Efemérides

Friday, August 03, 2007

1492: Colombo inicia a viagem do descobrimento




Cristóvão Colombo viveu de 1451 a 1506



O navegador Cristóvão Colombo, morto há mais de 500 anos, ainda hoje é considerado um herói. E isso embora seu ato heróico tenha sido fruto de um engano. Ele nada sabia da existência do novo continente quando partiu rumo ao Ocidente em busca de uma nova rota marítima para a Índia. Acreditou até morrer que encontrara tal rota.
Em 30 de abril de 1493, Colombo escreveu a seguinte carta ao tesoureiro real da Espanha: "Conseguimos o que nenhum outro mortal conseguiu até hoje. Por isso, agora, o rei e a rainha devem louvar e agradecer a Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos conduziu à vitória e nos presenteou com ricas dádivas".
Filho de um tecelão genovês, Cristóvão Colombo (1451–1506) tornou-se navegador por necessidade. Com a falência da empresa do pai, descobriu no comércio marítimo um novo meio de vida. Em 1477, estabeleceu-se em Lisboa, junto com o seu irmão Bartolomeu, um cartógrafo. Seu destino era a Índia, a terra do ouro e das especiarias. Para chegar até lá, nessa época, era necessário contornar a África.
Dados completamente falsos
Colombo sonhava encurtar essa rota, embora tenha se baseado em dados completamente falsos, enganando-se quanto à distância prevista. Depois que a coroa portuguesa rejeitou o seu plano de alcançar as Índias pelo Atlântico, apresentou o mesmo projeto ao rei espanhol, em 1485.
Economicamente debilitada pela expulsão dos mouros e dos judeus, a Espanha precisava urgentemente de novas fontes de riqueza. Até mesmo a vaga perspectiva de encontrar ouro no novo caminho marítimo era bem-vinda. A família real obrigou a cidade portuária de Palos, que caíra em desgraça junto à coroa por causa de pagamento irregular de impostos, a entregar três embarcações tripuladas a Colombo. A 3 de agosto de 1492, as caravelas Pinta, Nina e Santa Maria partiram de Palos com destino incerto.
Em 11/12 de outubro de 1492, Cristóvão Colombo escreveu em seu diário de bordo: "Pode ser que esta seja minha última anotação; que eles joguem o diário de bordo na água. Talvez eles o esqueçam e, um dia, a rainha saberá que eu não era um fantasista, um sonhador fora da realidade. Eu vi uma luz. Era como se alguém movimentasse uma tocha".
Colombo, vice-rei
Colombo desembarcou numa ilha das Bahamas, hoje chamada Samana Cay. Convicto de que havia chegado ao planejado destino, batizou a nova terra de Índias Ocidentais. Com a permissão da coroa espanhola tomou posse de tudo como "vice-rei".
Em seu livro Nascimentos, o escritor uruguaio Eduardo Galeano descreveu assim a chegada de Colombo ao Novo Mundo: "Cai de joelhos, chora, beija o solo. Avança tremendo, porque leva mais de um mês dormindo pouco ou nada, e a golpes de espada derruba uns arbustos. Depois, ergue o estandarte. De joelhos, os olhos no chão, pronuncia três vezes os nomes de Isabel e Fernando. Ao seu lado, o escrivão Rodrigo de Escobedo, homem de letra lenta, levanta a ata. Tudo pertence, desde hoje, a esses reis distantes: o mar de corais, as areias, os rochedos verdíssimos de musgo, os bosques, os papagaios e esses homens de barro que ainda não conhecem a roupa, a culpa, nem o dinheiro, e que contemplam, atordoados, a cena. (...) Em seguida, correrá a voz pelas ilhas: – Venham ver os homens que chegaram do céu!"
Na falta de ouro, escravos
Colombo escreveu em seu diário, no dia 12 de outubro de 1492: "Acredito que os nativos me consideram um deus, e os navios são para eles monstros que emergiram do fundo do mar durante a noite. A aparência deles igualmente nos surpreende, porque são diferentes de todas as raças humanas que vimos até agora. Sem dúvida, são bondosos e pacíficos. Acredito que não conhecem o ferro. Eles também não sabiam o que fazer com as nossas espadas".
A falta de defesa tornou-se fatal para os nativos. Colombo não encontrou nem ouro, nem outras mercadorias. Para poder apresentar um êxito à coroa espanhola, decidiu escravizar a população da ilha. "Levarei seis desses homens na viagem de volta, para apresentá-los ao rei e à rainha. Eles devem aprender a nossa língua", anotou Colombo em 12 de outubro de 1492.
Os seis transformaram-se em centenas de milhares. No final da conquista espanhola, a população das Índias Ocidentais estava dizimada. Colombo realizaria mais três viagens ao Novo Mundo, sem saber que não se tratava da Índia e, sim, do continente que um cartógrafo alemão batizou com o nome do navegador italiano Américo Vespúcio: América.

Catrin Möderler (gh) © 2007 Deutsche Welle


Ernst Bloch: utopia e esperança como motores de ação concreta





Em 1977 morria o filósofo do "princípio esperança" e da "utopia concreta" e um dos mentores do movimento estudantil. Quão vivo permanece o pensamento do alemão Bloch, 30 anos após sua morte?
Um punho esquerdo cerrado; abaixo do polegar, uma estrela. Em 1977, ano da morte de Ernst Bloch, o diretório acadêmico da Universidade de Tübingen propôs que a instituição adotasse o nome do filósofo, acompanhado desta logomarca.

A homenagem lembra que Bloch foi um dos pais intelectuais do movimento estudantil. O punho fechado em protesto evoca um gesto muito repetido por ele em suas palestras, expressando resistência contra a injustiça existente.

"Utopia concreta"

Ernst Bloch nasceu em 8 de julho de 1885, numa família judaica de Ludwigshafen. Muitos anos mais tarde, ele ainda definiria como constitutivo para seu pensamento o contraste entre a cidade natal, industrial e operária, e a vizinha Mannheim, burgo da cultura burguesa herdada.

Em 1905, iniciou seus estudos de Filosofia, Germanística, Física e Música em Munique e Würzburg, doutorando-se em Filosofia três anos mais tarde. Já em 1918 ele publica a obra Espírito da utopia, onde afirma: "O mundo existente é o mundo passado, porém o anseio humano, em ambas suas formas – como inquietude e como sonho acordado – é a vela que leva ao outro mundo".
Defendendo-se de acusações de perseguir o irrealizável, Bloch desenvolverá o conceito, aparentemente paradoxal, da "utopia concreta", distanciando-se assim tanto do puro sonho quanto do banimento de todas as esperanças para um mundo melhor, para o além.

À idéia freudiana do inconsciente como algo "não-mais-consciente", o filósofo justapõe a existência do "ainda-não-consciente". "Sobretudo nos dias de expectativa, em que predomina, não o que já foi, mas sim o que está por vir, na dor indignada, na gratidão da felicidade, na visão do amor [...], transpomos claramente as fronteiras de um saber ainda-não-conhecido."

Nasce o princípio esperança

Após seu doutoramento, Ernst Bloch torna-se amigo do filósofo húngaro Georg Lukács e freqüenta os círculos de Max Weber em Heidelberg. Na década de 20, vivendo como autor autônomo em Berlim, aproxima-se tanto de Walter Benjamin, Theodor Adorno e Siegfried Kracauer como dos artistas Bertolt Brecht, Kurt Weill e Otto Klemperer.

Já em 1924, Bloch se manifestara contra a ameaça nazista num artigo intitulado "A violência de Hitler". A ascensão ao poder do Partido Nacional-Socialista em 1933 obriga o filósofo ao exílio. Após permanências em Paris e Praga, passa a viver, a partir de 1938, nos Estados Unidos. Lá ele inicia, entre muitos outros projetos, o manuscrito de sua obra máxima, O princípio esperança, cujo primeiro de três volumes só será lançado em 1954.

Música e esperança

Para o pensador judeu, a precondição para que se supere a servidão e as estruturas hierárquicas da sociedade é o princípio vital da esperança. Este não se deixa abalar por uma decepção qualquer, pois o ser humano precisa de coragem e de disposição à luta, um "otimismo militante".

Esperança e utopia dirigem-se, para Bloch, a alvos concretos: um humanismo real; uma sociedade cujos membros façam valer seu direito de recusar a posição de humilhados e ofendidos, onde possam ousar "andar eretos". Ao contrário de seus colegas marxistas, para ele a superação do capitalismo não passava de trabalho preparatório, a caminho desse alvo maior.

Nesse longo caminho, as artes, em especial a música, desempenham um papel ativo: "A relação com este mundo torna a música um sismógrafo social, ela reflete fraturas sob a superfície social, expressa desejos de transformação, convida à esperança. [...] O som exprime o que ainda está mudo no ser humano", afirma Bloch em O princípio esperança.

"Revisionista" na RDA

Em 1949, Bloch retorna à terra natal, visando a "cooperar com todas as forças para a construção democrática da Alemanha", e assume a cátedra de Filosofia na Universidade de Leipzig, na então República Democrática Alemã (RDA).

O conflito com o Partido Socialista Unitário (SED), latente desde o início, explode em 1956, quando sua obra é classificada como antimarxista e revisionista.

Durante uma viagem à Alemanha Ocidental, cinco anos mais tarde, ele e sua família são surpreendidos pela construção do Muro de Berlim, que dividirá o país fisicamente em duas metades, duas visões de mundo. Bloch decide permanecer, e passa a lecionar na Universidade de Tübingen.

Revolução, movimento estudantil e terrorismo

Bloch saudou o movimento estudantil do final dos anos 60 como uma "rebelião contra a repressão primária", capaz de pôr em desordem e movimento uma sociedade estagnada. "Nossos senhores fazem, eles próprios, que o homem comum se torne seu inimigo e se indigne, e a isso eles chamam de rebelião."
Entretanto o filósofo distinguia estritamente entre protestos estudantis e terrorismo desgovernado, à maneira da Fração do Exército Vermelho (RAF). "Não se deve confundir revolução com exibição barata de força. Espernear sem cessar porque nada nos agrada, jogar tudo fora por ter visto algo melhor [...], isso não é revolução. É claro que revolução é um estado de maturidade."

A "Universidade Ernst Bloch" é uma utopia: ela só existiu no mundo palpável por um curto espaço de tempo e sob pressão estudantil. Porém a assembléia geral dos estudantes de Tübingen reivindicou para si o nome e a logomarca, e os preserva, 30 anos depois. Movida a esperança, a resistência contra o jeito como as coisas são – mas não deveriam ser – continua, nem que seja apenas em algumas cabeças.

Augusto Valente © 2007 Deutsche Welle

1997 - Anjouan fait sécession des Comores

En 1997, l'archipel des Comores connaît une poussée séparatiste, les îles d'Anjouan et de Mohéli contestant l'hégémonie de la Grande Comore, l'île principale dont la capitale Moroni est le siège du pouvoir. Après les affrontements meurtriers opposant séparatistes et forces de l'ordre à partir du 14 juillet, le chef des sécessionnistes Abdallah Ibrahim décrète le 18 juillet le rattachement de l'île à la France, l'ancienne puissance coloniale à laquelle Mayotte, la quatrième île, est restée liée après l'indépendance de 1975. Le 3 août, l'indépendance d'Anjouan est proclamée, suivie de Mohéli le 11. L'intervention de l'armée fédérale, qui débarque à Anjouan le 3 septembre, échoue au bout de deux jours. Le 23 avril 1999, un accord institutionnel est adopté à Antananarivo (Madagascar) sous l'égide de l'OUA, mais refusé par Anjouan. Le 17 février 2001, un accord de réunification prévoyant la création d'un Etat fédéral et une large autonomie pour les îles est signé entre les autorités d'Anjouan et de Moroni. Issue de cet accord, la nouvelle Constitution instituant l'Union des Comores est approuvée par référendum le 23 décembre 2001.

©Documentation écrite RFI
2005 - Coup d'Etat en Mauritanie

Le 3 août 2005, un groupe de militaires, membres de la garde présidentielle pour la plupart, prend le contrôle du siège de l'état-major ainsi que de la radio et de la télévision nationales. Le président Maaouya Ould Taya, au pouvoir depuis un coup d'Etat en 1984, est alors à Riyad (Arabie Saoudite) pour assister aux funérailles du roi Fahd. La junte s'érige en Conseil militaire pour la justice et la démocratie (CMJD), dirigé par le colonel Ely Ould Mohammed Vall, ancien directeur de la sûreté nationale, qui met en place un gouvernement de transition et annonce sa volonté de favoriser le retour à un régime civil. Un référendum constitutionnel, en juin 2006, est suivi d'élections législatives les 19 novembre et 3 décembre. Le 25 mars 2007, l'élection présidentielle est remportée au second tour par Sidi Ould Cheikh Abdallahi, qui obtient 52,85% des voix.
©Documentation écrite RFI

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