes 15 pessoas, entre elas o imperador do Brasil, D. Pedro 2º, que atendeu a ligação feita da sala ao lado pelo assistente de Bell, Thomas Watson, mas a qualidade da comunicação foi ruim.
O sistema foi aperfeiçoado e em 1878 aparecia a primeira rede pública comercial de telefonia, em Nex Haven, Estados Unidos. No Brasil, o primeiro parelho telefônico foi instalado no Palácio São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 1878.

Instrumento indispensável

O aparelho telefônico proposto por Bell era basicamente o telefone convencional que encontramos hoje em dia, baseado em componentes eletromecânicos. Mais recentemente surgiram os telefones com dispositivos e circuitos eletrônicos.
Uma revolução na área começou com o telefone móvel, mas a pequena banda de freqüências disponível, limitando o sistema a poucos assinantes, levou à criação e divulgação do telefone celular. Atualmente, o sistema de telefonia evoluiu tanto que o aparelho se tornou indispensável no cotidiano.

(rw) © 2007 Deutsche Welle

Thursday, October 25, 2007

1984: Suborno derruba presidente do Parlamento alemão



No dia 25 de outubro de 1984, o presidente do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) Rainer Barzel, da União Democrata Cristã (CDU), renunciou ao cargo depois que a investigação junto a um escritório de advogados de Frankfurt revelou que ele havia sido subornado e que estava envolvido num escândalo de doações não declaradas ao partido.

Desde 1964, Rainer Barzel liderava a bancada dos partidos da União Democrata-Cristã e União Social-Cristã (CDU/CSU) no Bundestag (Parlamento Alemão). Em 1971, assumiu também a presidência da União Democrata-Cristã.
O Escândalo Flick, como ficou conhecido na Alemanha, foi o primeiro caso público de doações ilegais a um partido. O objetivo do empresário Friedrich Karl Flick era evitar que seu conglomerado pagasse altas somas em impostos.
Quando o escândalo foi divulgado, criou-se uma CPI no Bundestag. O caso acabou culminando com processos por sonegação de impostos, a ruína de carreiras políticas e a venda do conglomerado Flick para o Deutsche Bank. Inclusive o ex-chanceler federal Helmut Kohl esteve envolvido.
Transferências bancárias para políticos
O escândalo começou a ser investigado depois de uma denúncia feita em 13 de janeiro de 1975. O comerciante Peter Müllenbach sentia-se traído pelo sócio e por isso o denunciou à Receita. O fiscal Klaus Förster começou uma ampla investigação, que desembocou na revelação do escândalo.
Numa lista do ex-contador de Flick, foram descobertas várias transferências bancárias em favor de políticos. Um dos beneficiados era o então governador da Baviera, Franz Joseph Strauss, que recebeu um total de 925 mil marcos. Em janeiro de 1975, Flick havia vendido ações da Daimler-Benz no valor de mais de 1,9 bilhão de marcos (29% do capital da empresa).
Uma brecha na legislação, entretanto, permitia a isenção de imposto sobre a transação, desde que o dinheiro fosse reinvestido em projetos de incentivo econômico. O então ministro da Economia, Hans Friderichs, e seu sucessor, Otto Lambsdorff, permitiram que o capital fosse reaplicado na compra de ações, sem pagar taxas.
Demissão do Ministro da Economia
Anos mais tarde, uma comissão parlamentar de inquérito descobriu que Eberhard von Brauchitsch, assessor de Flick, pagava propinas regulares a políticos em Bonn. Entre os beneficiados, estavam o então ministro da Economia, Otto Lambsdorff, e seu antecessor, Hans Friederichs. A CPI obrigou-os a pagar altas multas. Lambsdorff renunciou em junho de 1984 e Friederichs perdeu o cargo de porta-voz da presidência do Dresdner Bank.
Brauchitsch, por seu lado, não pôde mais se eleger à presidência da poderosa Confederação da Indústria Alemã (BDI), e Rainer Barzel renunciou em 1984 à presidência do Bundestag, assumida um ano antes. A CPI havia aberto um inquérito contra um escritório de advocacia por suspeitar de um negócio simulado para acobertar o envolvimento entre Flick e Barzel.
Na realidade, até 1980, o escritório havia repassado quase 1,7 milhão de marcos a Barzel como sendo "transações político-econômicas". Ao mesmo tempo, Flick pagou 1,75 milhão de marcos ao escritório de advocacia, a título de "despesas gerais".

(rw) © 2007 Deutsche Welle

Wednesday, October 24, 2007

24

Tuesday, October 23, 2007

Le 23 octobre

2005
Lech Kaczynski élu président en Pologne
Lech Kaczynski, 56 ans, dont le parti conservateur (PiS), mené par son frère jumeau Jaroslaw, est arrivé en tête aux législatives du 25 septembre, remporte l'élection présidentielle au deuxième tour avec 54,04% des voix. Arrivé en tête au premier tour, le candidat libéral Donald Tusk, chef de la Plateforme Civique (PO) obtient face à lui 45,96% des voix. Militant de l'opposition sous le régime communiste, pilier de Solidarité, Lech Kaczynski devient l'éminence grise de Lech Walesa. Ministre de la Justice dans un gouvernement de Solidarité en 2000, adepte d'une politique sécuritaire, Lech acquiert la réputation d'un homme fort et incorruptible dans un climat politique miné par les affaires de corruption. Catholique, défendant les valeurs morales traditionnelles de la Pologne, il prône une forte intervention publique en matière économique et sociale. Le nouveau président est investi le 23 décembre 2005.
2002
Prise d'otages dans un théâtre à Moscou
Le soir du 23 octobre 2002, en pleine représentation de la comédie musicale "Nord-Ost", le théâtre de la Doubrovka, à Moscou, est investi par un commando indépendantiste tchétchène mené par Movsar Baraïev. 41 terroristes, dont 19 femmes, vont y retenir près de 800 personnes en otage pendant 58 heures, demandant "que la guerre finisse" en Tchétchénie. Armés et bardés d'explosifs, ils menacent de tout faire sauter en cas d'attaque. Le 26 octobre au matin, après deux jours et trois nuits d'attente, les forces spéciales russes lancent l'assaut à grand renfort de gaz incapacitant, un dérivé du Fentanyl. Tous les membres du commando sont tués. Parmi les otages, dont cinq ont été abattus par les terroristes les jours précédents, on comptera 124 morts asphyxiés par le gaz, dûs à la désorganisation et l'insuffisance des secours. Le 1er novembre, la prise d'otages sera revendiquée par le chef de guerre tchétchène Chamil Bassaïev.

©Documentation écrite RFI




1954: Assinatura dos Tratados de Paris
Adenauer em discurso no Bundestag

Com a assinatura dos Tratados de Paris, em 23 de outubro de 1954, a jovem República Federal da Alemanha inseriu-se no contexto das alianças ocidentais.
"Termina hoje para a República Federal da Alemanha o período de ocupação. O governo alemão constata com profunda satisfação que somos um Estado livre e independente." O chanceler federal Konrad Adenauer discursou com grande orgulho diante do Parlamento alemão: com a entrada em vigor dos Tratados de Paris, a jovem república adquiriu a sua completa soberania. Os acordos celebrados na capital francesa incluíam quatro pontos:
A reformulação do tratado sobre a Alemanha, com o cancelamento do status de país ocupado.
A filiação da Alemanha à União da Europa Ocidental, a aliança européia de defesa.
A integração da Alemanha Federal como integrante da Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O chamado "Estatuto do Sarre", que previa a autonomia da região do Sarre, sob controle europeu.
Divisão da Alemanha, o pomo da discórdia
Os políticos da oposição não queriam compartilhar então o entusiasmo do governo. O presidente do SPD (Partido Social Democrata da Alemanha), Erich Ollenhauer, criticou Adenauer, afirmando que os Tratados de Paris consolidariam a divisão da Alemanha:
"Para o povo alemão, o cancelamento do direito de ocupação existente até agora na região em que vigora a Lei Fundamental não é motivo para comemoração. A Alemanha continua dividida. Só se poderá falar em soberania da Alemanha quando a Alemanha estiver reunificada em liberdade."
Esta polêmica entre a oposição e o governo era mais antiga que a própria República Federal da Alemanha. Pois, desde o fim da guerra, os alemães se viram confrontados com o problema da divisão do seu país, sendo que no correr do tempo as duas partes se viram não apenas em blocos diferentes, mas até mesmo em blocos inimigos.
Dois caminhos eram debatidos na política alemã. Para alguns, a reunificação do país era meta política prioritária. Esta era a posição do SPD, que estava disposto a examinar a proposta da União Soviética de aceitar a reunificação da Alemanha, desde que ela assumisse uma neutralidade completa.
Desejo de inserção nas estruturas ocidentais
Os outros só viam o futuro da Alemanha num estreito relacionamento com o Ocidente e na sua inserção em estruturas européias ocidentais. Deste grupo fazia parte, decididamente, o então chanceler federal Konrad Adenauer.
No seu primeiro pronunciamento oficial como chefe de governo, ele já fixara tal orientação: "A integração da Europa continua sendo uma das metas principais da política alemã. Somos de opinião de que a criação de um exército europeu significará um progresso muito substancial no caminho do objetivo final de integração da Europa".
Com a integração no Ocidente, Adenauer esperava também a rápida recuperação da soberania. Mas isto também implicava o rearmamento e a filiação às alianças militares ocidentais, o que era um fato extremamente polêmico entre os alemães. Sindicalistas, pacifistas e organizações eclesiásticas criaram então o primeiro movimento de resistência extraparlamentar na República Federal da Alemanha.
Resistência
Gustav Heinemann, posteriormente presidente da Alemanha, deixou a CDU (União Democrata Cristã), em protesto contra a política de remilitarização do país. Ele era um dos adversários mais ferrenhos dos Tratados de Paris. Na histórica Igreja de São Paulo, em Frankfurt, ele conclamou à resistência contra a política de Adenauer:
"Nenhum de nós deixa de levar a sério a crise que será gerada pela rejeição dos Tratados de Paris. Mas esta crise nos parece o mal menor, em comparação à catástrofe que significaria para nós e para a Europa a consolidação da divisão alemã por tempo indeterminado. O rearmamento da Alemanha Ocidental não é nenhum caminho para a reunificação e para a configuração da Europa. Quem busca a integração num bloco militar, pode até falar muito de reunificação, mas está ao mesmo tempo impedindo que ela aconteça."
Apesar dos protestos maciços, o Parlamento alemão ratificou os Tratados de Paris no dia 27 de fevereiro de 1955. Com a sua entrada em vigor, no dia 5 de maio do mesmo ano, a República Federal da Alemanha adquiriu a sua completa soberania.

Rachel Gessat (am) © 2007 Deutsche Welle

Monday, October 22, 2007

Le 22 octobre

1973: Morre o violoncelista Pablo Casals
Pablo Casals durante um ensaio com a Filarmônica de Londres em 1963

No dia 22 de outubro de 1973, morreu o violoncelista catalão Pablo Casals. O músico revolucionou o manuseio do violoncelo.

Interpretações da música de Johann Sebastian Bach ao violoncelo ficaram durante dois séculos fadadas ao esquecimento, até serem redescobertas por um músico catalão. Um gênio e cidadão do mundo, que lutou durante toda sua vida pela paz e pela liberdade. E para muitos, o maior violoncelista de todos os tempos: Pablo Casals.
Quando Johannes Brahms compôs sua Sonata para Violoncelo op. 99, Pablo Casals tinha dez anos de idade. Nascido no povoado catalão de Vendrell, Casals tornou-se, no decorrer da sua vida quase centenária, um mediador entre os séculos 19 e 20, entre o romantismo tardio e a era moderna, entre a arte e o homem.
Em suas próprias palavras, "a música, essa linguagem universal maravilhosa, entendida por todos, deveria ser também uma fonte de melhor entendimento entre os homens. Por essa razão, quero fazer um apelo aos meus colegas músicos de todo o mundo, pedindo a cada um deles que coloque a pureza da arte a serviço da humanidade, pois assim estarão contribuindo para o surgimento de relações fraternas entre os homens".
Multitalento
Os pais de Casals, ambos músicos, incentivaram o filho desde a infância no ofício musical. Pablo tocou com virtuosismo piano, órgão, violino e flauta, mas somente aos 11 anos é que veio a encontrar o instrumento ao qual se dedicaria por toda a vida. Ao ouvir um concerto de um trio de cordas, Casals fascinou-se pelo violoncelo.
Seus pais lhe proporcionaram aulas do instrumento e, um ano depois, aos 12 anos de idade, o jovem músico já ganhava a vida como violoncelista em apresentações em bares e cafés na Espanha.
O compositor Issac Albeniz descobriu o talento de Casals, tendo intermediado sua formação profissional no Conservatório de Madri e seus primeiros grandes concertos. Por volta de 1900, o intérprete catalão já tinha fama mundial como um talento excepcional e um virtuose do violoncelo.
Casals revolucionou o manuseio de um instrumento que até então servia apenas ao acompanhamento, desenvolvendo uma nova técnica de arco e dedilhado, que transformou o violoncelo em um instrumento solo. O dirigente Wilhelm Furtwängler declarou certa vez que "quem nunca ouviu Casals, não sabe como um instrumento de cordas pode soar".
Defensor da liberdade
Pablo Casals nunca foi, no entanto, apenas um músico de talento. Mais do que isso, o intérprete exemplar foi um lutador apaixonado por valores como a liberdade e a igualdade. Lenin e o stalinismo, Mussolini, a Alemanha de Hitler e a ditadura de Franco o levaram a isolar-se voluntariamente em Prades, um povoado nos Pirineus.
Por várias décadas, Casals não participou de nenhum concerto. Somente a partir dos anos 50 é que o violoncelista voltou aos palcos do mundo como intérprete e também regente. Todos os concertos feitos por ele a partir de então estiveram explicitamente "a serviço da paz e do entendimento entre os povos".
Sua grande visão acabou, porém, apenas em sonho: "O Hino à Alegria da 9ª sinfonia de Beethoven tornou-se o símbolo do amor entre os homens. Eu sugiro, por isso, que toda cidade que dispõe de uma orquestra e um coro execute essa obra em um mesmo dia, transmitindo-a por ondas radiofônicas aos menores povoados e aos cantos mais distantes desse mundo, como uma nova oração. Uma oração pela paz, pela qual todos nós tanto ansiamos e há tanto tempo esperamos".
No dia 22 de outubro de 1973, Pablo Casals morreu aos 97 anos. Na memória coletiva, ele continuou, no entanto, imortal. Tanto como grande músico quanto como grande homem.

Catrin Möderler (sv) © 2007 Deutsche Welle

Sunday, October 21, 2007

Le 21 octobre

1520: Descoberto o Estreito de Magalhães
O Ocidente de Magalhães deu no Oriente

No dia 21 de outubro de 1520, mais de um ano após o início de sua viagem pelos mares, as embarcações conduzidas por Fernão de Magalhães chegaram à ponta da América do Sul. Era o estreito que hoje leva seu nome.
Ainda criança, o pequeno Fernão de Magalhães já sonhava com viagens, com a infinitude do mar e com as estrelas. Em 1494, quando tinha apenas 14 anos, mudanças decisivas aconteciam: Cristóvão Colombo e Vasco da Gama descobriam o mundo. Enquanto isso, Magalhães sonhava não só apenas em ver com os próprios olhos o que esses aventureiros e heróis do mar haviam descoberto, mas ir além e descobrir o que eles ainda não tivessem encontrado.
Resistência da coroa portuguesa
Em 1513, o jovem Fernão já tinha se tornado há tempos um viajante e marinheiro, tendo ido até à Índia, à China e às ilhas Molucas. Seus sonhos de navegar em direção ao Ocidente, no entanto, persistiam. Magalhães queria chegar onde Cristóvão Colombo não havia conseguido: descobrir o caminho marítimo até à Índia, provando assim que a terra é redonda.
Dom Manuel, rei de Portugal, rejeitava a proposta, no entanto, além de não demonstrar um mínimo de afeição pelas idéias do jovem Magalhães. Em 1518, o rei negou mais uma vez a permissão para uma expedição em direção ao Ocidente, o que deixou Magalhães amargurado e decepcionado.
Apelo à Espanha
O cidadão português virou então as costas à sua terra natal e dirigiu-se ao rei Carlos, da Espanha. Desde o Tratado de Tordesilhas de 1494, no qual o papa Alexandre VI havia dividido o globo terrestre em dois hemisférios, delegando a parte ocidental à Espanha e a oriental a Portugal, os dois países discutiam sobre os limites de cada região.
Magalhães assegurou ao monarca espanhol: "Com a minha expedição, vou mostrar onde estão as fronteiras entre Portugal e Espanha e provar que as ilhas das especiarias pertencem à Espanha."
Ele se referia, com isto, às ilhas Molucas, que hoje fazem parte da Indonésia. O rei Carlos, entusiasmado com as promessas de Magalhães, deixou-se levar pelos planos de novas descobertas. Em setembro de 1519, o português seguia mar adentro, a serviço da Espanha.
Trajetória de aventuras
O sonho de Fernão de Magalhães virava enfim realidade. Cinco navios e 280 marinheiros estavam sob seu comando, numa viagem de mais de 42 mil milhas marítimas, com tempestades perigosas, motins entre os participantes e um sofrimento infindável devido às dificuldades do percurso.
Magalhães, apesar de tudo, realizava seu sonho: nenhum temporal era forte o suficiente e nenhuma dificuldade ia além do desejo de navegar do Ocidente em direção ao Oriente.
Durante essa viagem em direção ao desconhecido, a expedição viveu uma série de decepções. No dia 21 de outubro de 1520, no entanto, mais de um ano após o início da empreitada, as embarcações chegaram enfim à ponta da América do Sul.
Fim no "mar pacífico"
Magalhães navegou através do Estreito que hoje leva seu nome, seguindo em direção ao Ocidente, o que hoje sabemos ser o Oriente. Os membros da expedição, extremamente exaustos, continuaram navegando 96 dias por esse "mar pacífico", como descreveu Magalhães.
Fome, escorbuto (doença caracterizada pela tendência às hemorragias, causada por falta de vitamina C) e o calor reduziram a tripulação à metade. Somente 115 homens chegaram às Filipinas, entre eles Magalhães, que acabou morrendo em um confronto com os nativos. Triste fim para seu belo sonho.
Últimos sobreviventes
No dia 7 de setembro de 1522, o navio "Vitória" chegou como única embarcação de volta ao porto de Sevilha, na Espanha. "Vitória" era, nessas alturas, mais uma carcaça do que um navio propriamente dito.
A bordo estavam apenas 18 dos 280 homens que partiram em direção ao mar. Apesar disso, o sobrevivente Antonio Pigafetta registrou em seu diário no dia do regresso à Espanha: "A fama de Magalhães será eterna".

Jens Teschke (sv) © 2007 Deutsche Welle

Saturday, October 20, 2007

Le 20 octobre


2002 - Abdou Diouf à la tête de l'Organisation internationale de la Francophonie

A l'issue du 9e sommet francophone à Beyrouth, l'ancien président sénégalais Abdou Diouf est élu par consensus secrétaire général de l'Organisation internationale de la Francophonie (OIF). Il succède à Boutros Boutros-Ghali, ancien secrétaire général de l'ONU, qui avait prolongé son mandat d'un an suite à l'annulation du sommet en 2001, après les attentats du 11 septembre. Elu pour quatre ans, Abdou Diouf représentera les 55 pays membres de l'OIF, soit 600 millions de personnes dans le monde. Il sera reconduit en 2006 pour un nouveau mandat.

©Documentation écrite RFI

Jean-Nicolas Arthur Rimbaud

(20 de Outubro de 1854, Charleville - 10 de Novembro de 1861, Marselha)

Friday, October 19, 2007

Le 19 octobre


1987 - Lundi noir à Wall Street

Le 19 octobre 1987, l'indice Dow Jones connaît une chute spectaculaire de 22,6% en une seule séance et entraîne dans son sillage l'ensemble des places financières mondiales. Ce krach boursier, dû aux fluctuations du dollar et à la hausse des taux d'intérêt, s'inscrit dans une période d'intense spéculation et de dérèglementation financière. Appelé "Lundi noir" en référence au "Jeudi noir" de 1929, il n'entraînera pas de crise économique majeure, notamment suite à l'intervention des banques centrales.
©Documentation écrite RFI

1977: Encontrado morto refém da RAF
Hanns-Martin Schleyer

No dia 19 de outubro de 1977, foi encontrado o corpo de Hanns-Martin Schleyer no porta-malas de um carro na França, perto da fronteira alemã. Ele havia sido seqüestrado pela Fração do Exército Vermelho (RAF).

A década de 70 marcou o auge do terrorismo de esquerda na Alemanha. Em 1975, Lutz Taufer, Karl-Heinz Dellwo, Hanna Krabbe e Bernhard Rössner assaltaram a embaixada alemã-ocidental em Estocolmo, para pressionar a libertação de companheiros presos. Eles mataram dois reféns e explodiram uma bomba no prédio.
Ao mesmo tempo, era assassinado a tiros um juiz em Berlim Ocidental. Nesta mesma cidade, o Movimento Dois de Junho, rival da Fração do Exército Vermelho (RAF), seqüestrou um político da União Democrata Cristã e conseguiu a libertação de vários companheiros que estavam presos no Iêmen.
Guerra aberta entre governo e RAF
Estas atividades, no entanto, foram pouco, comparadas à ofensiva de 1977. Depois das mortes do promotor-geral da República, Siegfried Buback, e do presidente do Dresdner Bank, Jürgen Ponto, seguiu-se o chamado "outono alemão", em setembro, com o seqüestro e assassinato do presidente da Federação dos Empregadores Alemães, Hanns-Martin Schleyer. Era uma guerra aberta entre o governo e a RAF. O Estado havia se armado com novas leis, incrementando o direito penal e limitando drasticamente os direitos da defesa.
Em 5 de setembro de 1977, o comando Siegfried Hausner, da RAF, seqüestrou o presidente da Federação dos Empregadores da Alemanha e da Federação Alemã da Indústria, Hanns-Martin Schleyer, pedindo em troca a libertação de 11 companheiros. O rapto aconteceu em Colônia, perto da casa do empresário. Na ação, os terroristas mataram o motorista e os guarda-costas de Schleyer.
Coordenação a partir de Bonn
Iniciou-se aí a maior ação policial da Alemanha. Foi incrementada a presença da polícia militar, intensificaram-se os controles de documentos no trânsito e por todos os lugares havia cartazes com os terroristas procurados. Em Bonn, uma equipe especial coordenava os passos do governo em relação ao seqüestro 24 horas por dia.
Assegurado por um consenso entre todos os partidos, o chanceler federal Helmut Schmidt governou com mão de ferro e não cedeu à pressão terrorista, nem a 13 de outubro, quando um comando palestino seqüestrou um avião da Lufthansa na Espanha, pedindo a libertação dos terroristas alemães em Stuttgart. Depois de muita tensão, um comando armado conseguiu libertar os passageiros na Somália. O capitão e três dos quatro seqüestradores foram mortos. Em conseqüência, suicidaram-se na prisão em Stuttgart três dos terroristas que estavam na lista dos seqüestradores de Schleyer.
Depois de seis semanas de martírio em poder dos seqüestradores, Schleyer foi levado do esconderijo em Bruxelas para a França. Lá, o deixaram sair caminhando num campo, dando-lhe a impressão de liberdade. Logo depois, o mataram a tiros pelas costas. Seu corpo foi encontrado no dia 19 de outubro de 1977, no porta-malas de um carro, em território francês, perto da Alemanha.

(rw) © 2007 Deutsche Welle

Thursday, October 18, 2007

Le 18 octobre

1977: Terroristas alemães se suicidam na prisão
Desfecho de seqüestro de avião, morte de refém da RAF e suicídio de seus líderes marcam fim do chamado 'Outono Alemão'


Em 18 de outubro de 1977, Baader, Ensslin e Raspe, os mais importantes líderes da Fração do Exército Vermelho (RAF), se matam no presídio, após o fracasso de duas ações terroristas para libertá-los.

No final da década de 1970, o terrorismo estava na ordem do dia da Alemanha. A escalada de violência era sem precedentes na história do país no pós-guerra. Mesmo após a prisão de seus líderes, o grupo Fração do Exército Vermelho (RAF) ainda mostrava força.
No primeiro esforço para reaver seus líderes, a RAF seqüestrara em Colônia Hanns-Martin Schleyer, presidente da Federação Alemã dos Empregadores. Na ação, morreram o motorista e três guarda-costas do empresário. O grupo terrorista exigia a libertação de 11 de seus membros capturados. Entre eles, Andreas Baader, Gudrun Ensslin e Jan-Carl Raspe, reclusos no presídio de Stuttgart-Stammheim. O governo Helmut Schmidt optou por não ceder e ganhar tempo até encontrar o cativeiro de Schleyer.

Seqüestro de avião
Os terroristas apertaram o cerco. No dia 13 de outubro, um avião da Lufthansa vindo de Maiorca com turistas alemães foi seqüestrado e teve de pousar em Roma. Os quatro seqüestradores palestinos declararam seu apoio à RAF e exigiram igualmente a libertação dos líderes presos em Stuttgart.
Enquanto isto, na Alemanha, os raptores de Schleyer enviavam fitas de vídeo ao governo, com apelos cada vez mais dramáticos do líder empresarial. O chanceler Helmut Schmidt permaneceu, porém, resoluto em mostrar aos terroristas que existem forças mais poderosas.
De Roma, o Boeing da Lufthansa decolou para o Oriente Médio e pousou em Dubai, capital de Omã, a 14 de outubro. Os seqüestradores deram novos ultimatos e instauraram clima de terror a bordo, simulando execuções de passageiros, humilhando-os e agredindo-os brutalmente.

Desfecho em Mogadíscio
O avião decolou novamente, com destino a Aden, no Iêmen, onde os terroristas acreditavam estar mais seguros. No entanto, o governo os obrigou a seguir para Mogadíscio, na Somália. Lá, Hans-Jürgen Wischnewski, encarregado com todos os poderes por Helmut Schmidt para resolver o caso, já esperava o avião na torre de controle.
Em princípio, o representante do governo alemão sinalizou disposição de uma troca de reféns. No entanto, à meia-noite de 17 para 18 de outubro, um comando da polícia federal alemã entrou em ação e em poucos minutos dominou a situação no aeroporto africano, libertando 91 reféns. O piloto já havia sido executado pelos seqüestradores.
No ataque, três dos quatro terroristas palestinos morrem baleados. A última terrorista – uma mulher – ficou gravemente ferida. Era o fim de cinco dias e noites de medo e terror para os reféns.

Suicídio em Stuttgart – Naquela mesma noite, três líderes da RAF se suicidaram na Alemanha. Um dia depois, o corpo de Hanns-Martin Schleyer foi encontrado no porta-malas de um carro abandonado na fronteira da Alemanha com a França. O empresário fora executado com um tiro na nuca.
"Dois funcionários do Instituto Penitenciário de Stuttgart encontraram o preso Raspe ferido gravemente com um tiro na cabeça, ao irem buscá-lo para o café da manhã. Ele foi levado para um hospital, onde morreu à 9h40. Baader foi achado morto no chão de sua cela. Assim como Raspe, ele se suicidou com um tiro de pistola. Já Ensslin foi encontrada enforcada com um fio de eletricidade na janela de sua cela", anunciou Traugott Bender, secretário de Justiça do Estado de Baden-Württemberg. As autópsias confirmaram os suicídios.
Dos que tentaram o suicídio naquela noite, apenas Irmgard Möller sobreviveu, gravemente ferida. Logo a suspeita recaiu sobre um dos advogados dos terroristas, que teria levado as armas às celas.
"Fomos ingênuos demais. Tínhamos que revistar os presos sempre após as visitas. Mas relaxamos, pois eles praticamente só tinham contato com os advogados. Nunca recebiam outras pessoas", recorda-se Horst Bubeck, funcionário do presídio.
Isolados, mas nem tanto
Segundo ele, os terroristas não tinham contato com os demais detentos. Um isolamento do qual eles e seus advogados – inclusive o ex-ministro do Interior, Otto Schily – reclamavam enfaticamente. O sétimo andar estava reservado para os membros da RAF e era considerado área de segurança máxima.
"Eles próprios podiam se encontrar diariamente, o que era uma novidade numa penitenciária naquela época. Isto não existia antes, nem existe mais. Ou seja, eles podiam ficar cinco, seis horas juntos e até passar as noites juntos, desde que homem com homem e mulher com mulher", relata Bubeck.
Baader, Ensslin e Raspe foram enterrados numa sepultura coletiva no cemitério de Stuttgart.


Wednesday, October 17, 2007

Le 17 octobre


1906: Telegrafada a primeira fotografia
Marconi havia enviado os primeiros sinais telegráficos através do oceano


Desde o surgimento do telégrafo, os inventores procuravam formas de transmitir imagens, não apenas sinais e escrita. Isso finalmente aconteceu em 17 de outubro de 1906.

Com os computadores, internet, e-mail e todas as invenções tecnológicas da sociedade da informação, hoje mal se fala do velho e bom telefax, cuja origem remonta ao século 19. Tudo começou em 1843, quando o escocês Alexander Bain registrou a patente de um "telégrafo de cópias".
No entanto, foi o inglês Frederick Collier Bakewell quem concretizou suas idéias três anos depois. Bakewell escreveu as palavras que queria transmitir com uma tinta que não conduz eletricidade, sobre uma lâmina de metal. Esta foi enrolada em um cilindro giratório, munido de uma ponta de metal para a "leitura". Quando a ponta tocava a tinta com as letras, interrompia-se a corrente elétrica. O receptor era do mesmo tipo. Com o efeito eletroquímico da eletricidade, o papel colocado no receptor se tingia de azul, mas ficava branco quando havia interrupção da corrente. Assim, Bakewell obteve letras brancas sobre um fundo azul.

Outro precursor: o pantelégrafo
Quando ele apresentou sua invenção, em 1851, por ocasião da Exposição Mundial em Londres, todos ficaram admirados. Seu "telégrafo de cópias" foi um marco importante na história da telegrafia de imagens. Assim como o pantelégrafo, um aparelho de mais de dois metros de altura, construído segundo os planos do professor de física italiano Giovanni Caselli e apresentado em 1866. Da mesma forma como os telefaxes, ele enviava cópias idênticas de documentos escritos ou desenhos. Logo após ser instalado, o pantelégrafo transmitiu quase cinco mil faxes entre Paris e Lyon.
Esses dois aparelhos constituíram os primeiros passos na transmissão de imagens. O fax como conhecemos hoje foi inventado três décadas depois, graças a um cientista alemão: o matemático e físico Arthur Korn, nascido em Breslau. Ele fez furor em 17 de outubro de 1906. Foi quando conseguiu telegrafar um retrato do príncipe herdeiro Guilherme a uma distância assombrosa para a época: 1800 quilômetros.

A telegrafia fotoelétrica de Korn
Ao contrário dos colegas que se aventuraram antes dele pelo terreno da telegrafia, Korn trabalhava com células fotossensíveis de selênio. Elas assumiam a mesma função da ponta ou agulha de metal. Logo após seu êxito, o cientista transmitiu fotografias de Munique a Berlim, de Berlim a Paris e de Paris a Londres. Demorava uns 12 minutos até que a fotografia, enviada de Berlim, chegasse à capital francesa. Hoje em dia isso pode parecer mais lerdo do que uma tartaruga, mas foi um enorme progresso em relação ao estágio da técnica no início do século 20.
Quem logo soube apreciar as vantagens do aperfeiçoamento da telegrafia de imagens por Arthur Korn foi a polícia, que passou a empregá-la na identificação e busca de criminosos e foragidos da lei. O primeiro sucesso policial deu-se em 1908, com a transmissão de uma fotografia de Paris a Londres, como observa o alemão em um de seus livros.
Polícia e imprensa aplicam a invenção
A invenção teve muitas outras aplicações: na meteorologia, nas forças armadas e, principalmente, nos jornais. A revista francesa L´Illustration foi a primeira a recorrer às novas possibilidades técnicas. A partir de 1907, enviava ou recebia regularmente fotografias no eixo Berlim-Paris-Londres.
Em um livro publicado em 1923, Korn registrou: "Reconheceu-se o significado da telegrafia de imagens para as reportagens da imprensa ilustrada e logo vários outros jornais e revistas se interessaram pelo procedimento, principalmente o Daily Mirror inglês, que montou duas estações de telegrafia em Londres e Manchester.
A seguir, quase todos os diários passaram a trazer imagens transmitidas por telégrafo". Entre os órgãos da imprensa pioneiros no setor estão também o Berliner Lokal Anzeiger alemão e os jornais escandinavos Politiken (Copenhague) e Dagens Nyheter (Estocolmo).
Com a ascensão dos nazistas ao poder, começaram tempos difíceis para Arthur Korn. Em 1933, ele acabou sendo licenciado da Escola Técnica Superior de Berlim, onde tinha uma cátedra e realizava pesquisas. Em 1939, ano em que começou a Segunda Guerra Mundial, emigrou para os Estados Unidos, onde faleceu, seis anos depois, em Jersey City.

Ernst Meinhardt (ns) © 2007 Deutsche Welle

Tuesday, October 16, 2007

Le 16 octobre

1946: Execução de criminosos de guerra nazistas
Tribunal de Nurembergue



No dia 16 de outubro de 1946, foram instalados três cadafalsos no presídio de Nurembergue, para a execução de dez penas de morte contra representantes do regime nazista.



Três cadafalsos foram instalados no presídio de Nurembergue, para a execução de dez penas de morte contra representantes do regime nazista, em16 de outubro de 1946. Conspiração, crimes contra a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade – sob estes quatro tipos de acusação, os aliados resumiram os infindáveis crimes cometidos pelos nazistas.

Durante quase um ano, entre novembro de 1945 e outubro de 1946, o Tribunal Militar Internacional reuniu-se em Nurembergue para o julgamento de criminosos nazistas, após a Segunda Guerra Mundial. Nos 218 dias do processo, foram ouvidas pelo Tribunal 236 testemunhas. Cinco mil documentos foram recolhidos e analisados.

Em outubro de 1946, pronunciou-se o veredicto final contra 22 representantes do alto comando da Alemanha de Hitler. Hermann Göring, antigo marechal do regime, foi considerado pelos aliados como "nazista número 1", após as mortes de Hitler, Himmler e Goebbels.

Ao lado de Göring, outros onze acusados foram condenados à morte, entre eles os ex-ministros do Exterior, Joachim von Ribbentrop, e do Interior, Wilhelm Frick, e o ex-chefe de recrutamento de trabalhadores forçados, Fritz Sauckel. À pena máxima foram condenados ainda dois militares do alto escalão do regime nazista: Alfred Jodl e Wilhelm Keitel, chefe do Alto Comando das Forças Armadas.

Exemplo para o mundo

Além das 12 penas de morte, o Tribunal condenou sete nazistas à prisão; em três casos, perpétua. Albert Speer, arquiteto preferido de Hitler e seu assessor, que durante a guerra tornou-se ministro de Armamentos e Munição, recebeu 20 anos de cadeia. Ele foi um dos poucos a confessar sua culpa, distanciando-se explicitamente do regime nazista.

Sob protestos dos membros soviéticos do Tribunal, três dos acusados foram absolvidos.

Ao encerrar os julgamentos, o Tribunal de Nurembergue salientou: "Hitler e seu sistema provocaram um sofrimento enorme, além de privação e miséria, entre o povo alemão. Com o final desse processo, Hitler será desprezado e condenado como um dos autores desse infortúnio. O mundo, no entanto, deverá aprender do ocorrido que ditaduras como formas de Estado deverão não apenas ser odiadas, mas também temidas".

Das 12 penas de morte, apenas 10 foram executadas. Martin Bormann, o assessor mais próximo de Hitler em seu primeiro quartel-general, estava desaparecido, sendo julgado à revelia e condenado à morte.

Hermann Göring suicidou-se na noite anterior ao 16 de outubro. Quando os seguranças do presídio perceberam que Göring mantinha-se estranhamente imóvel deitado sobre seu banco, chamaram seus superiores e um médico. Este constatou a morte de Göring por envenamento. Nunca foi esclarecido quem contrabandeou o veneno para a cela.

Rachel Gessat (sv) © 2007 Deutsche Welle




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Monday, October 15, 2007

Le 15 octobre

1997 - Denis Sassou Nguesso reprend le pouvoir au Congo

Après quatre mois d'un conflit qui a fait plusieurs milliers de morts, Denis Sassou Nguesso, président du Congo de 1979 à 1992, reprend le pouvoir après la victoire militaire à Brazzaville de ses milices, soutenues par l'armée angolaise, sur celles de Pascal Lissouba, son successeur élu. Le président déchu et son Premier ministre, Bernard Kolélas, se réfugient à l'étranger. Le 25 octobre, Denis Sassou Nguesso se proclame chef de l'Etat.

1987 - Thomas Sankara assassiné lors d'un coup d'Etat au Burkina Faso

Après des années d'instabilité politique, le capitaine Thomas Sankara prend le pouvoir en Haute-Volta le 4 août 1983 à la tête d'un Conseil national de la révolution, animé par un projet de transformation radicale de la société. Porté par l'enthousiasme populaire, devenu héros de la jeunesse africaine, il met en place une vaste politique de réformes. Le 4 août 1984, il rebaptise la Haute-Volta "Burkina Faso", "le pays des hommes intègres". La dérive autoritaire et les exactions du régime vont pourtant précipiter sa fin. Le 15 octobre 1987, Thomas Sankara est assassiné lors d'un coup d'Etat qui porte au pouvoir son compagnon d'armes Blaise Compaoré.

©Documentation écrite RFI

1880: Conclusão da Catedral de Colônia

No dia 15 de outubro de 1880, foram declarados encerrados os trabalhos da construção da famosa Catedral de Colônia.

A Catedral de Colônia já foi considerada o prédio mais alto do mundo. Somente no dia 15 de outubro de 1880, declararam-se encerrados os trabalhos de construção. A obra fora começada em 1248, ficando interrompida por mais de 250 anos, por motivos financeiros.

A pedra fundamental da Catedral de Colônia fora assentada pelo arcebispo Konrad von Hochstaden num local em que existiram igrejas desde o ano 313. A planta era do mestre de construções Girard, trazido especialmente de Amiens (França). Seu projeto previa uma igreja gótica mais majestosa, alta e elegante do que as francesas Chartres, Reims e Amiens, para abrigar um grande tesouro: o arca com as relíquias dos Três Reis Magos.

Interrupção e utilização para fins profanos

Por mais de três séculos, os construtores do templo procuraram manter-se fiéis aos planos originais. Em 1560, a obra foi interrompida, quando 90% da área total já estava em condições de uso para serviços religiosos, apesar do telhado provisório de madeira.

Falta de dinheiro e desinteresse levaram à suspensão dos trabalhos. Em 1794, Colônia foi ocupada pelas tropas de Napoleão. As lideranças religiosas da cidade buscaram exílio, e a catedral foi usada por muitos anos para fins profanos. Por exemplo, como depósito de armas. Só em 1801, voltou a ser casa de orações.

Os primeiros apelos para concluir a construção vieram do colecionador de arte Sulpiz Boisserée e do publicista Joseph Görres, no começo do século 19. Em 1814, foram redescobertas em Darmstadt os planos para a fachada da catedral. Poucos anos depois, iniciaram-se os trabalhos de restauração.

Entre o rei e a Igreja

A conclusão da obra entraria para a história como um dos grandes feitos do rei Frederico Guilherme 4º, da Prússia. Em 1842, ele lançou a pedra fundamental complementar da construção. Utilizando equipamentos tecnológicos já à disposição na época, o arquiteto Ernst Friedrich Zwirner terminou o projeto em apenas 38 anos. Em 15 de outubro de 1880, graças a generosos recursos do tesouro da Prússia e doações vindas de toda a Alemanha, a chamada "rainha das catedrais", era concluída oficialmente.

Na época, a Prússia protestante estava em conflito com a Igreja Católica. O arcebispo de Colônia, cardeal Paul Melchers, vivia no exílio e, no dia da inauguração da catedral, a família imperial foi recebida apenas pelo bispo coadjutor Johann Anton Baudri. A população local manteve-se discreta nos festejos de vários dias, mas não pôde negar o mérito de Frederico 4º.

As dimensões dessa obra-prima gótica são gigantescas: suas torres de 157 metros podem ser vistas num raio de vários quilômetros. A nave central mede 43 metros de altura, 145 de comprimento e 86 de largura; o espaço interno mede 407 mil metros cúbicos e o peso total chega a 160 mil toneladas. Ela sobreviveu ao império prussiano e resistiu a duas guerras mundiais.

Poluição e o fim do mundo

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, Colônia era uma das cidades alemãs em ruínas. A catedral – apesar de danificada por 14 bombas – sobressaía, no meio dos destroços e do caos, como uma esperança: as torres altaneiras deram coragem à população para recomeçar. Mais de 30 mil tijolos foram usados no conserto dos danos causados pelos bombardeios dos Aliados. Os últimos retoques foram dados em 1954.

O que nem as guerras conseguiram destruir, enfrenta duas ameaças constantes: o tempo implacável e a poluição. Hoje sabe-se que, mais do que o tempo, a principal causa da deterioração lenta dos mais de 50 tipos de pedra usados na obra é a poluição atmosférica. A chuva ácida, resultante da combustão de carvão e óleo, comum em regiões altamente industrializadas, agride principalmente o calcário e o arenito usados na construção desse Patrimônio Cultural da Humanidade.

Além das pedras, estão ameaçados os 10 mil metros quadrados de vitrais e suas preciosas pinturas. Ainda hoje, arquitetos e restauradores trabalham sem cessar na oficina permanente junto à catedral Quando os trabalhos terminam de um lado, já recomeçam em outro canto. Segundo uma velha superstição de Colônia (mencionada em guias turísticos), "quando a catedral ficar definitivamente pronta, o mundo vai acabar".

Karl-Heinz Lummerich (gh) © 2007 Deutsche Welle


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©Documentation écrite RFI



1906: Nasce Hannah Arendt
Hannah Arendt

No dia 14 de outubro de 1906, nasceu a filósofa alemã Hannah Arendt. Em 1933, fugiu dos nazistas, indo para a França e depois para os EUA.
As obras de Hannah Arendt sobre o totalitarismo a tornaram uma das mais importantes pensadoras do século 20. Seu pensamento, textos e pesquisa científica foram motivados pela "necessidade de entender" – e isso significava para a escritora e filósofa compreender a realidade e com isso conseguir "estar em casa" no mundo, antes de obter efeitos concretos. No entanto, na avaliação de Arendt, o século 20 colocou esse desejo de entender frente a um desafio imprevisível, desencadeado pelo horror inconcebível dos sistemas totalitários.

Esses sistemas acabavam de explodir nitidamente todos os padrões de julgamento moral e negociações políticas válidos até então, tendo com isso provocado uma "crise da era moderna". A única forma de fazer justiça a essa situação seria, para Arendt, redefinir os fundamentos do agir e do julgar político. Freqüentemente as reflexões sobre política serviam também para a definição da própria posição em relação às suas experiências pessoais envolvendo o exílio, a guerra e as perseguições aos judeus.

Conscientização tardia sobre judaísmo

Nascida em 14 de outubro de 1906 em Linden, nos arredores de Hannover, a aluna exemplar cresceu em Königsberg (hoje Kaliningrado), em uma família de judeus influenciados pela social-democracia. Deles Arendt guardava as seguintes lembranças, citadas em uma conversa com Günter Gaus no ano de 1964:

“Eu não soube dentro da minha casa que sou judia. Minha mãe não era religiosa e meu pai havia morrido muito cedo. Parece muito estranho. Meu avô foi presidente da Comunidade Liberal e vereador de Königsberg. Venho de uma família tradicional. Apesar disso, a palavra 'judeu' não foi usada em nossa casa durante a minha infância. Tomei conhecimento dela pela primeira vez através de observações anti-semitas – nem vale a pena contar – feitas por crianças nas ruas. A partir daí fui, por assim dizer, instruída a respeito”.

Em 1924, Hannah Arendt começou a estudar Filosofia, Teologia e Grego Clássico – estudos concluídos sob a forte influência dos professores Martin Heidegger e Karl Jaspers, que foi mais tarde o orientador de seu doutorado. A partir do interesse pelo Romantismo alemão, Arendt escreveu uma biografia crítica da judia Rahel Varnhagen, concluída em 1938 porém elaborada em grande parte em 1933, quando, nas suas próprias palavras, já tinha consciência do declínio do judaísmo alemão.

Atuação nos Estados Unidos

1933 foi também o ano em que Hannah mudou-se para Paris, para de lá emigrar em 1941 para os Estados Unidos, após ficar detida por algumas semanas no campo de concentração de Gurs, na região dos Pirineus, no sul da França. Nos EUA, Arendt apoiou temporariamente organizações humanitárias judaicas e trabalhou como jornalista apátrida, assinando colunas políticas para diversas revistas de Nova York, entre elas a publicação judaico-alemã Aufbau. Em vão, lutou pela formação de um exército judeu e defendeu uma reformulação do sionismo.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, Hannah Arendt ocupou nos EUA cargos em editoras, trabalhou como escritora e mais tarde como professora convidada em várias universidades. Seu interesse pelas questões básicas da política cresceu cada vez mais. O primeiro reconhecimento de seu trabalho nos círculos especializados deu-se no início dos anos 50, em torno de suas pesquisas sobre "os elementos e as origens do domínio totalitário". Este é caracterizado por Arendt através das formas de organização do terror absoluto, que por sua vez exclui a liberdade individual e acaba por tornar supérflua a condição humana.

Em oposição ao domínio totalitário, Arendt redigiu sua obra filosófica mais significativa: Vita activa oder Vom tätigen Leben (traduzido para o português sob o título A condição humana). A obra é centrada na reconstituição do conceito de política, entendida aqui como chance e espaço para o desdobramento da liberdade entre as pessoas, que regulam a vida em comum através de atividades comunitárias e do reconhecimento da pluralidade do ser humano.

Sua polêmica reportagem sobre o julgamento do nazista Adolf Eichmann em Jerusalém, em 1961, foi motivo de uma série de controvérsias, entre outros motivos em função da afirmação: "A banalidade do mal, frente à qual a palavra falha e na qual o pensar fracassa". Arendt pretendia, no entanto, apenas ressaltar a dificuldade de um julgamento crítico frente à falta de critérios que, no entanto, eram indispensáveis.

Poder e violência, seus objetos de estudo

Como professora universitária em Chicago, desde 1967, e mais tarde também em Nova York, Arendt ocupou-se, até falecer em 1975, de suas pesquisas sobre "poder e violência". Além disso, dedicou-se à tarefa que lhe parecia urgente: esclarecer os critérios de valor do julgamento político independente daquele "mundo" de que ela falou ceticamente em seu discurso de 1959, ao receber o Prêmio Literário Lessing, oferecido pela cidade de Hamburgo, na Alemanha:

"Mas o mundo e os seres humanos que nele habitam não são a mesma coisa. O mundo está entre os homens, e esse 'entre' – mais do que, como se pensa com freqüência, os homens ou até mesmo o homem – é hoje o objeto da maior preocupação e do abalo mais evidente em praticamente todos os países do globo. Mesmo onde o mundo ainda está razoavelmente em ordem, ou é considerado como tal, o espaço público perdeu a luminescência, que originariamente fazia parte de sua mais própria essência."

Matthias Schmitz (sv) © 2007 Deutsche Welle


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