1977
Dissolution de l'OTASE, organisation de défense collective de l'Asie du Sud-Est
L'Australie, la Nouvelle-Zélande, le Pakistan, la Thaïlande, les Philippines, le Royaume-Uni et les Etats-Unis sont les signataires, le 8 septembre 1954 à Manille, du traité fondateur de l'OTASE (Organisation du traité de l'Asie du Sud-Est). Alliance militaire contre les puissances communistes (Union soviétique, Vietnam et Chine), elle prévoit aussi le règlement pacifique des litiges et renforce les coopérations économique et technique. La République du Sud-Vietnam, le Cambodge et le Laos ne sont pas conviés, en raison des accords de Genève de 1954. La France se retirera de l'OTASE en 1965, le Pakistan en 1972. Suite à la fin de la guerre du Vietnam et au réchauffement des relations Est-Ouest, les Etats encore membres décideront en septembre 1975 de mettre fin à l'OTASE, officiellement dissoute le 30 juin 1977. Organisation plus économique et politique, l'ASEAN (Association des nations du Sud-est asiatique) avait pris le relais dès 1967.
©Documentation écrite RFI
1934: Hitler manda executar Ernst Röhm
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Ernst Röhm (centro)
No dia 30 de junho de 1934, foi preso Ernst Röhm, um ex-colaborador de Hitler. Ele se tornou desnecessário para o aparato nazista, por querer transformar a SA (Tropa de Assalto) num exército, sob seu poder. O 30 de junho entrou para a história como a Noite dos Longos Punhais. O banho de sangue custou 85 vidas, muitas delas sem qualquer ligação com Röhm.
O capitão Ernst Röhm, organizador da Seção de Assalto (SA – Sturmabteilung) do partido nazista, não imaginava qual seria seu destino, depois de cair em desgraça com Hitler. O Führer havia decidido matá-lo. Faltando apenas um dia para o fim das férias coletivas dos integrantes da SA, o próprio chanceler alemão deu início ao massacre de seus ex-aliados, num episódio de incrível brutalidade e traição, que ficou conhecido como a Noite dos Longos Punhais.
Röhm, um típico representante da chamada "geração perdida" da Primeira Guerra Mundial, acreditava no ideário nazista, quando aderiu ao partido em 1918. Logo no ano seguinte, passou a integrar o privilegiado grupo de amigos pessoais de Hitler. Ferido três vezes na Primeira Guerra Mundial, lembrava com nostalgia a camaradagem dos soldados nas frentes de batalha. A isso, ele adicionava uma porção de energia criminosa, disfarçada sob a máscara de um nacionalista revolucionário.
Treinos na Bolívia
Ele demonstrava um desprezo profundo pelo que chamava de "farisaísmo e hipocrisia burguesa". Nos primórdios do movimento nazista, revelara-se como organizador talentoso, atraindo um grande número de adeptos para o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores da Alemanha (NSDAP). Em 1924, elegeu-se para o Reichstag (parlamento), pelo Partido Liberal Popular Alemão e foi encarregado de organizar o batalhão nazista Frontbann. Passou os dois anos seguintes treinando soldados na Bolívia e, em 1930, foi nomeado para o posto de comandante da SA.
Röhm transformou a SA – inicialmente uma espécie de força paramilitar privada de Hitler – numa milícia popular formada por combatentes de rua, capangas e arruaceiros. Do seu ponto de vista, foi "bem-sucedido": o número de integrantes da SA subiu de 70 mil para 170 mil em apenas 18 meses. As fileiras da milícia eram engrossadas, principalmente, por desempregados, mas eram recrutados também ladrões e assassinos. Para Ernst Röhm, esse "exército plebeu" era o núcleo do movimento nazista, "a encarnação e garantia da revolução permanente", baseada no "socialismo de caserna" que ele experimentara durante a Primeira Guerra Mundial.
De fato, a SA desempenhou um papel decisivo na ascensão de Hitler entre 1930 e 1933, através da intimidação de adversários políticos. Mas em 1933, quando já contava com milhões de integrantes, a organização sofreu uma pequena decepção. Seus líderes, que aspiravam à supremacia dos quartéis sobre a classe política, irritavam-se com a crescente burocratização do movimento nazista. O sonho de Ernst Röhm era ser o comandante supremo de uma enorme força armada, resultante da fusão da SA com o exército regular. Hitler seria então "apenas" o chefe político. Como comandante da SA, ministro sem pasta e secretário estadual na Baviera, Röhm ainda ocupava cargos de destaque no final de 1933, mas desperdiçou todos os seus trunfos.
Impecilho aos planos de Hitler
Ele rejeitou o plano de Hitler de realizar uma revolução sob o manto da legalidade e passou a falar publicamente de um iminente golpe de Estado. Sua demagogia populista era rejeitada pela classe média e preocupava os militares e industriais, que formavam a base do regime nazista. A reivindicação de Röhm de transformar a SA numa milícia autônoma alarmou os generais, indispensáveis para os planos de longo prazo de Hitler.
Como o chanceler demorasse a agir, o Exército lhe deu um ultimato, dizendo que, se uma medida enérgica não fosse tomada, um golpe de Estado militar tiraria os nazistas do poder. Foi aí que Hitler decidiu liquidar "Röhm e seus rebeldes".
Sem a menor suspeita da chacina que estava sendo tramada, Röhm foi preso na noite de 30 de junho de 1934, no Hotel Hanselbauer, em Bad Wiessee, junto ao lago Tegernsee (Baviera), onde festejava com outros líderes da SA. Levado para a prisão de Stadelheim, negou-se a cometer suicídio e foi fuzilado. Na chamada Noite dos Longos Punhais os nazistas executaram sumariamente 85 pessoas, muitas delas sem qualquer ligação com Röhm.
Oficialmente, o governo alemão alegou que a SA estava preparando um golpe contra o Reich. Na prática porém, Hitler concretizava apenas mais uma de suas estratégias de poder: após o massacre, ele não tinha mais rivais e podia celebrar o domínio absoluto sobre o partido nazista.
Doris Bulau (gh)|© 2007 Deutsche Welle