1922: Assinado o Tratado de Rapallo
Em 16 de abril de 1922, foi assinado o tratado entre a Alemanha e a União Soviética no balneário italiano Rapallo.
Na cidade portuária de Gênova, na Itália, realizou-se em 1922 uma conferência econômica internacional com participantes de 28 países europeus e representantes japoneses.
No imponente Palazzo San Giorgio, eles pretendiam discutir os problemas econômicos da Europa. Pela primeira vez desde a Revolução Russa, uma delegação soviética fora convidada para o encontro.
Os enviados do Império Alemão chegaram a Gênova com grandes expectativas. Eles queriam tratar das reparações a serem pagas pela Alemanha após sua derrota na Primeira Guerra Mundial. O primeiro-ministro francês, Raymond Poincaré, resistia teimosamente a um acordo nessa questão.
Decisão desesperada
Passaram-se vários dias sem que se abordasse o assunto. Pressionados, o chanceler alemão, Joseph Wirth, e seu ministro das Relações Exteriores, Walter Rathenau, buscavam desesperadamente uma vitória no palco internacional. Nessa situação, voltaram-se a outra grande derrotada na guerra: a Rússia.
Na noite de 15 para 16 de abril, o diplomata alemão Adolf Georg Otto von Maltzahn e o líder da delegação russa, Georgi Tchitcherin, acertaram no balneário de Rapallo, nos arredores de Gênova, um acordo para a formação de uma aliança defensiva.
O Tratado de Rapallo foi assinado no dia seguinte por representantes dos dois governos. Berlim e Moscou comprometeram-se a renunciar a reivindicações financeiras mútuas, a estabelecer imediatamente relações diplomáticas e a buscar uma aproximação econômica.
Temor pelo isolamento da Alemanha
Na mesma noite, após a assinatura do tratado, Tchitcherin fez a seguinte a anotação em seu diário: "Rathenau veio a Rapallo com muita pressa para assinar o acordo, por temer que a Inglaterra chegasse a um entendimento conosco. Nos dias anteriores, eles nos perguntara, cautelosamente, a respeito de nossas conversações com Lloyd George. Aparentemente, temia um isolamento da Alemanha. Já o chanceler Joseph Wirth reconhecia instintivamente a importância de uma aliança conosco".
Para a União Soviética, a assinatura do tratado foi um grande êxito diplomático. Tratou-se do primeiro reconhecimento oficial do governo comunista. Para Tchitcherin, Rapallo era "um caso exemplar de relações entre dois Estados com sistemas econômicos diferentes. O tratado será útil para a economia dos dois países. Além disso, conquistamos a vantagem indiscutível de termos rompido a frente anticomunista aparentemente inabalável", constatou satisfeito.
Rathenau não tinha muitos motivos para festejar. Afinal de contas, até aquele momento a Alemanha sempre ressaltara sua orientação para o mundo ocidental. Mas, como os aliados não sinalizaram disposição em cooperar na questão das reparações, a Alemanha se viu obrigada a buscar apoio do Leste para fortalecer sua posição nas negociações.
Traição às potências ocidentais
Para o historiador Klaus Hildebrand, de Bonn, Rapallo representou "a cooperação de dois países desfavorecidos, que formaram um contrapeso para voltar à comunidade das nações. Isso teve continuidade com o tratado assinado com a União Soviética em abril de 1926, pelo ministro das Relações Exteriores Gustav Stresemann (1878-1929), e durou até 1934, quando Hitler, por assim dizer, inverteu os princípios da política externa alemã, opondo-se à URSS".
A notícia do acordo teuto-soviético teve o efeito de uma bomba na conferência de Gênova. As potências ocidentais sentiram-se preteridas e traídas pela aliança.
O primeiro-ministro britânico, Lloyd George, estava furioso e a delegação francesa ameaçava abandonar antecipadamente o encontro. A indignação geral só se acalmou quando foi revelado que o tratado não continha cláusulas secretas.
De insultos ao assassinato
Na Alemanha, o acordo de Rapallo também não conquistou popularidade, sendo rejeitado principalmente pelos nacionalistas e extremistas de direita. Rathenau era insultado publicamente como simpatizante do comunismo bolchevique.
No dia 24 de junho de 1922 (oito semanas após a assinatura do acordo em Rapallo), foi assassinado a tiros por dois radicais de direita, quando se dirigia ao Ministério das Relações Exteriores, em Berlim.
Anke Hagedorn (gh) © 2007 Deutsche Welle
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Né le 16 avril 1907, Pierre Lazareff est d'abord reporter au "Soir" puis à "Paris-Midi" avant d'être nommé directeur de "Paris-Soir" en 1931. Chef des services français du War Information Office aux Etats-Unis pendant la Seconde Guerre mondiale, il prend la direction du quotidien "France-Soir" à son retour en 1944, fonction qu'il occupera jusqu'à sa mort le 21 avril 1972. Grand patron de presse, créateur de "France-Dimanche", "Elle" et "Télé 7 Jours", il produira pour la télévision, de 1959 à 1968, le magazine d'information "Cinq Colonnes à la une" avec Pierre Desgraupes, Pierre Dumayet et Igor Barrère.
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©Documentation écrite RFI
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