Efemérides

Monday, December 31, 2007

Le 31 décembre


1927: "Jonny spielt auf" é apresentada em Viena
Cartaz da ópera tornou-se símbolo de 'música degenerada'

O ritmo quente do jazz conquistou os palcos da ópera no início do século passado. Foi o caso de "Jonny spielt auf", ópera moderna que alcançou fama mundial após sua apresentação em Viena, no dia 31 de dezembro de 1927.
Após a estréia mundial em Leipzig, em fevereiro de 1927, foi a apresentação de réveillon do mesmo ano, em Viena, que garantiu uma ascensão meteórica da peça. Jonny spielt auf logo conquistou os teatros de ópera de Moscou a Nova York.
Nenhuma outra obra da música moderna – nem mesmo a Ópera dos Três Vinténs, de Kurt Weill – teve um triunfo comparável. O público adorava a empolgante música em estilo de night club, mais do que o próprio compositor Ernst Krenek o desejava.
Dois mundos
"Na minha opinião, as pessoas não entenderam direito a apresentação. Foi dito que, finalmente, chegara a nova ópera. Que ela mostrava tudo – um automóvel, um trem, um telefone, um rádio – e que isso era a nova ópera! Mas essa não foi a minha intenção. Eu queria mostrar a contradição entre Leste e Oeste, entre a Europa Central e a América", disse Krenek.
O líder da banda de jazz, um negro, simbolizava a América, o Novo Mundo. Ele era vital, quase animalesco, voltado à vida, ao amor e à sensualidade. Seu oposto era Max, um compositor europeu, depressivo, inapto para a vida e com pensamentos suicidas. Com a ajuda de Johnny, no último segundo, Max consegue embarcar num trem ferroviário que, ao mesmo tempo, significa o trem da vida, onde encontra Anita, seu grande amor. O enredo evolui até o happy end, em que Jonny toca violino.
Sem conhecer a América, pois nunca havia estado lá, Ernst Krenek tinha, na época, a impressão de que os negros eram livres e tinham uma mentalidade completamente diferente do que imaginavam os europeus. "Por isso, o negro Jonny era para mim o símbolo da América. Se eu tivesse conhecido a realidade, na época, não teria escrito isso", disse mais tarde.
Como a maioria dos seus contemporâneos, Krenek vinculava os artistas negros a superestrelas como Duke Ellington ou Josephine Baker. Nada sabia, porém, da dura realidade do negro norte-americano médio, da discriminação e do ódio racial. Até ele próprio tornar-se vítima da discriminação.

Proibição

Após a tomada do poder pelos nazistas, as obras de Krenek foram difamadas como "música negra judaizada" e proibidas em todas as casas de espetáculos. O saxofonista negro do cartaz da ópera Jonny spielt auf foi marcado com uma estrela de David. O cartaz conquistou triste fama na campanha publicitária da exposição Arte Degenerada, promovida pelos nazistas.

Emigração
Em 1938, Ernst Krenek, natural de Viena, emigrou para os Estados Unidos. Um destino que o herói da sua ópera, Jonny, previu quase profeticamente. "Passe bem, meu amor, passe bem. Vou-me embora de minha pátria. Seja feliz sem mim; quero tentá-lo sem você e nunca mais pretendo voltar", diz o protagonista numa cena-chave da peça.
Segundo os musicólogos norte-americanos Christoph Wolf e Reinhold Brinkmann, autores do livro Driven into Paradise – The Musical Migration from Nazi Germany to the United States, o número de músicos que emigraram da Alemanha nazista para os EUA no período de 1933–1944 varia de 500 a 1,5 mil, conforme as fontes.
A partir de 1968, Ernst Krenek voltou esporadicamente à Europa. Intermediador entre o neo-romantismo, dodecafonismo, jazz e a música eletrônica de vanguarda, o compositor multitalento desfrutou do maior reconhecimento artístico. Apesar disso, nunca mais encontrou sua pátria no Velho Mundo.
"Não me sinto em casa em lugar algum. É muito triste ter esta sensação no fim da vida. Mas é preciso suportar isso, já que não se pode mudá-lo. Tento superá-lo, vivendo uma parte do meu tempo nos EUA e outra na Europa. Mas isso não altera o fato de que não se pertence a lugar algum", disse.
Ao morrer em 1991, aos 91 anos de idade, suas obras tinham entrado há tempos para a história da música. Mas, para tornar-se famoso, ele precisou compor uma só: a ópera Jonny spielt auf.

Catrin Möderler (gh) © 2007 Deutsche Welle



Le 30 décembre

2006 - Attentat d'ETA à l'aéroport de Madrid

Le 30 décembre au matin, une voiture piégée explose dans un parking de l'aéroport madrilène de Barajas, faisant deux morts et 19 blessés. Le président du gouvernement espagnol José Luis Zapatero suspend le dialogue engagé avec ETA depuis le "cessez-le-feu permanent" décrété par l'organisation séparatiste basque le 22 mars 2006.

2006 - Exécution de Saddam Hussein en Irak

Condamné à mort le 5 novembre 2006 par le Haut Tribunal irakien pour le massacre de 148 villageois chiites à Doujaïl en 1982, l'ancien président irakien (1979-2003) est pendu le 30 décembre à Bagdad. Sa mort met fin à toutes les poursuites qui avaient été engagées contre lui, en particulier les campagnes de répression contre les Kurdes qui ont fait 180.000 morts en 1987-1988.

1907 - Création des Brigades du Tigre en France

Face à une criminalité endémique qu'une police archaïque ne peut enrayer, le président du Conseil et ancien ministre de l'Intérieur Georges Clemenceau instaure, par un décret du 30 décembre 1907, douze brigades régionales de police mobile au service exclusif de l'autorité judiciaire, chargées de rechercher les criminels de droit commun. Ces nouveaux policiers, appelés "mobilards", sont entraînés aux techniques de combat, adoptent les moyens de transport modernes et utilisent les dernières innovations scientifiques comme la photographie anthropométrique, qui permettra le fichage organisé des suspects. Les "brigades du Tigre", appelées ainsi en référence au surnom de Clemenceau, obtiennent très vite des résultats probants.

©Documentation écrite RFI


1899: O fim do século 19
A guerra dos bôeres na África do Sul foi destaque dos jornais alemães em dezembro de 1899

A 30 de dezembro de 1899, aproximava-se o fim do século 19. O que aconteceu naquele dia?

O clima de fim século em 1899 deve ter sido semelhante ao de 1999. Naquela época, as pessoas estavam refletindo sobre as realizações dos cem anos precedentes. No campo da ciência, por exemplo, um êxito incontestável foi a comprovação, por John Dalton, em 1808, de que a matéria é constituída de átomos. Outro foi a demonstração, por James Prescott Joule, em 1851, de que a energia realmente se conserva, e a suposição anterior do físico francês Sadi Carnot de que a eficiência com que uma forma de energia pode ser convertida em outra é intrinsecamente limitada. Em conjunto, esses avanços resultaram na chamada termodinâmica e levaram à conclusão de que a maioria das leis fundamentais da natureza integram um "vetor tempo".

Manchetes alemãs

Os jornais alemães, porém, ocupavam-se prioritariamente com fatos da atualidade, em suas edições de 30 de dezembro de 1899. O Kölner Tageblatt, por exemplo, noticiava: "De Londres informa-se que o departamento de guerra recebeu notícias muito sérias da África do Sul. A revolta dos africanos (nativos negros) já estaria se estendendo até 50 milhas da Cidade do Cabo. Os ingleses teriam conseguido afugentar patrulhas dos bôeres (descendentes de holandeses) ao longo da cadeia de montanhas rumo ao oeste. Houve troca de tiros. Os bôeres receberam reforços. Os ingleses voltaram à sua base sem baixas".
O jornal Kölner Tageblatt informava também que a família imperial alemã estaria em Berlim, de 30 de dezembro de 1899 até 3 de janeiro de 1900, para preparar sua mudança definitiva para a capital. Além disso, destacava um discurso do imperador austríaco Francisco José, gravado por meio de fonógrafo, durante um jantar oferecido à família real da Sérvia em Viena. "É uma satisfação acompanhar os progressos feitos pela integração entre ciência e técnica, nas últimas décadas. Assim, as mensagens telegráficas impressas foram complementadas pelos sinais audíveis do telefone e, agora, com o fonógrafo, as palavras faladas podem ser gravadas e ouvidas, muitos anos mais tarde, por gerações posteriores", disse Francisco José.
Em seu noticiário econômico, o Kölnische Zeitung informava que "os pesos de Buenos Aires aumentaram sua cotação no mercado financeiro, por serem bastante procurados". Uma notícia que, diante das crises mais recentes na Argentina, torna-se ainda mais incrível.
E, por falar em Argentina, a 24 de agosto de 1899 nasceu em Buenos Aires o escritor Jorge Luis Borges, que conquistou fama internacional abordando os mistérios da existência humana a partir das religiões, mitologias e filosofias mundiais. No mesmo ano, no Brasil, foi publicado Dom Casmurro, em que Machado de Assis passou a desenvolver a sua prosa realista e a compor complexos retratos psicológicos.

Manchetes brasileiras

Uma visita aos arquivos de jornais brasileiros revela outras curiosidades da virada do século 19 para o século 20, inclusive algumas mudanças que o português escrito sofreu desde aquele tempo: "Agora então, mais do que nunca, que o Brasil, paiz immenso e cheio de recursos naturaes, offerece a anomalia de uma crise economica profunda, devida exclusivamente aos desvarios da política, devemos todos nos acercar da Patria, num grande esforço collectivo, amparando-a contra os ataques do partidarismo desenfreado que a exhaure nas fontes mais preciosas", reproduziu o Estado de S. Paulo do vespertino O Jornal.
Em 1899, uma crise cambial assaltou o Brasil. O governo foi obrigado a incinerar pilhas de dinheiro o ano todo. Reclamava-se da interferência dos banqueiros estrangeiros, naquele tempo londrinos. Era um tempo em que se vendiam "fotografias da voz". O Viagra da época era o famoso Vinho Caramuru. O Acre ainda era disputado por brasileiros e bolivianos. O Pará entusiasmava-se com as comemorações dos 400 anos de descobrimento do Brasil, que há dez anos era uma república sem escravos. Já se falava da transferência da capital do país para o Planalto Central, "para promover o desenvolvimento do vasto território brasileiro". E os inevitáveis artigos prevendo o fim do mundo ocupavam páginas e páginas dos jornais.
Na realidade, porém, "a conclusão numérica do século em nada parecia um fim de mundo. Muito pelo contrário, levava a marca característica de um acontecimento passageiro", como escreveu o Stadtanzeiger der Kölnischen Zeitung, diário alemão da cidade de Colônia, em 30 de dezembro de 1899.

Geraldo Hoffmann © 2007 Deutsche Welle

Saturday, December 29, 2007

Le 29 décembre

1937: Entra em vigor a Constituição da Irlanda

Em 29 de dezembro de 1937 entrou em vigor a Constituição que consolidaria a divisão da 'ilha verde' em duas partes: a República da Irlanda e os seis condados da província do Ulster que formariam a Irlanda do Norte.
A Constituição de 29 de dezembro de 1937 foi criada para acabar com a violência entre irlandeses e ingleses e entre protestantes e católicos. Na prática, ela significou uma divisão da ilha em duas partes: a Irlanda e a Irlanda do Norte.
A carta magna, que de tempos em tempos ainda passa por leves alterações, teve diversas influências. Um dos seus mentores foi Eamon de Valera, primeiro-ministro e ex-combatente do movimento de libertação da Irlanda.
Os constituintes criaram instituições públicas segundo o modelo inglês, mas com denominações irlandesas. A Irlanda passou a chamar-se oficialmente Eire. O papel do Tribunal Constitucional foi copiado do seu similar nos Estados Unidos.
Além disso, os irlandeses adotaram alguns princípios constitucionais da Itália e da República de Weimar (Alemanha). A influência dominante, porém, veio do Vaticano. De Valera queria uma Constituição católica, para ressaltar a separação da coroa inglesa.

Conflito religioso secular

O sangrento conflito religioso entre Londres e a Irlanda já durava séculos. A cristianização da ilha começara no século 5º, nos tempos do atual patrono e herói nacional São Patrício. Nos anos seguintes, foram construídos inúmeros mosteiros na Irlanda, iniciando-se um movimento missionário que se expandiu até o continente europeu.
O rei inglês Henrique 2º apoderou-se do país no século 12. Através do Tratado de Windsor, de 1175, passaram a valer as leis inglesas na Irlanda. Nos séculos seguintes, a ilha não teve mais paz. Repetidamente os irlandeses travaram batalhas sangrentas com os ingleses.
Por meio de uma bem tramada política de emigração, os protestantes tornaram-se predominantes em vários condados, principalmente na província do Ulster, no norte da ilha. Em 1801, a Irlanda foi oficialmente incorporada ao império inglês.

Radicalização do movimento separatista

No século 19, surgiu um movimento pela autonomia política da ilha, o chamado Home Rule. A esta altura, a Irlanda era a mais antiga colônia britânica. Como Londres hesitasse em atender às reivindicações, o movimento se radicalizou. Fundaram-se vários partidos políticos, entre eles o Sinn Fein, organização que liderou o Levante da Páscoa de 1916, violentamente sufocado pelos ingleses.
Vários líderes da revolução de cinco dias foram executados. Um dos cabeças do movimento, que conseguiu escapar vivo, foi Eamon de Valera. Em 1919, ele criou um parlamento independente e fundou o Exército Republicano Irlandês, o IRA, que desencadeou a luta pela independência do país. A conseqüência foi mais radicalização e anos de luta clandestina, apoiada principalmente pela população católica.

Divisão do país

Para acabar com o conflito, em 1921 Londres e Dublin firmaram um acordo de independência que provocou uma profunda divisão da sociedade irlandesa. Foi constituído o Estado Livre Irlandês, que aglutinou os 26 condados do sul, de maioria católica, enquanto o norte da ilha – especificamente os seis condados do Ulster de maioria protestante – permaneceu ligado ao Reino Unido.
Eamon de Valera abandonou a luta clandestina para tornar-se líder parlamentar em Dublin. Sonhava com um país predominantemente agrícola, cujos habitantes vivessem de acordo com os preceitos da Bíblia. Na função de primeiro-ministro, ele e seus correligionários gravaram esse sonho na Constituição de 1937, que selou definitivamente a divisão do país.
De Valera deixou a sua marca republicana e católica na Constituição que entrou em vigor em 29 de dezembro de 1937, após ser aprovada num plebiscito. Entre outras coisas, ela proibiu o divórcio e condenou a mulher à atividade doméstica.
Segundo o artigo 41, parágrafo 2, "o Estado reconhece especialmente que, através do trabalho doméstico, a mulher dá ao Estado um apoio sem o qual o bem comum não pode ser atingido. Por isso, o Estado deve garantir que as mães não precisem trabalhar por motivos econômicos, em prejuízo de suas obrigações domésticas".
Como líder do partido republicano Fianna Fail, primeiro-ministro e presidente da Irlanda entre as décadas de 30 e de 70, De Valera cortou aos poucos os laços do país com a Inglaterra e recusou-se a aceitar a inclusão da Irlanda do Norte no Reino Unido. Em 1949, foi proclamada a República da Irlanda que, na década de 60, intensificou as suas relações econômicas com o Reino Unido e faz parte da União Européia desde 1973.

Oliver Ramme (gh) © 2007 Deutsche Welle



Rainer Maria Rilke



(Praga, República Checa, 4 de Dezembro de 1875 - Valmont, Suíça, 29 de Dezembro de 1926)

foi um dos mais importantes poetas de língua alemã do século XX.
Rilke fez seus estudos nas universidades de Praga, Munique e Berlim. Em 1894 fez sua primeira publicação, uma coleção de versos de amor, intitulados Vida e canções (Leben und Lieder), 1894.
Alguns anos depois, em 1899, Rilke viajou para a Rússia a convite de Lou Andreas-Salomé, a escritora e depois psicanalista, filha de um general russo, por quem Friedrich Nietzsche fora apaixonado, também conhecida por seu envolvimento amoroso com Sigmund Freud e que foi sua amante por longos anos. Sua passagem pela Rússia imprimiu uma inspiração religiosa em seus poemas. Rilke passou a enxergar a natureza, dada as dimensões e exuberância das paisagens russas, como manifestação divina presente em todas as coisas. Sobre este aspecto publicou em 1900 a coleção Histórias do bom Deus.
O século XX trouxe para a poesia de Rilke um afastamento do lirismo e dos simbolistas franceses com os quais ele se identificava. Em 1905, publicou O Livro das Horas de grande repercursão à época. Nesta obra, seus poemas já apresentavam um estilo concreto, bem característico desta sua fase.
Em Paris, Rilke trabalhou como secretário do escultor Auguste Rodin entre 1905 a 1906. Rodin exerceu uma influência sobre o poema de Rilke, que se reflete em suas publicações de 1907 a 1908.
Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, Rilke morava em Munique e lá permaneceu durante todo o conflito. Antes de se mudar para Munique, ele viveu na região do Trieste e publicou em 1913 a A vida de Maria (Das Merien Leben) e iniciou a redação de Elegias de Duíno (Duineser Elegien), texto que só viria a ser publicado em 1923. Duíno era um castelo na região de Trieste, Itália, onde Rilke morou por dois anos antes da Guerra. Após o conflito na Europa, Rilke mudou-se para a Suíça e lá redigiu livros importantes.
A obra de Rilke influenciou muitos autores e intelectuais em diversas partes do mundo. No Brasil foram seus leitores Sérgio Buarque de Hollanda entre outros. Sua poesia provocava a reflexão existencialista e instigava os leitores a se defrontarem com questões próprias do desencantamento da primeira metade do século XX.

Friday, December 28, 2007

Le 28 décembre
2006 - Les islamistes chassés de Mogadiscio

A l'issue d'une offensive éclair en Somalie, l'armée éthiopienne et les forces gouvernementales somaliennes reprennent la capitale Mogadiscio le 28 décembre 2006 ainsi que plusieurs régions contrôlées par l'Union des tribunaux islamiques depuis juin 2006. Après la chute de Kismayo, leur dernier bastion, le 1er janvier 2007, la guerre civile est relancée par des insurgés islamistes sur fond de rivalités claniques.

1967 - Loi Neuwirth autorisant la pilule contraceptive en France

La "pilule", contraceptif hormonal féminin de prise orale, est mise au point aux Etats-Unis en 1956. Le 28 décembre 1967, après des débats passionnés, l'Assemblée nationale vote le projet de loi du député Lucien Neuwirth qui autorise son usage sous prescription médicale. Le texte modifie ainsi la loi du 31 juillet 1920 qui interdisait la contraception et l'avortement.

©Documentation écrite RFI
1922 - Nasce a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
A guerra civil na Rússia entre bolcheviques (Vermelhos) e antibolcheviques (Brancos) acabaram no ano anterior, a paz fora assinada também com a Polónia, e o poder soviético considerou que havia, finalmente, condições para unir as váias repúblicas soviéticas. A 28 de Dezembro de 1922, delegações da Rússia, da Transcaucássia ( que mais tarde seria dividida na Geórgia, Arménia e Azerbeijão), da Ucrânia e da Bielorússia reuniram-se numa conderência destinada a aprovar o Tratado de criação da URSS - a União das Repúblicas Socialista Soviéticas. O documento final foi confirmado pelo Congresso dos Sovietes e, no dia 30, assinado pelos chefes das delegações presentes. Nascia a União Soviética, sob a liderança de Vladimir Lénine, o líder da Rússia soviética. O primeiro país a reconhecê-la foi a República da Irlanda. O reconhecimento do Reino Unido só aconteceria em 1924, e o dos Estados Unidos em 1933, um ano antes da URSS ser aceite na liga das Nações. A nova União - que em 1956 já incluia 15 repúblicas - adoptou uma constituição baseada na ditadura do proletariado e declarando a propriedade pública da terra e dos meios de produção. A União Soviética durou 69 anos. Em Dezembro de de 1991, na sequência da perestroika lançada por aquele que viria a ser o último pPresidente soviético, Mikhail Gorbatchev (e já depois de várias repúblicas terem declarado independência), foi formalmente anunciada a dissolução da URSS.
@ 2007 PÚBLICO
1905: Estréia de "A Viúva Alegre" em Viena

Viena, 28 de dezembro de 1905. Estréia de opereta no Theater an der Wien. O programa prevê uma história de Pontevedrino, um país tão pequeno que não pode ser encontrado em mapa algum.
O governo de Pontevedrino teme que a viúva alegre gaste sua fortuna em Paris ou caia nas mãos de um usurpador, o que provocaria a falência do principado. Para que o dinheiro permaneça no país, é preciso que um pontevedriano seduza e case com a viúva. Trata-se da tarefa perfeita para o charmoso conde Danilo, que conhece todos os truques para conquistar as mulheres.
Ao fim da estréia, a 28 de dezembro de 1905, a opereta – que termina com a promessa de casamento da viúva alegre – recebeu um aplauso apenas moderado. Segundo o maestro da Musikalische Komödie de Leipzig, Roland Seyfarth, foi o que hoje se chamaria de fiasco.
Depois da fracassada estréia, o diretor do teatro distribuiu ingressos gratuitos. A conseqüência foi que o teatro lotou e a peça virou um sucesso. Os ingressos para todas as apresentações seguintes se esgotaram.
Logo espalharam-se os rumores de que o texto de Viktor Leon e Leo Stein parodiava a política dos Bálcãs. Pontevedrino, na realidade, se chamaria Montenegro, onde, no início do século 20, teria existido um príncipe herdeiro dado à boa vida.

Danúbio cinzento

A música foi composta por Franz Lehár (1870–1948), filho de um maestro de banda militar. Lehár foi um compositor inspirado, que atuou como mestre em várias bandas imperiais.
Além de operetas, também compôs músicas dramáticas, como mostram trechos de Tatjana (versão revista da sua primeira ópera Kukuschka, de 1896), bem como a curiosa Febre, de 1915, um poema tonal para tenor e orquestra, inspirado na experiência trágica do seu irmão, morto na Primeira Guerra Mundial. Até mesmo à valsa do Danúbio Lehár deu um título amargo: An der grauen Donau ("No Danúbio Cinzento").
Franz Lehár já era, portanto, um compositor conhecido. Mas foram as operetas – sobretudo A Viúva Alegre e O País do Sorriso, de 1929 – que lhe deram fama mundial. Segundo Roland Seyfarth, com A Viúva Alegre, Lehár descobriu um estilo próprio e inconfundível de composição, marcado por fortes contrastes. Oscila do sentimentalismo popular ao embalo mundano de animadas valsas e ousadas marchas.

Protegido de Hitler

Para a sua desgraça, A Viúva Alegre também agradou a um antipático contemporâneo seu: Adolf Hitler. Ao lado de Richard Wagner, Lehár era um dos compositores prediletos de Hitler, o que arranharia a sua reputação no pós-guerra. Curiosamente, para o líder nazista, A Viúva Alegre era o máximo, apesar de Lehár ser casado com uma judia.
Lehár não se separou da mulher e, ao contrário de outros artistas, pôde continuar compondo sob o regime nazista. Em decorrência disso, foi acusado por colegas de ter colaborado com Hitler e Goebbels.
Morreu em 1948, deixando um legado de mais de 30 operetas. Foi um dos maiores compositores do gênero, superado apenas por Richard Strauss.

Viúva nas telas

No teatro e no cinema, A Viúva Alegre sempre retorna. Foi tema de pelo menos três filmes conhecidos, a começar pela versão fetichista e sadista de Erich von Stroheim, de 1925, na qual a protagonista enviúva porque o marido, barão Sadoja, morre na noite de núpcias.
Uma produção mais ousada é A Viúva Alegre de Ernst Lubitsch (1943), uma delirante fantasia, com Jeanette MacDonald e Maurice Chevalier nos papéis principais. Já na versão de Curtis Bernhardt (1952), a protagonista assume um nome (Chyztal) e uma pose mais apropriados para um seriado barato de tevê do que a comédia O Ataché da Embaixada, de Henri Meilhac, que serviu de inspiração à encenação da opereta.
A viúva da peça já recebeu nomes como Gospodina, Hanna, Sônia e Missia, entre outros. A sua pátria é um lugar escondido no centro da Europa: às vezes, Pontevedrino é Montenegro, outras vezes, Marsóvia ou Monteblanco. Até mesmo quanto à terra natal do compositor há uma certa confusão. Considerado por muitos um vienense, Lehár nasceu em Komarn, então Hungria e hoje parte da Eslováquia.

Ralf Geissler (gh) © 2007 Deutsche Welle

Thursday, December 27, 2007

Le 27 décembre

2002 - Alternance politique au Kenya

Au pouvoir au Kenya depuis 1978, Daniel arap Moi ne pouvait se représenter selon la Constitution. Le 27 décembre 2002, Mwai Kibaki, opposant de longue date, remporte l'élection présidentielle avec 62,2% des voix face notamment à Uhuru Kenyatta, fils du premier dirigeant du pays Jomo Kenyatta et candidat du parti au pouvoir (31,3% des suffrages). Les élections législatives organisées le même jour voient également la victoire de la Coalition nationale arc-en-ciel (NARC) de Mwai Kibaki, qui remporte près de 60% des sièges et met ainsi un terme à 39 ans de domination de l'Union nationale africaine du Kenya (KANU), ancien parti unique resté parti-Etat. Cette victoire de l'opposition constitue la première alternance démocratique au Kenya depuis l'indépendance en 1963.

©Documentation écrite RFI


1945: FMI e Bird são fundados nos EUA
Conferência internacional que deu origem ao Banco Mundial e ao FMI, em Bretton Woods

A 27 de dezembro de 1945, foi assinada a ata de criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. O BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (nome oficial do Banco Mundial) e o FMI são organizações ligadas às Nações Unidas e estão sediadas em Washington.
Ao lado de um campo de golfe, ao pé do monte Washington, no estado norte-americano de New Hampshire, está situado o Mount Washington Hotel. No mais, a localidade de Bretton Woods só tem um posto de gasolina, uma estação de trem desativada e um hotel à beira da estrada. Nada mais. Mas isso já foi diferente.
A 30 de junho de 1944, quando as tropas aliadas mal haviam desembarcado na Normandia, dois trens especiais dirigiram-se para Bretton Woods: um vinha de Washington e o outro de Atlantic City. Traziam a bordo 730 renomados cientistas políticos, economistas, líderes políticos e altos funcionários governamentais de 45 países. Entre eles, estava também o famoso economista britânico John Maynard Keynes.

Nova ordem econômica mundial

O presidente norte-americano Franklin Roosevelt reservou o grande hotel e entregou aos participantes do encontro a tarefa de elaborar uma nova ordem econômica mundial para o período do pós-guerra.
Keynes, porém, não conseguiu impor a sua proposta de criação de uma união monetária dos países industrializados da época. O resultado foi a fundação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, conforme fora sugerido pelo subsecretário de Finanças dos Estados Unidos, Harry Dexter White.
A 27 de dezembro de 1945, foram assinadas as atas de criação dos dois organismos. Juntamente com suas instituições afiliadas, o Bird tornou-se o principal órgão de financiamento dos chamados países em desenvolvimento.
Já o FMI é responsável pela estabilidade do câmbio e manutenção dos acordos monetários. Mais tarde viria a receber também a incumbência de combater a pobreza no Terceiro Mundo. O que marcaria uma mudança na política do Fundo Monetário Internacional e também na relação entre este e o Banco Mundial.

Ajuda desenvolvimentista é tarefa central

Na verdade, o combate à pobreza no Terceiro Mundo, ou seja, a ajuda ao desenvolvimento, é a tarefa central do Banco Mundial. Os países mais pobres recebem até empréstimos de longo prazo sem juros da AID (Associação Internacional de Desenvolvimento). Nesses casos, o Banco Mundial não só financia como também avalia a orientação desenvolvimentista das medidas planejadas.
Com seu fundo fiduciário, o Bird também é a instituição chave em se tratando do perdão das dívidas para os países mais pobres. Enquanto o Banco Mundial capta a maior parte dos seus recursos no mercado financeiro internacional, o FMI vive das contribuições de seus países membros, calculadas com base no poder econômico e na intensidade das relações de comércio exterior dos respectivos países.

Condições para crescimento equilibrado

A cooperação no âmbito do FMI objetiva criar condições para um crescimento equilibrado do comércio e da economia mundiais. Focaliza especialmente a superação e, se necessário, o financiamento de déficits na balança comercial, a garantia de relações cambiais ordenadas e a harmonização da política econômica entre os países membros.
Em situações de crise, o FMI tem a função de um corpo de bombeiros. Foi esse o caso na crise da dívida externa da América Latina, no início da década de 80, ou da crise asiática do final dos anos 90.

Karl Zawadzky (gh) © 2007 Deutsche Welle

Wednesday, December 26, 2007

Le 26 décembre

1982 - Réveil de l'indépendantisme en Casamance


Séparée du reste du Sénégal par la Gambie, la Casamance se considère depuis longtemps négligée et injustement traitée par le pouvoir central de Dakar. Le 26 décembre 1982, une manifestation d'un millier de personnes envahit Ziguinchor, chef-lieu de la province, pour protester contre la mainmise du nord sur l'économie et l'administration de la région. Lancée à l'instigation du MFDC (Mouvement des forces démocratiques de Casamance) indépendantiste, la manifestation est sévèrement réprimée et ses dirigeants, dont l'abbé Augustin Diamacoune Senghor, sont arrêtés. C'est le début de la rébellion casamançaise, qui passe à la lutte armée l'année suivante.

©Documentation écrite RFI


1194: Nasce Frederico 2º, "stupor mundi"
A moeda com a insígnia de Frederico 2º (1194-1250)

A 26 de dezembro de 1194, nasceu Frederico 2º. Coroado imperador do Sacro Império Romano-Germânico em 1220, ele ficaria na história como um dos monarcas mais esclarecidos.
Jesi, localidade próxima de Ancona, Itália: no dia 26 de dezembro de 1194, nascia o rei Frederico 2º, da casa dos Staufer. Em seguida seu pai, o imperador Henrique 6º, deixa a família nessa cidadezinha das montanhas da Apúlia para seguir sua campanha de conquista da Sicília.
Frederico 2º era o menino mais poderoso de seu tempo. Aos 3 anos, deveria subir ao trono na Alemanha. A cerimônia de coroação já estava marcada para a catedral imperial de Frankfurt. Contudo, com a morte de seu pai, em setembro de 1197, aos 31 anos de idade, ocorreram rebeliões contra o domínio alemão na Itália e também na Sicília. A entronização teve de ser adiada.
Sua mãe, a imperatriz Constança, que era rainha da Sicília, levou Frederico para Palermo, onde em 1198, aos 3 anos de idade, ele foi coroado rei da Sicília. Com a morte da mãe, poucos meses depois, tornou-se completamente órfão.
Viúva e enfraquecida pela perda do marido, Constança havia designado o papa Inocêncio 3º para ser o tutor da criança.

Um imperador intelectual

Em Palermo, fronteira entre o Ocidente e Oriente, o jovem imperador aprendeu a conhecer a vida, as artes, religiões, filosofias e os segredos do mundo e do poder.
Dominava a arte da escrita como nenhum de seus antecessores. Certa vez, realizou experiências para descobrir qual era a língua falada por uma criança à qual nunca se ensinara um idioma. O método – cruel – consistia em privar as cobaias de qualquer tipo de intercâmbio verbal.
O monge franciscano Salimbene de Parma, que não gostava dele, descreveu assim esse episódio: "Ele queria saber se as crianças falavam o hebraico, como idioma mais antigo, ou grego, latim ou árabe, ou ainda a língua dos pais. Mas ele se esforçava em vão, porque todas as crianças acabavam morrendo".

Platão como guia

Frederico 2º estava enraizado no Cristianismo e no Islamismo. Além de estadista, político e funcionário público número um, foi poeta, mestre de obras e falcoeiro. Seus escritos contam entre os tesouros da Idade Média.
Na Sicília, o monarca criou uma estrutura enxuta de funcionalismo público, concentrada no sucesso, orientada para a eficiência e sem instâncias feudais.
Suas Constituições de Melfi, de 1231, constituíram a primeira tentativa de estruturar uma comunidade humana de acordo com o pensamento platônico – conceito que previa a figura de um imperador. Nelas, o real pensador estabelecia:
"Ordenamos a todos os habitantes do Império que preservem a paz, indispensável à justiça. Ninguém deve, no exercício do poder absoluto, vingar crimes e agressões ocorridos no passado ou tramados para mais tarde, impor regras de opressão ou vingança, nem iniciar um conflito dentro do reino. Em vez disso, os fatos devem apurados judicialmente pelas autoridades responsáveis pela jurisdição em que ocorreu o litígio."

Conflitos com o Papa

Frederico 2º freqüentemente entrou em conflito com o papa Gregório 9º, chegando a ser banido. Encarregado de organizar uma cruzada, hesitou, e resolveu fazer o que ninguém considerava possível. Como mediador entre Ocidente e Oriente, negociou um acordo de paz com o sultão Al-Kamil, do Egito.
Os dois monarcas mais modernos do século estavam conscientes de que, se não negociassem com sabedoria, ocorreria uma guerra. Assinaram um tratado pelo qual Frederico 2º praticamente ganhou de presente a cidade santa de Jerusalém, por um período de dez anos.

Monarca progressista

Por mais genial que tenha sido esse acordo, Frederico 2º – o mais piedoso estadista no trono imperial, apelidado stupor mundi (o espanto do mundo) – estava condenado ao fracasso. Fracassou diante do papa, dos alemães e de si próprio, provavelmente por estar muito além de seu tempo.
Morreu em 13 de dezembro de 1250, de uma infecção intestinal, pouco antes de completar 56 anos de idade, quando ainda sonhava tornar-se senhor do mundo. Sobretudo pelos escritos que deixou para a posteridade, tornou-se um imortal, como o seu avô, Frederico 1º, o Barba Ruiva.

Claus-Dieter Gersch (gh) © 2007 Deutsche Welle

Tuesday, December 25, 2007

Le 25 décembre


800: Coroação de Carlos Magno

A 25 de dezembro de 800, o rei franco Carlos Magno foi coroado imperador romano pelo papa Leão III. Somente doze anos mais tarde, pelo acordo de paz de Aachen, ele seria reconhecido como tal pelo império bizantino, que até então reivindicara o direito à sucessão do império romano.
No Natal do ano 800, Roma viveu uma invasão pacífica de nobres e guerreiros francos. Na antiga Basílica de São Pedro, onde o papa Leão III celebrou a missa de Natal, reuniram-se autoridades eclesiásticas e líderes políticos, entre eles, Carlos – rei dos francos e lombardos.
Antes do início da Missa, Carlos Magno dirigiu-se à tumba de São Pedro, para venerar o príncipe dos apóstolos. Ajoelhou-se e começou a rezar. O Sumo Pontífice aproximou-se dele, trazendo nas mãos um diadema de ouro. E então, para surpresa de muitos, Leão III coroou o rei franco como imperador do Sacro Império Romano, investindo-o da suprema autoridade temporal sobre os povos cristãos do Ocidente. Em clima de festa, tanto romanos quanto francos aclamaram o "grande Carlos, augusto e sereníssimo, pacífico imperador dos romanos, pela misericórdia de Deus rei dos francos e dos lombardos".

Coroa formalizou o status quo

A coroa selou formalmente o que Carlos já incorporava na prática, há muito tempo: ele imperava sobre grande parte da Europa. Era o único líder com poder suficiente para derrubar o papado. A partir da coroação de Carlos, o papado e o império tornaram-se os principais centros de poder espiritual e temporal da Idade Média.
Segundo o historiador Matthias Becher, no Natal de 800 começou a história do Império Romano do Ocidente. O reinado de Carlos Magno deu origem ao Sacro Império Romano de Nação Germânica, que durou mil anos até declinar em 1806.
Carlos era grande não apenas em sentido figurado: sua estatura de 1,82m nada tinha de normal naquela época. Seu biógrafo Einhard o descreveu da seguinte forma: "Sua cabeça era redonda, seus olhos grandes e vivazes, o nariz um tanto comprido. Tinha belos cabelos grisalhos e uma fisionomia alegre e prazenteira. Seu porte era sempre imponente e digno, estivesse ele sentado ou de pé. Seu andar era decidido, seus gestos varonis e sua voz clara, embora não fosse tão forte quanto era de se esperar por sua estatura. Sua saúde foi sempre excelente; apenas nos últimos quatro anos de vida sofria freqüentes ataques de febre".
Até hoje não se sabe se ele sabia ler e escrever. Embora desnecessário, ele pelo menos tentou aprendê-lo aos 32 anos de idade. Apesar de ser um admirador e mecenas das ciências modernas, Carlos era antes de mais nada um imperador brutal, capaz de pisar no pescoço até de parentes, caso isso lhe trouxesse vantagens.

Ampliação do império

Uma vez coroado, não se satisfez com o domínio sobre seu povo, incluindo aí os povos conquistados, como os bávaros e saxões. Queria dominar toda a Terra, desafiando assim o império bizantino, que se considerava legítimo sucessor do Império Romano, dividido em 394. Foi por isso que Bizâncio só o reconheceu como imperador 12 anos após a coroação.
Quando morreu, em 814, Carlos Magno reinava sobre um território que se estendia do Mar do Norte à região dos Abruzos (Itália), do Rio Elba até o Ebro, do Lago Balaton (Hungria) até a Bretanha. Tão importante quanto a unidade territorial lhe era a união política interna. Após a queda do Império Romano, as cidades ocidentais estavam em ruínas. Na época de Carlos Magno, Roma contava apenas 20 mil habitantes, enquanto Constantinopla tinha centenas de milhares. As metrópoles ocidentais tinham no máximo dez mil habitantes, enquanto em Bagdá viviam um milhão pessoas.
Carlos Magno reinava, portanto, sobre as regiões destruídas do continente europeu. Para restaurar o império, precisava do apoio da Igreja, com sua unidade doutrinária e litúrgica. A conseqüência cultural e civilizatória da união entre a Igreja e o Estado foi o renascimento carolíngio.
Reino de fé e língua únicas
A meta de Carlos Magno era criar um reino de fé e língua únicas. Para tanto, ele tentou simplificar o idioma latino, eliminando dialetos que tinham se tornado autônomos no princípio da Idade Média. Também a escrita latina tinha mudado, a ponto de os lombardos da Itália terem grandes dificuldades de ler um livro anglo-saxão.
A renascença carolíngia estabeleceu a base cultural para o continente europeu. No Leste Europeu, o nome "Carlos" tornou-se designação comum aos monarcas. Mistificado como nenhum outro, ele marcou o início da história ocidental cristã. Alguns políticos modernos chegam a considerá-lo fundador da Europa.
Carlos Magno tornou-se rei dos francos aos 26 anos de idade. Reinou durante 46 anos e morreu de pleurite aguda com 72 anos, no dia 28 de janeiro de 814. Seus restos mortais encontram-se na catedral da cidade alemã Aachen (em francês, Aix-la-Chapelle; em português, Aquisgrano ou Aquisgrão), que fora a capital do seu império.

Ramón García-Ziemsen (gh) © 2007 Deutsche Welle

Monday, December 24, 2007

Le 24 décembre

Sunday, December 23, 2007

Le 23 décembre

1947 - Invention du transistor

Le 23 décembre 1947, les ingénieurs américains John Bardeen, Walter Brattain et William Shockley parviennent dans les laboratoires de Bell Telephone à faire fonctionner la première vanne électronique en utilisant 3 cristaux de germanium, obtenant ainsi un effet d'amplification de la voix humaine. Ils appellent cette vanne "transfer resistor" (résistance à transfert), abrégé en "transistor". La présentation de leur invention a lieu le 10 juin 1948 à l'université de Berkeley en Californie. Les progrès techniques permettront de le réduire de plus en plus et d'en équiper les appareils les plus variés comme des récepteurs radio (1955) qui en prendront le nom. Les inventeurs de ce composant des ordinateurs et de l'électronique obtiendront le prix Nobel de physique en 1956.

©Documentation écrite RFI



1924: Friedrich Ebert perde processo por calúnia
O social-democrata Friedrich Ebert, presidente da Alemanha de 1919 a 1925

Em 23 de dezembro de 1924, Friedrich Ebert, que assumira o cargo de presidente após a renúncia do imperador Guilherme II, perde um processo contra um jornalista que o acusara de traidor da pátria.
Alemanha, 1919. O imperador Guilherme II acabara de abdicar. Pela primeira vez, um homem do povo assumiu o cargo de chefe de Estado. Era o social-democrata Friedrich Ebert, filho de um pobre mestre de alfaiataria de Heidelberg. Em agosto de 1919, Ebert foi oficialmente empossado como primeiro presidente do Império Alemão, jurando cumprir a nova Constituição.
"A essência da nossa Constituição deve ser, sobretudo, a liberdade. Mas toda liberdade, da qual muitos participam, precisa ter suas regras", disse em seu discurso de posse. Nem todos os alemães, porém, estavam satisfeitos com esse regulamento representado pela Constituição da República de Weimar. Extremistas de direita e esquerda criavam um clima de revolta contra a república e seu presidente.
Friedrich Ebert era constantemente motivo de zombaria e de calúnias do mais baixo nível. Chamavam-no de "filho da prostituição, beberrão, rato de esgoto, corrupto", acusando-o de usar o cargo para enriquecer.
"Certamente, essas acusações o irritavam", diz o historiador Werner Bramke, de Leipzig. "Acredito, porém, que ele era suficientemente realista para saber que um presidente social-democrata numa ex-monarquia teria de aturar duras críticas e injúrias. Também não acredito que fosse extremamente sensível. Ele era capaz de engolir muito", diz Bramke.

Oposição acirrada

Os adversários, porém, tornaram-se cada vez mais radicais. A partir de 1922, Ebert passou a mover processos contra seus difamadores, sobretudo contra jornalistas e funcionários públicos. Uma em cada três calúnias de que tomava conhecimento era investigada pela Justiça. O processo mais conhecido foi contra o redator Erwin Rothart, que acusara Ebert de traição à pátria.
Segundo Bramke, essa acusação irritou profundamente Ebert, que se considerava sobretudo um patriota, mais ainda do que um socialista. O palco do processo foi o Tribunal de Magdeburg. O acontecimento em questão sucedera-se em janeiro de 1918, quando os operários da indústria bélica se encontravam em greve. Ebert aderira à paralisação no final de janeiro de 1918, com a intenção de encerrar o movimento.
Segundo Rothart, na condição de líder grevista, Ebert enfraquecera a posição da Alemanha na guerra e traíra a pátria. Pelo fato de os operários não haverem produzido munição durante a greve, Ebert seria parcialmente culpado da clamorosa derrota alemã no conflito.
"Ebert desejava a paz, mas era um patriota. Ele temia que a greve fosse mais ameaça do que contribuição para a paz. Advertia para o risco de surgir na Alemanha um clima revolucionário semelhante ao que ocorrera na Rússia em 1917", lembra Bramke.

Esmorecimento

Embora Ebert tenha recebido o apoio de várias testemunhas, a corte judicial pronunciou uma sentença completamente obscura a 23 de dezembro de 1924. Rothart foi condenado a três meses de prisão por calúnia formal, mas a acusação de traição à pátria foi mantida. A Justiça considerou até como comprovado que Ebert traíra a pátria, em janeiro de 1918. A sentença foi festejada por extremistas de direita.
Mais forte, porém, foi a solidariedade demonstrada pelas forças convictamente republicanas. Todos os membros do governo assinaram uma declaração em defesa da honra de Friedrich Ebert. "Esse nobre gesto, porém, veio tarde demais. Eles deveriam ter se manifestado antes ou durante o processo", diz Bramke. Ebert recorreu da sentença de Magdeburg, mas morreu de apendicite não tratada, aos 54 anos, no final de 1925, antes de ser marcado um novo julgamento.
"Ele estava profundamente abalado. Acredito que morreu não só em conseqüência da apendicite, mas também por enfraquecimento psíquico, abatido por essa profunda agressão. Ele queria cooperar com os patriotas, mas estes só o insultavam", diz Bramke. Após a morte de Ebert, o processo foi arquivado sem sentença. O crime de injúria de Rothart ficou impune.

Ralf Geissler (gh) © 2007 Deutsche Welle

Saturday, December 22, 2007

Le 22 décembre


1938: Otto Hahn descobre a fissão nuclear do urânio
Otto Hahn, Nobel de Química em 1944

Em 22 de dezembro de 1938, os físicos alemães Otto Hahn e Fritz Strassmann conseguiram cindir um núcleo de urânio. Após o lançamento das bombas de Hiroshima e Nagasaki, Hahn passou a lutar contra a corrida nuclear.

Japão, agosto de 1945. Mais de 300 mil pessoas morrem em conseqüência das bombas atômicas lançadas por aviões de guerra norte-americanos sobre Hiroshima e Nagasaki. Segundo Carl Friedrich von Weizsäcker, "Hahn assustou-se profundamente ao ver sua descoberta sendo usada para produzir uma arma tão assassina – embora ele soubesse que, em princípio, isso era possível".
Depois do lançamento das bombas atômicas, Carl Friedrich von Weizsäcker temeu pela vida do amigo. Hahn dissera várias vezes que se suicidaria, caso a tecnologia da bomba atômica caísse nas mãos de Hitler.
Poucos anos antes, em 1938, físicos nucleares realizavam experiências com urânio no Instituto de Química Kaiser Wilhelm, em Berlim. Bombardeavam átomos de urânio com nêutrons, para produzir átomos ainda mais pesados, os chamados transurânios, inexistentes na natureza. Certo dia, a 22 de dezembro de 1938, Otto Hahn e seu colega Fritz Strassmann depararam-se com algo surpreendente: ao analisar o urânio por eles bombardeado, encontraram partículas de bário.
Segundo Carl-Richard von Weizsäcker, aconteceu o seguinte: "O bário é bem menor do que o núcleo de urânio e, se do urânio surgiu o bário, então é porque o núcleo explodiu. Foi exatamente assim que Hahn me explicou ao telefone sua inesperada descoberta".
A explosão do urânio representou a descoberta da fissão nuclear por Hahn. Mas quem decifrou definitivamente esse fenômeno químico foi Lise Meitner, uma pesquisadora que, durante 30 anos, trabalhara com muito sucesso com Hahn no instituto berlinense.
"Trabalhar com Otto Hahn era especialmente estimulante. O fato de ele ser o melhor radioquímico da época, e eu uma física para quem a mais simples equação química era mística, constituiu uma boa base e complementação para uma cooperação científica", disse Meitner.
Em 1938, a judia Lise Meitner teve de fugir da perseguição nazista para o exílio na Suécia. De lá enviou por carta a explicação histórica para os "curiosos resultados das análises" de Hahn. Segundo Weizsäcker, logo tornou-se evidente que a fissão do urânio, induzida por nêutrons, possibilitava uma reação em cadeia capaz de liberar enorme quantidade de energia, e que seria possível construir o que hoje se chama de reator nuclear e a bomba atômica.

Instrumento de destruição

Pouco depois da descoberta de Hahn, Meitner e Strassman, eclodiu a Segunda Guerra Mundial (1939–1945). Os estudos sobre energia nuclear desvirtuaram para a construção de armas nucleares. Nos Estados Unidos, o Projeto Manhattan, cujo setor científico foi liderado pelo físico Robert Oppenheimer, usou a reação nuclear em cadeia para detonar a primeira bomba atômica perto do laboratório de Los Alamos, em 1945.
Hahn continuou suas pesquisas nucleares na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, até ser capturado pelas Forças Aliadas e levado para a Inglaterra. Em 1944, recebeu o Prêmio Nobel de Química pela descoberta da fissão nuclear.
Sua colega e amiga Lise Meitner não obteve nenhum reconhecimento pelo seu trabalho. Em seu discurso de agradecimento, Hahn fez uma advertência contra a propagação de armas atômicas. Com sua descoberta, ele havia pisado em um terreno minado da política internacional. A segunda e a terceira bombas cairiam sobre Hiroshima e Nagasaki, selando a vitória norte-americana na guerra.
Após o conflito, Oppenheimer tornou-se pacifista e lutou contra o uso das armas nucleares, sendo perseguido pelo governo norte-americano. Já Hahn, em 1957, assinou juntamente com outros 16 renomados físicos nucleares (entre eles Max Born, Werner Heisenberg e Carl-Friedrich von Weizsäcker) a chamada "Declaração de Göttingen". A maioria dos políticos, porém, ignorou esse seu manifesto antinuclear.
Franz-Josef Strauss, então ministro da Defesa da Alemanha, rotulou Hahn de "velho imbecil, que não consegue conter as lágrimas, nem dormir, quando pensa em Hiroshima". Mas o cientista manteve-se fiel a seus princípios. Lutou até a morte contra a corrida nuclear, desencadeada pela descoberta da fissão nuclear. Morreu em 1968, aos 89 anos, em Göttingen.

Judith Hartl (gh) © 2007 Deutsche Welle

Friday, December 21, 2007

Le 21 décembre

A incredulidade de São Tomé, (por Caravaggio).





2006 - Décès du président Niazov au Turkménistan

Saparmourad Niazov, président autocrate du Turkménistan, meurt d'un arrêt cardiaque le 21 décembre 2006 après vingt ans de pouvoir totalitaire. Gourbangouly Berdymoukhammedov, chef de l'Etat par intérim, est proclamé vainqueur de l'élection présidentielle du 11 février 2007 avec 89% des voix. Il promet de suivre la voie du défunt Turkmenbachi tout en annonçant des réformes.

©Documentation écrite RFI




1925: Estréia de "Encouraçado Potemkin"
Cartaz soviético do filme


Em 21 de dezembro de 1925, estreou no Teatro Bolshoi de Moscou o "Encouraçado Potemkin", do diretor Sergei Mikhailovich Eisenstein.


O júri internacional de cinema da Exposição Mundial de Bruxelas, em 1958, o considerou unanimemente "o melhor filme de todos os tempos". No entanto, o Encouraçado Potemkin fez pouco sucesso, quando estreou no Teatro Bolshoi de Moscou, em 21 de dezembro de 1925.
Encomendado pelo Estado soviético, o filme de Sergei Mikhailovich Eisenstein (1898–1948) celebrava oficialmente os 20 anos da revolução de 1905, que tinha instaurado a democracia popular no país dos czares.
Eisenstein, que atuou primeiro durante alguns anos no teatro, como cenógrafo e figurinista, compartilhava as idéias da vanguarda russa, que rejeitava a concepção artística da burguesia e pretendia intervir no cotidiano por meio de uma nova arte. O cinema, com suas novas possibilidades de montagem, pareceu-lhe então o campo de ação ideal.
O sucesso de seu primeiro longa-metragem, A Greve (1924), levou o governo soviético a contratá-lo para escrever o roteiro e dirigir o filme que comemoraria o jubileu da revolução de 1905.

Revolta de marinheiros

Durante as filmagens em Odessa, o diretor acabou descartando as cenas já rodadas e reformulou completamente o roteiro. A revolta dos marinheiros do navio de guerra Potemkin, da frota russa no Mar Negro, deveria ser apenas um episódio, mas tornou-se tema da película, simbolizando o levante popular contra o regime czarista.
Eisenstein não quis, contudo, fazer uma crônica dos acontecimentos históricos, apostando antes na enorme força sugestiva que as imagens adquiriram graças à sua inovadora técnica de montagem.
As seqüências mais marcantes do filme tornaram-se verdadeiramente antológicas, como a do avanço dos soldados em passos marciais contra a população e a do carrinho de bebê descendo pelos degraus da escadaria de Odessa.
Na União Soviética, o filme só cativou as massas depois que começaram a chegar as notícias do sucesso, mas também das proibições e das intervenções da censura na Europa e nos Estados Unidos.
Em seus filmes seguintes, Eisenstein continuou experimentado com a montagem – para ele um elemento da arte –, sem contudo chegar a uma concepção uniforme. Graças ao seu sucesso, esteve ameaçado até a morte, em 1948, de ser cooptado pelo regime.

Mathias Schmitz (lk) © 2007 Deutsche Welle



Le 20 décembre

2002 - Création du Conseil français du culte musulman (CFCM)

Le 20 décembre 2002, les trois grandes organisations musulmanes de France signent l'accord de Nainville-les-Roches (banlieue sud de Paris), qui crée le Conseil français du culte musulman (CFCM), instance officielle de l'islam de France. Négocié depuis trois ans, l'accord a été obtenu à l'arraché par le ministre de l'Intérieur Nicolas Sarkozy entre la Mosquée de Paris, l'Union des organisations islamiques de France (UOIF) et la Fédération nationale des musulmans de France (FNMF). La présidence revient à Dalil Boubakeur, recteur de la Mosquée de Paris, et les vice-présidences à Mohamed Bechari (FNMF) et Fouad Alaoui (UOIF).

©Documentation écrite RFI


1955: Assinatura do "Acordo sobre Trabalhadores Convidados" em Roma Italianos à espera do trem em Stuttgart

Representantes da República Federal da Alemanha e da Itália assinaram em Roma, em 20 de dezembro de 1955, o primeiro acordo sobre o recrutamento de trabalhadores estrangeiros para o mercado de trabalho alemão.

A República Federal da Alemanha – pelo menos a parte ocidental do país – foi quase desde o seu princípio um país de imigração.Um importante fundamento foi lançado em 20 de dezembro de 1955, com a assinatura do primeiro acordo sobre o recrutamento de trabalhadores convidados.
Na retrospectiva, o acordo com a Itália foi o ponto de partida para a imigração de milhares de trabalhadores estrangeiros, quase sempre mão-de-obra barata. Eles vieram não só da Itália, como também de Portugal, Grécia, Espanha, Marrocos e Turquia, países com os quais também foram fechados acordos semelhantes.

O milagre econômico alemão

Nos primeiros anos de vigência dos acordos, os trabalhadores estrangeiros eram ainda bem vistos na Alemanha, como comprovam os dizeres num folheto de 1963, com que a agência federal responsável pela contratações no exterior dava as boas-vindas aos recém-chegados: "Você tomou a decisão de vir trabalhar na República Federal da Alemanha. Pessoas laboriosas têm prestígio aqui. A Alemanha expressa as boas vindas a você, que é uma pessoa laboriosa, e assegura que você pode contar com sua hospitalidade."
A afluência nos primeiros anos foi grande: já em 1964 chegava à Alemanha o milionésimo trabalhador estrangeiro, o português Armando Rodrigues. Ele foi recebido com festa na estação ferroviária de Deutz, em Colônia, e ganhou um presente dos alemães: uma mobilete.
A Alemanha vivia então seu milagre econômico e precisava urgentemente de mão-de-obra. Por sua vez, muitos países demonstravam interesse num contrato de recrutamento, que ajudaria a combater o desemprego interno e lhes asseguraria divisas, graças às remessas de dinheiro dos contratados para suas famílias.

Trabalhadores ficaram e constituíram família

Os políticos alemães, que no princípio hesitaram em concordar com a contratação de trabalhadores no exterior, sempre tentaram impedir que eles se estabelecessem permanentemente no país. Já os empresários tinham interesse em colaboradores permanentes e queriam evitar ter que treinar constantemente as novas equipes que iam chegando. Foi assim que os estrangeiros – principalmente os turcos – foram ficando e trazendo suas famílias para a Alemanha.
Com o tempo, a contratação de mão-de-obra no exterior e a transferência das famílias para a Alemanha foi sendo dificultada. No caso de muitos dos antigos "trabalhadores convidados", a segunda e até a terceira geração já é nascida na Alemanha. A eles juntaram-se, no decorrer dos anos, milhares de exilados políticos e refugiados de guerra.

Rainer Sollich (lk) © 2007 Deutsche Welle

Wednesday, December 19, 2007

Le 19 décembre
1947 - Naissance du syndicat Force ouvrière en France

La CGT (Confédération générale du travail), syndicat dirigé par Benoît Frachon et Léon Jouhaux en 1945, reste divisée entre deux courants opposés sur le rôle dirigeant du Parti communiste (PCF) dans le mouvement ouvrier. Les tenants de l'indépendance vis-à-vis du PCF se regroupent autour de Léon Jouhaux, pourtant partisan de l'unité, et du journal "Force Ouvrière" qui donne son nom au courant réformiste. Les dissensions s'intensifient au moment de l'agitation sociale et des grèves de 1947. Opposés au mouvement mené par la direction puis accusés de trahison, les groupes Force ouvrière (FO) contraignent Léon Jouhaux à la scission le 19 décembre 1947. La CGT-FO sera consacrée par un congrès constitutif en avril 1948.

©Documentation écrite RFI
1984: Tratado para devolver Hong Kong

No dia 19 de dezembro de 1984, depois de longas negociações, os primeiros-ministros da China, Zhao Ziyang, e do Reino Unido, Margaret Thatcher, chegaram a um acordo sobre a devolução de Hong Kong.
Os chineses nunca tiveram pressa. Apenas aguardaram, com paciência, o tempo passar. Eles pareciam sempre saber, ao longo de 156 anos, que Hong Kong era e continuaria território chinês. Os chineses nunca esqueceram a humilhação por que passaram quando, em conseqüência da primeira Guerra do Ópio, em 1842, o imperador chinês foi obrigado a assinar o acordo que transferia Hong Kong "para sempre" (a meta inicial) ao domínio da Rainha Vitória no além-mar.
Naquela época, entretanto, o território não tinha a menor semelhança com o que é hoje. O então ministro britânico do Exterior, Lord Palmerstone, chegou a conceituá-lo como ilha infértil com poucas casas. Em 1860, a Inglaterra ditou à China a renúncia da região de Kowloon. E, em 1898, Londres assegurou ainda os New Territories, uma região agrícola em volta de Hong Kong, para garantir o abastecimento da colônia.
O acordo de "arrendamento" imposto pelo Reino Unido previa a devolução de Hong Kong em 99 anos (ou seja, 1997). Londres, entretanto, jamais pagou um centavo à China. Os próprios comunistas pareceram aceitar que seu antigo território se tornasse um centro do consumo e do capitalismo. Desde que os britânicos mantivessem a paz e a ordem, sem despertar na população local interesses democráticos, o sistema capitalista de Hong Hong era aceito pela China como a galinha dos ovos de ouro.

O Tratado de Devolução

Não houve reações revolucionárias nem quando a Revolução Cultural começou a repercutir na colônia britânica, em 1967. O temido "telefonema de Pequim", como era descrita – não só teoricamente – a possibilidade de Pequim intervir a qualquer momento, terminou nunca acontecendo.
A história tomou novos rumos em setembro de 1982, durante a visita da primeira-ministra Margaret Thatcher a Pequim. A "dama de ferro" encontrou em Deng Xiaoping um interlocutor à mesma altura em termos de determinação. Ele rejeitou seus argumentos de direitos de soberania, responsabilidade moral, tratados, liberdade...
Thatcher voltou para casa irritada, até mesmo deprimida, segundo palavras próprias. Dois anos mais tarde, retornou à China para assinar o Tratado de Devolução elaborado por peritos de ambos os lados. Em 19 de dezembro de 1984, então, era selado o destino de Hong Kong e nem o império britânico podia mudar o curso da história. Hong Kong retornaria à soberania chinesa a 1º de julho de 1997.
A Grã-Bretanha, "mãe" da democracia, havia fracassado: era obrigada a entregar o filé do capitalismo ao sistema comunista. Os 6,3 milhões de habitantes de Hong Kong não haviam sido questionados sobre suas preferências. Uma pequena vitória de Londres e faísca de esperança é o grau de autonomia concedido por Pequim à ex-colônia britânica. O sistema econômico e o nível de vida serão mantidos por 50 anos a partir da data da devolução e a parte administrativa foi deixada a cargo da própria Hong Kong.
Não só a devolução de uma colônia, como neste contexto, foi até então inédita na história. Também o conceito de um território-dois sistemas, com políticas econômica e social ao mesmo tempo capitalistas e comunistas no mesmo país.

Christa Kokotowski (rw) © 2007 Deutsche Welle

Tuesday, December 18, 2007


Le 18 décembre


2005 - Evo Morales élu président en Bolivie

Le 18 décembre 2005, Evo Morales est élu dès le premier tour de l'élection présidentielle en Bolivie. C'est la première fois qu'un Amérindien parvient à cette fonction sur le continent. Le leader du Mouvement vers le socialisme (MAS), porte-parole des cultivateurs de coca et des laissés-pour-compte du pays, obtient 54% des voix contre 29% pour l'ancien président Jorge Quiroga, 8% pour l'homme d'affaires Samuel Doria Medina et 6% pour le Bolivien d'origine japonaise Michiaki Nagatani. Aux législatives organisées le même jour, le MAS d'Evo Morales l'emporte avec 72 députés sur 130 tandis que la droite le devance d'un siège au Sénat. Evo Morales, qui promet de nationaliser le gaz, première richesse du pays, est investi président le 22 janvier 2006.

©Documentation écrite RFI


1979: Vaticano pune teólogo Hans Küng

Küng criou a Fundação Weltethos


No dia 18 de dezembro de 1979, a Congregação da Fé do Vaticano cassou a licença de lecionar do suíço Hans Küng, residente no sul da Alemanha. O teólogo arrebatou o ódio do Vaticano ao questionar a infalibilidade do Papa.
O então cardeal de Colônia, Joseph Höffner, havia convocado uma entrevista coletiva para a tarde de 18 de dezembro de 1979, sem anunciar o assunto. Pouco antes do encontro com os jornalistas, um emissário da embaixada do Vaticano entregou em Tübingen uma carta da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício). "O professor Hans Küng – declarou o cardeal Höffner – diverge da integridade da fé católica em seus escritos. Por isso, ele não pode ser considerado teólogo católico nem continuar lecionando como tal".
Era o desfecho de uma briga de dez anos entre Küng e o Vaticano. O teólogo suíço, radicado na Alemanha, foi proibido de lecionar teologia em nome da igreja. "Acredito que o importante para um teólogo é expressar as preocupações e esperanças atuais do povo à luz do Evangelho. Assim ele também será levado a sério em Roma", disse Hans Küng, numa entrevista à Deutsche Welle em meados dos anos 70, quando o conflito parecia ter se acalmado.
Nascido em 1928, em Sursee, no cantão de Lucerna, ele começou a questionar a doutrina da igreja depois de estudar em Roma. Ele duvidava que as antiquadas fórmulas de pregação católica ainda fossem assimiláveis pelo homem moderno.
Küng argumentava que os ensinamentos da igreja deveriam ser formulados de maneira irrefutável, mas numa linguagem adequada a cada época. Ele criticou o dogma da infalibilidade do Papa, aprovado sob circunstâncias peculiares, no Concílio Vaticano 1º, em 1871.

Leonardo Boff, outra vítima

Já em 1957, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, sucessora da Inquisição, havia elaborado um Dossiê Küng, para analisar posições duvidosas de sua teologia. Apesar disso, o Papa João 23 convocou o teólogo (professor da Universidade de Tübingen a partir de 1960) para ser consultor oficial durante o Concílio Vaticano 2º, que pretendia modernizar a igreja. Logo após a conclusão do Concílio pelo Papa Paulo 6º, a Sagrada Congregação retomou o dossiê, abriu secretamente um processo para cassar a cátedra de Küng e tentou impedir a publicação de seus livros.
Küng queria, ao menos, que o processo fosse justo. Reivindicava o direito de ver os documentos e à assistência jurídica. "Um processo que não respeite esses direitos básicos é contra o Evangelho", disse. O teólogo, porém, não teve possibilidade de se defender em Roma e, pouco antes do Natal de 1979, o Vaticano lhe cassou, unilateralmente, a licença de lecionar.
Cinco anos depois, no dia 3 de setembro de 1984, o teólogo brasileiro Leonardo Boff, um dos teóricos da Teologia da Libertação, receberia punição semelhante, por criticar a estrutura da igreja no livro Igreja, Carisma e Poder.
Pela lei alemã, Küng não podia ser demitido como professor e foi transferido para a cadeira de Teologia Ecumênica na Universidade de Tübingen. Longe de ficar reduzido ao silêncio, prosseguiu sua tarefa esclarecedora, empreendendo dois grandes projetos: tratar da situação religiosa e de uma ética global.

Globalização requer ética mundial

Küng realizou estudos sobre as tradições cristã, judaica, islâmica, hinduísta e budista e publicou obras sobre a questão da ética mundial ("Weltethos"). "A globalização requer uma ética mundial que supere as linhas de conflito entre nações, povos e religiões. Se a globalização for apenas um instrumento para a maximização dos lucros, preparem-se para uma séria crise social", advertiu no Fórum Econômico Mundial de 1997, em Davos, na Suíça.
No livro Uma ética global para a política e economia mundiais (Editora Vozes, Petrópolis, 1998), Küng afirma que "uma nova ética mundial passa pela paz religiosa, sem a qual não haverá paz mundial, e esta exigirá interpretações mais humanas de leis sacras ultrapassadas e anti-humanistas, fundadas na intolerância e na mentira".
Outro livro de sua autoria foi Os grandes pensadores do cristianismo – Paulo de Tarso, Orígenes, Agostinho, Tomás de Aquino, Martinho Lutero, Friedrich Schleiermacher, Karl Barth, lançado em português pela Editorial Presença, de Lisboa, em 1999.

Hajo Goertz (gh) © 2007 Deutsche Welle

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Monday, December 17, 2007

Le 17 décembre

2002 - Accord de paix de Pretoria pour la République démocratique du Congo


Après quatre ans d'un conflit qui a fait plus de 3 millions de morts, les négociations menées sous l'égide de l'ONU et de l'Afrique du Sud aboutissent à la signature à Pretoria, la capitale sud-africaine, d'un accord de paix entre les belligérants de République démocratique du Congo. Il prévoit un partage du pouvoir entre le chef de l'Etat, Joseph Kabila, et quatre vice-présidents reflétant les composantes de la négociation : le gouvernement, les deux principaux mouvements rebelles (le Mouvement de libération du Congo, proche de l'Ouganda, et le Rassemblement congolais pour la démocratie, proche du Rwanda), l'opposition non armée et la société civile. Un gouvernement d'union nationale doit conduire le pays à des élections libres au bout de deux ans.
©Documentation écrite RFI


1903: Primeiro vôo a motor

Hans Richter testa um original de Otto Lilienthal, em maio de 1926

Os irmãos norte-americanos Wilbur e Orville Wright, de Dayton, Ohio, realizaram no dia 17 de dezembro de 1903 os primeiros vôos a motor na costa leste dos Estados Unidos.
Eram apenas pequenos "saltos" de menos de cem metros a partir de uma rampa de madeira, mas foram os primeiros vôos a motor documentados na história do avião.
Os dois mecânicos de bicicleta haviam começado a se ocupar com o tema aviação em 1899. Esse acontecimento histórico, na época, passou praticamente despercebido da opinião pública, à exceção de algumas notícias em jornais. Não se tinha idéia da dimensão do que ocorrera em Kitty Hawk, na costa norte-americana.
Na época, acreditava-se que a solução para a conquista do espaço eram balões dirigíveis. Quem tentasse decolar com um equipamento mais pesado que o ar era motivo de chacota.
Até 1908, os irmãos Wright mantiveram em segredo o aperfeiçoamento de sua aeronave, para não colocar seu patenteamento em risco. Por isso, na Europa, falava-se mais de irmãos "mentirosos" do que "voadores", até que Wilbur Wright demonstrou seu equipamento na França, no verão de 1908.
Mais de duas horas no ar, ele voou mais de 200 quilômetros. Um ano depois, seu irmão mais jovem, Orville, fez uma demonstração semelhante em Berlim e, sob o olhar de 300 mil espectadores, bateu o recorde mundial de altura: 152 metros.

Reconhecidos como pioneiros

Ainda em 1909, foi criada em Berlim a "Sociedade Wright da Alemanha", que teve mais sucesso na construção e venda de biplanos do que a matriz nos EUA. Em 1910, um terço dos pilotos alemães foi instruído nesse tipo de avião, que vencia a maioria das competições aéreas. A partir de 1912, técnicos europeus assumiram a liderança do desenvolvimento da tecnologia aérea, enquanto os irmãos Wright perdiam terreno, presos ao conceito básico de suas máquinas.
Isso, porém, não impediu que fossem reconhecidos internacionalmente como pioneiros da aviação a motor. Ao lado do Spirit of St. Louis (que Charles Lindbergh usou em 1927 no primeiro vôo sem escala de Nova York a Paris) e o módulo lunar Eagle, o Wright-Flyer I é uma jóia do Museu Aeroespacial Nacional, em Washington.

Trabalho baseado em estudo de alemão

A invenção dos irmãos Wright havia se baseado nos estudos de Otto Lilienthal, pioneiro da aviação alemã. Assim como Lilienthal, que se acidentou num vôo planado, em 1896, os norte-americanos realizaram testes com planadores antes de iniciar os vôos a motor.
A última publicação de Wilbur Wright, que morreu de tifo, em 1912, aos 45 anos de idade, foi um elogio a Lilienthal. "Sem dúvida, Otto foi o mais significativo dos homens que se ocuparam do problema da aviação no século 19", diz em artigo publicado postumamente pelo Aeroclube dos Estados Unidos.
A evolução da tecnologia desenvolvida pelos Wright e Lilienthal acabou levando o homem à Lua e à construção de uma estação orbital, com subprodutos de uso civil, como o jato supersônico Concorde.

Werner Schwipps (gh) © 2007 Deutsche Welle

Sunday, December 16, 2007

Le 16 décembre

2005 - La Macédoine obtient le statut de pays candidat à l'Union européenne

A l'issue du conseil européen de Bruxelles des 15 et 16 décembre, les dirigeants européens décident d'accorder le statut de pays candidat à l'ancienne république yougoslave de Macédoine, indépendante depuis 1991, sans toutefois avancer une date de lancement des négociations. La suite du processus dépendra de la capacité du pays à continuer sur la voie des réformes mais également de la stratégie pour l'élargissement et de la capacité d'absorption financière et institutionnelle de l'Union. Après la Slovénie, devenue membre en 2004, et la Croatie, avec laquelle les négociations d'adhésion ont été ouvertes en octobre 2005, c'est le troisième Etat issu de l'ex-Yougoslavie à obtenir ce statut.

©Documentation écrite RFI



1900: A tragédia do Gneisenau
O S.M.S. Gneisenau

Em 16 de dezembro de 1900, um forte temporal no porto de Málaga afundou o navio-escola imperial alemão Gneisenau. A tragédia causou a morte de 41 dos 460 tripulantes. A catástrofe é lembrada até hoje no porto espanhol.
Em 16 de dezembro de 1900 já fazia um mês que o navio-escola alemão Gneisenau estava ancorado no porto de Málaga. A cada dois dias, ele partia para o mar, para que a tripulação fizesse exercícios de tiro.
Desde 1890 que o Gneisenau, que já fora a primeira "fragata-cruzador" da Marinha imperial alemã (segundo a denominação oficial da época) era um navio-escola. A bordo desse veleiro complementado com propulsão a vapor (era equipado com uma máquina de 2.500 cavalos) e um deslocamento de 2.900 toneladas, estavam 460 marinheiros. A maioria jovens.
Segundo o historiador Reinhard Sommer, o clima daquele 16 de dezembro de 1900 na costa espanhola prometia um calmo dia de sol, sem vento. De repente, perto do meio-dia, a virada: um vento de força 8 (entre 55 e 65 km/h). Os marinheiros ainda tentaram desesperadamente remover a embarcação, que estava a meia milha da costa.
Abrir as velas seria muito perigoso, por isso tentaram ligar as máquinas, que precisavam de pelo menos meia hora para arrancar. Para piorar a situação, um mal-entendido fez o comandante acreditar que houvesse vapor suficiente para colocar o navio em movimento.
O mau tempo havia começado pouco depois das 10 horas. Uma hora depois, o Gneisenau era arremessado contra as rochas.

Grande catástrofe para a época

Alguns marinheiros conseguiram se segurar nas pontas dos três mastros, até serem salvos pelos espanhóis. Dos 460 homens a bordo, 41 morreram. Quase a metade da tripulação era formada por grumetes. "Para a época, foi uma catástrofe e tanto", conta o pesquisador Sommer, que se dedica à história da Marinha.
A tragédia despertou a solidariedade dos malaguenhos. De imediato, ofereceram alojamentos aos sobreviventes, deram roupas e comida.
Os mortos foram sepultados no cemitério inglês de Málaga. Em homenagem, 18 dias depois do acidente, a rainha Cristina da Espanha concedeu à cidade na Costa do Sol o título de "extraordinariamente hospitaleira".
No ano de 1919, em agradecimento, a Alemanha presenteou a ponte de ferro para pedestres sobre o Rio Guadalmedina. A Marinha alemã ainda teve outras embarcações denominadas Gneisenau, como o encouraçado usado na II Guerra.
Apesar de poucos alemães lembrarem do que aconteceu há cem anos, em Málaga as 41 vítimas do Gneisenau são homenageadas com uma coroa de flores e um concerto da banda da Marinha alemã.
Jens Teschke (rw) © 2007 Deutsche Welle

Mais artigos sobre o tema

Externer Link: Site da Marinha Imperial Alemã
(em alemão, inglês e francês).
Externer Link: Informações sobre os navios-escola alemães.

Saturday, December 15, 2007

Le 15 décembre

1916: Alemães suspendem ataque a Verdun

A 15 de dezembro de 1916, depois de quase dez meses de batalha, os militares alemães suspenderam a grande ofensiva de Verdun, a mais sangrenta batalha da Primeira Guerra Mundial.
Quando, em meados de dezembro de 1916, as detonações de granadas e canhões cessaram no campo de batalha de Verdun, no nordeste da França, chegavam ao fim 300 dias e noites de luta entre alemães e franceses.
Não há dados exatos sobre o número de mortos nas batalhas de Verdun, nos combates para tomar o Forte Douaumont e os povoados de Fleury, Vaix, Froideterre e Vauxquois, mas estima-se que tenha ultrapassado os 600 mil. Hoje, o cemitério militar de Douaumont tem afixadas 15 mil cruzes, enquanto no ossário estão os esqueletos de mais de 100 mil mortos nas batalhas.
A Batalha de Verdun tinha começado no dia 21 de fevereiro de 1916. A artilharia alemã, chefiada pelo general Erich von Falkenhayn, abriu fogo contra as fortificações francesas em torno de Verdun, no lado direito do rio Mosa. Os 1,5 mil canhões lançavam projéteis ininterruptamente contra os inimigos. Depois de poucos dias de ofensiva, o plano de desgastar o contingente francês revelou-se um fracasso.

Impiedosa guerra de trincheiras

Apesar de alguns avanços, os alemães não conseguiram penetrar nas linhas francesas. O marechal Joffre e o general Petain barraram a ofensiva de Falkenhayn. Começou aí uma impiedosa guerra de trincheiras, com a explosão de 60 milhões de granadas e o uso de gases tóxicos. Jovens soldados de baionetas em punho enfrentaram rajadas de metralhadoras e desafiaram a morte nas lutas corpo a corpo.
No final de 1916 ficou evidente que a guerra não seria decidida pela conquista de alguns quilômetros quadrados. Tanto os invasores alemães como as tropas francesas haviam sofrido perdas enormes. Também não houve conquistas significativas nas batalhas seguintes da Grande Guerra, como os franceses ainda chamam o conflito, enquanto os alemães dizem Primeira Guerra Mundial.
O fator decisivo foi o ingresso dos Estados Unidos, depois que um submarino de guerra alemão bombardeou navios norte-americanos. No dia 11 de novembro de 1918 e depois de 8,5 milhões de mortos, o Deutsches Reich reconheceu oficialmente a sua derrota.

Heinz Lummerich (rw) © 2007 Deutsche Welle