Efemérides

Saturday, February 17, 2007

D. Manuel António Mendes dos Santos Ordenado Episcopalmente como novo Bispo da Diocése de São Tomé e Príncipe

«O homem acredita pouco nas palavras»
O Cardeal Saraiva Martins presidiu à ordenação de D. Manuel António, novo bispo de S. Tomé e Príncipe, e pediu-lhe para anunciar o Evangelho com «coragem, entusiasmo e optimismo».



"O testemunho da nossa vida deve comprovar o que ensinamos" porque "o homem de hoje acredita pouco nas palavras. Só acredita na vida, nos factos e nos testemunhos" - afirmou esta manhã (dia 17 de Fevereiro), em Fátima, o cardeal Saraiva Martins na homilia de ordenação de D. Manuel António, novo bispo de S. Tomé e Príncipe. Ao ordenado, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos pediu para que "o seu ministério seja verdadeiramente fecundo para o bem da Igreja e, de modo especial, da igreja de S. Tomé e Príncipe que lhe foi confiada".
Há oito décadas que os Missionários do Coração de Maria (Claretianos) se entregam à evangelização daquele povo lusófono. Tanto o presidente da celebração, D. José Saraiva Martins, como o ordenado são membros desta congregação.
Constituído pastor e pai, o bispo "é ao mesmo tempo chefe e guia espiritual que valoriza os carismas do povo de Deus fazendo-os convergir num único fim: edificar a igreja" - realçou o celebrante. Ao fazer referência às funções dos bispos - Ensinar, Governar e Santificar - o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos recordou palavras de João Paulo II: "o ministério de santificação exige um testemunho e uma vida santa" porque "a vossa santidade não é uma questão pessoal é uma questão eclesial e reverte sempre em benefícios".
As funções do bispo "devem ser exercidas com profundo espírito de serviço". O significado da palavra episcopal - realça o presidente - "não é o de uma honra mas o do serviço". E acrescenta: "mais do que dominar, o bispo é chamado a servir". "É um servidor de Cristo e da Igreja".
No ministério episcopal todo o bispo "está unido aos demais bispos pelo vinculo da colegialidade" por isso deve sentir "solicitude por todas as igrejas e estar disposto a dar uma ajuda às Igrejas mais necessitadas" - salienta o Cardeal Saraiva Martins.
A dimensão missionária foi outro ponto realçado pelo celebrante durante a homilia. "A igreja é missionária por sua natureza" porque "a missionaridade pertence ao seu ADN" - esclareceu. E avança: "Igreja é sinónimo de missão e missão é sinónimo de Igreja".
Ao «irmão» ordenado, D. José Saraiva Martins sublinhou que este "tem um espírito profundamente missionária". Com experiência em terras de missão, D. Manuel António irá para S. Tomé e Príncipe exercer o seu "múnus santificador". E deixa conselhos: "sê fiel à Igreja e nunca desanimes no exercício do teu ministério episcopal". "Anuncia o evangelho com coragem, entusiasmo e optimismo" - concluiu.

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No dia 17 de fevereiro de 1600, Giordano Bruno foi queimado vivo no Campo dei Fiori, em Roma, sob acusação de heresia e blasfêmia.



Giordano Bruno (1548–1600) foi condenado por blasfêmia e queimado vivo

"Posso ter sido qualquer coisa, menos blasfemador." Esta frase teria sido dita por Giordano Bruno no dia de sua execução. Em 17 de fevereiro de 1600, ele foi queimado vivo no Campo dei Fiori, em Roma, onde é relembrado desde 1899 por um monumento.
Ao contrário de Galileo Galilei (1564–1642), Bruno negou-se a refutar a teoria do astrônomo alemão Johannes Kepler (1571–1630) de que a Terra girava em torno do Sol. Além disso, por ser padre e teólogo, suas heresias e dúvidas, em relação à Santíssima Trindade, por exemplo, partiam de dentro da Igreja e foram interpretadas como um ato de insubordinação ao papa.
Nascido numa família da nobreza de Nola (próximo ao Vesúvio), em 1548, inicialmente chamou-se Fellipo Bruno. Aos 13 anos, começou a estudar Humanidades, Lógica e Dialética em Nápoles, no mesmo convento em que São Tomás de Aquino vivera e ensinara.
Em 1565, aos 17 anos, recebeu o hábito de dominicano, ocasião em que mudou o nome para Giordano. Ordenado sacerdote em 1572, continuou seus estudos de Teologia no convento, concluindo-os em 1575.
Fuga das autoridades eclesiásticas
Sua vida acadêmica foi marcada pela fuga constante das autoridades eclesiásticas. Lecionou em Nápoles, Roma, Gênova, Turim, Veneza, Pádua e Londres, antes de se mudar para Paris, em 1584. Passou o período de 1586 a 1591 em Praga e nas cidades alemãs de Marburg, Wittenberg, Frankfurt e Helmstedt, onde escreveu a que é considerada sua principal obra: Sobre a associação de imagens, os signos e as idéias.
Apesar das advertências de amigos, voltou para a Itália em 1591, convicto de que na liberal Veneza não cairia nas garras da Inquisição. Mas logo foi preso e levado para Roma, onde passou seu últimos anos na prisão.
Giordano Bruno teria caído numa armadilha ao retornar à Itália. Na Feira do Livro de Frankfurt de 1590, uma dupla de livreiros a serviço do nobre veneziano Giovanni Mocenigo o teria convidado para ir a Veneza ensinar Mnemotécnica, a arte de desenvolver a memória, na qual era um perito. Pouco depois de sua volta, desentendeu-se com Mocenigo, que o trancou num quarto e chamou os agentes da Inquisição.
Encarcerado na prisão de San Castello no dia 26 de maio de 1592, seu julgamento começou em Veneza, foi transferido para Roma em 1593 e chegou à fase final na primavera de 1599. Durante os sete anos do processo romano, Bruno negou qualquer interesse particular em questões teológicas e reafirmou o caráter filosófico de suas especulações.
Essa defesa não satisfez os inquisidores, que pediram uma retratação incondicional de suas teorias. Como se mantivesse irredutível, foi condenado devido à sua doutrina teológica de que Jesus Cristo era apenas um mágico de habilidade incomum, que o Espírito Santo era a alma do mundo e que o demônio seria salvo um dia.
Ao ouvir sua sentença, a 8 de fevereiro de 1600, teria dito aos juízes: "Vocês pronunciam esta sentença contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la".
Contribuição intelectual decisiva
A Congregação do Santo Ofício, presidida pelo papa Clemente 8º (1592–1605), ainda concedeu ao "herege impertinente e pertinaz" oito dias de clemência para um eventual arrependimento.
A capitulação de Bruno teria um forte efeito propagandístico num ano da "graça" como o de 1600. Mas ele preferiu enfrentar a pena de morte a renegar suas idéias. Seus trabalhos foram publicados no Índex em agosto de 1603 e só foram liberados pela censura do Vaticano em 1948.
Segundo os historiadores, Giordano Bruno prestou uma contribuição intelectual decisiva para acabar de vez com a Idade Média. Morto aos 52 anos, tornou-se um mártir do livre pensamento. Ele foi vítima da intolerância religiosa típica da chamada Contra-Reforma, a batalha travada pela Igreja Católica contra a Igreja Reformada.
O martírio de Giordano Bruno em 1600, seguido do julgamento de Galileo Galilei em 1616, abriu um fosso de desconfiança entre a ciência e a religião.

© 2007 Deutsche Welle Norbert Ahrens (gh)

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